15° Capítulo

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Jane, a viúva, leu o que estava escrito no papel e perguntou:
— Quem é a pessoa que escreveu esta carta e para quem é?
— Um papel parecido com este estava no bolso do seu marido. Eu anotei o que estava escrito — Mary respondeu.
— Pode ser o homem que Jack Frank sempre conversava.
— Sim, temos que descobrir quem é.
— Por que esta fazendo isso?
— Sinto que com isso toda verdade será descoberta.
— Que verdade?
— Não gostaria de falar sobre isso.
Jane, querendo saber quem era o homem, e o que seu marido escondia perguntou a Mary como começariam descobrir.
— Ligue para este número — Mary disse.
— Sim, deixa o papel comigo.
Jane pegou o papel que estava com Mary e prometeu ligar para o número escrito no mesmo.
Elas combinaram, que se encontrariam na casa de Jane às 8 horas da manhã.
Mary confiante no que estava fazendo, saiu de perto de Jane e foi para sua casa.

***

Jack estava na grande sala da casa de seu pai, assistindo um filme e não conseguia se concentrar, pois seus pensamentos estavam em Mary. O que ele mais queria, era abraçar Mary e nunca mais ficar longe dela.
Logo Helena chegou, terminando de tirar sua concentração.
— Oi Jack, recebeu a visita de seu pai hoje?
— Você deve saber que não, pois sabia que ele estava trancado no quarto.
— Óbvio, como não saber?
— Então foi você que o trancou?
— Não, como pode dizer isso?
— Percebo, pelo seu modo de falar.
— E o que você entende sobre modo de falar?
— Não adianta discutir com você — Jack disse saindo de perto de Helena.
— O que esta acontecendo aqui? — Juan disse saindo do banheiro com uma toalha enrolada da cintura para baixo.
— Nada amor, só estamos conversando.
— Parece que estavam discutindo.
— Não estávamos! Melhor não se preocupar com isso, você não teve um bom dia.
— Vou acreditar em você, creio que não me decepcionaria.
Mal sabe meu pai, o que esta mulher me disse no hospital. Gostaria de contar a ele, mas não adiantaria, pois ele não acreditaria em mim — Jack pensou.
Juan foi para o quarto colocar uma roupa e Helena perguntou a Jack:
— Você vai morar aqui com seu pai?
— Sim, até eu possuir um emprego para pagar aluguel ou comprar uma casa.
— Então vou te aturar por um bom tempo aqui. Não acredito que você tenha capacidade para conseguir um emprego.
— Fala de mim, e você? Trabalha?
— Sim, para o seu pai.
— Acredito que também não tem capacidade. Só trabalha com ele, porque é noiva dele.
— Eu tenho muita capacidade. Aliás eu reviso livros na Editora dele.
— Editora? — Jack ficou impressionado.
— Sim, você não sabia?
— Não.
— É claro! Seu pai te esqueceu.
— Você está manipulando ele.
— Não estou! Eu o amo. Só não gosto de você.
— Pois terá que me aguentar. Eu quero ser escritor.
— Terá que procurar outra Editora, na do seu pai você não mostrará uma palavra do seu trabalho. Se é que você sabe escrever.
— Você deveria conhecer meu trabalho antes de falar o que não sabe.
— Deve ser um fracasso.
— Não é um fracasso, eu poderia construir poemas neste momento e lhe impressionar.
— Você acha que eu quero ouvir baboseiras?
— Se não quer ouvir porque tem medo.
— Eu tenho medo?
— Sim.
— Então mostra-me os seus poemas no papel.
— Vou pega-los.
Jack foi até o quarto onde estava sua mala, e procurou por todo canto, mas não achou os papéis. Jack percebeu alguns rasgos onde  eles estavam guardados. Os papéis haviam voado no acidente.
Envergonhado, Jack foi até Helena.
— Não poderei ler os poemas para ti.
— Você é um fracasso.
Jack por um momento pensou ser um fracassado por não perceber o rasgo na mala, mas tentou se explicar:
— Os papéis sumiram de minha mala no dia do acidente.
— Para de mentir, você não sabe escrever.
Jack vendo que seu pai estava saindo do quarto, não quis provocar intrigas e disse:
— Achei muito bom meu pai ter uma Editora.
— É muito bom. Eu escrevo livros maravilhosos e reviso muito bem — Helena se engrandeceu.
— Espero que continue assim.
— Eu vou!
— Um dia uma mulher me disse para não ter tanta certeza das coisas — disse Jack.
— E o que eu tenho haver com esta mulher? Ela não sabe nada da vida.
Jack dizendo a Helena o que Maria havia lhe falado, lembrou-se dela, Edward, o mendigo e todos da sua antiga cidade. Sua vontade era ver cada um deles, mas ele não podia enquanto não cumprisse o seu desejo de ser um escritor.

***

Mary ainda não sabia onde era a casa de Jack, e gostaria muito de vê-lo, já estava preocupada, e não sabia se ele havia saído do hospital. Sendo assim, ela ligou para ele:
Oi, você pode falar neste momento?
Sim, você está bem? respondeu Jack.
— Estou, você poderia vir até a minha casa, a Ana está louca para te ver.
— Talvez irei! Eu também estou com muita saudade dela.
— Por que talvez?
— Quem é o homem que foi lhe buscar no hospital?
— Meu vizinho, por que a pergunta?
— Nada.
— Ficou com ciúmes?
— Não.
— Você virá? A Ana está desesperada.
Já que insiste eu vou!
Jack mal sabia que a saudade era vinda mais de Mary do que de Ana. Não rejeitou o pedido e foi até a casa de Mary. Ele também estava com saudade delas.
Quando chegou no local, Jack foi recebido com um grande abraço de Ana, o que o deixou muito feliz, pois sempre achou que crianças não gostavam dele. A partir daquele momento percebeu que não são as crianças que não gostam dos adultos e sim os adultos que não dão atenção a elas o suficiente para que possam se apegar.
Jack entrou na casa de Mary e se surpreendeu com a organização.
Na sala havia uma estante enorme, cheia de livros. Ele não imaginava que isso ainda existia, pois sempre que ia na casa de alguém, via televisões e computadores. Quando viu Ana lendo, ficou maravilhado, pois as crianças que ele geralmente via, não liam nada, com exceção as mensagens nos celulares. Sua paixão eram os livros, por isso encantou-se por Mary e Ana que também gostavam.
A noite de Jack foi maravilhosa
Ele percebeu que um bom e humilde gesto que ele teve, comprando um livro para uma garota, foi de grande retribuição para ele: O dobro do amor.

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