No caminho da escola para casa de Mary, Ana começou desabafar:
— Só vou te contar, porque já te considero parte da minha família.
— O que você acha se nós formos em um parque? Pelo menos você muda essa carinha de tristeza — Jack sugeriu.
— Seria melhor mesmo, assim a mamãe não vai saber que eu não fui na escola.
— Quem disse que eu vou levar? — Wilton resmungou.
— Eu, vai me contrariar? — Ana disse e cruzou os braços.
Todos riram da sua sinceridade e de seu jeito meigo, fazendo com que Wilton não resistisse. Ele também nunca tinha aproveitado um parque, exceto quando ele trabalhou em um por um tempo.
Ele havia sido demitido injustamente, quando acusaram ele de ter roubado alimentos.
Ainda bem que tudo aquilo havia passado e ele podia aproveitar o tanto que ele quisesse.
Quando todos chegaram no local, Ana pulou de alegria, esqueceu o que havia acontecido na escola e se divertiu tanto que quase não sobrou tempo para contar para Jack o que estava acontecendo.
Bruna e Wilton também se divertiram muito e além da diversão teve um romantismo.
Wilton ajoelhou no meio de todos que estavam no parque e pediu Bruna em casamento. A aliança que ele deu a ela foi a que Jack havia dado a Kelly. Ao contrário do que todos pensavam ela tinha um valor muito grande. Parecia um filme, pois as alianças serviram perfeitamente, como se fossem para ser deles. Bruna não demorou muito para responder que sim. Ela estava muito ansiosa para a chegada desse momento. Ela nunca tinha tido um relacionamento sério, mas aquele ela tinha certeza que ia dar certo. Pois o homem por quem ela se apaixou era um homem sincero.
Jack ainda estava triste, nada deixava ele feliz, nem mesmo a alegria de Ana. Não bastava ter só Ana, ele também queria Mary. Por isso ele lutaria não só para Conquistar o seu sonho de ser escritor, mas também para conquistar Mary.
Infelizmente Wilton precisava ir embora, tinha muitas coisas para preparar para o casamento e tempo estava mudando. Já não estava mais ensolarado e poderia chover.
Antes de sairem do parque, Ana pegou na mão de Jack e disse:
— Eu posso mesmo confiar em você?
— Claro, o que eu posso fazer que vai te decepcionar?
— Contar pra minha mãe o que está acontecendo. Eu não quero que ela fique preocupada.
— Mas eu preciso contar, é para o seu bem.
— Se você conseguir falar com ela, pois tenho certeza de que ela não quer olhar na sua cara.
— É, você está certa, acho que ela não quer mais me ver. O que aconteceu?
— Você quer saber o que está acontecendo comigo ou com a minha mãe? — resmungou.
— Me perdoa, é que eu estou preocupado com as duas, mas me diz primeiro sobre você. Eu só não fiquei perguntando, para que você pudesse se divertir.
— Tem um menino na minha sala chamado Jorge, ele rouba meus materias, fala coisas que me machucam muito e sempre me ameça.
— Ana! Você não pode deixar isso acontecer. Por que não avisou o diretor da escola?
— Eu não consigo falar, tenho medo.
— Você tem que parar de se importar com as ameaças dele, se não você sempre vai ser humilhada. Você tem que falar com o diretor da escola. Você vai ter um monte de pessoas do seu lado. Não precisa ficar com medo, eu estou aqui também.
— É fácil dizer, o difícil é passar por tudo isso — falou e ficou triste novamente.
— Eu sei como é, já fui muito humilhado, mas eu só quero te ajudar. Eu posso ir na escola resolver este problema.
— Eu vou tentar resolver, se não der certo, eu falo com você. Obrigada por se importar comigo.
Ana disse isso, mas não queria falar com o diretor, seu medo era muito grande, se Jack não fosse na escola ou contasse para a mãe de Ana o que estava acontecendo, tudo poderia ficar pior.
— Eu que agradeço por me contar isso. Mas não acho que você vai resolver isso sozinha, eu vou fazer o que posso para te ver melhor.
Ana sorriu ao perceber a preocupação de Jack, mas começou pensar o que ia acontecer quando ela chegasse em sua casa.
— Ainda falta muito tempo para os alunos sairem da escola. Você que ir para sua casa mesmo assim? — Jack perguntou.
— Você não acha que a mamãe vai ficar brava?
— Talvez, mas se explicarmos o motivo ela pode ficar mais calma.
— Você quer mesmo contar? Eu acho que mesmo assim ela vai ficar brava. Além de ficar brava com você, ela vai brigar comigo por não ter contado.
— Eu não acho que ela é assim.
— Você quem pensa. Ela é muito sentimental, mas quando fica nervosa ou pega raiva de alguém ela fica irreconhecível.
Wilton e Bruna ouviram o final da conversa e começaram zoar Jack.
— Eu não acredito que você saiu de um problema para entrar em outro. Você não tem sorte mesmo — Wilton brincou.
— Eu posso não ter muita sorte, mas eu tenho muito amor para dar. Espero que eu consiga conquistar Mary, porque ela é melhor que Kelly, disso eu tenho certeza.
Wilton entrou no carro junto de sua namorada e Ana entrou atrás com Jack. Eles estavam saindo do parque e indo para casa de Mary.
Seria uma mentira dizer que Jack não estava com medo. Ele era um pessoa determinada, mas estava um pouco trémulo.
Ana também estava com medo, mas percebeu que Jack estava certo, ela não podia esconder mais o que estava acontecendo.***
Mary estava pensando que ainda estava paranoica, e que tudo aquilo era apenas uma imagem formada pelo medo e insegurança que ela estava sentindo.
O homem acabou abrindo o portão, porque pediu para entrar e não recebeu resposta e quando ele estava indo em direção a Mary, ela acreditou estar dormindo. Queria acordar daquele sonho, mas ela não conseguia, porque o que estava acontecendo parecia ser muito real.
Estava difícil piscar, e mover o seu corpo, era inacreditável ver ele depois de anos.
Ele foi se aproximando e ela perguntou:
— Você é real?
O suposto João chegou mais perto, colocou sua boca perto do ouvido de Mary e susurrou lentamente em seu ouvido fazendo ela arrepiar:
— Eu sou real, não tenha medo, eu sou real.
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Lutar para Conquistar
De TodoJack perdeu sua mãe e grande tristeza tomou conta dele. Tempo depois houve o término do seu namoro com Kelly, o que o deixou ainda mais angustiado e o fez jogar as alianças de compromisso. Jack só não imaginava que elas poderiam mudar a vida de um m...