- Isso está virando perseguição. - Carina resmungou para Teddy ao ignorar Maya e virar de costas para caminhar em direção ao restaurante, tentando não pensar no contato visual e no sorriso ladino que recebeu da loira. - Como ela pode ser tão irritante?
- Vocês trabalham no mesmo estúdio, não será a primeira vez e não será a última que irão se encontrar. - Teddy murmurou ao empurrar a porta do restaurante, seguindo até a mesa em que os amigos costumavam se reunir para almoçar depois do turno, era uma das melhores coisas do dia para Carina, ter a companhia de quem ela gostava lhe deixava animada, e hoje, depois de uma sequência de desastres, comer comida italiana e jogar conversa fora era tudo que ela precisava, se não fosse por um motivo: o rumo em que a conversa estava tomando.
- A Carina deveria admitir que achou a novata muito bonita. - Andrew estreitou os olhos e encarou sua irmã, a fazendo cruzar os braços.
- Não vou admitir nada. - Carina revirou os olhos.
- Então você a achou bonita?
- Não... Sim... Não, ah, me deixa em paz, Andrew! - A italiana sentiu suas bochechas queimarem de tanta vergonha, era a pior coisa do mundo para Carina, admitir que alguém que ela não gostava era bonito, mas, agora seus amigos iriam parar de encher seu saco com o assunto, isso era o que ela pensava, não foi o que aconteceu quando Amelia abriu a boca.
- Acho que a Carina está com ciúmes da Gabriella. - Amelia riu, escondendo seu rosto com o cardápio para não ser fuzilada pelos olhares de Carina.
- Você está maluca? - Carina esbravejou, batendo as mãos na mesa e chamando a atenção de algumas pessoas. - Scusate! - Ela se desculpou olhando ao redor, voltando sua atenção para sua amiga, usando sua mão para baixar o cardápio. - Por acaso você está bêbada antes das oito horas da noite? - Carina nunca admitiu ter ciúmes da sua ex namorada, nem quando estavam namorando, para ela, ciúmes eram para pessoas inseguras e que não tinham confiança em si mesmo. Carina estava errada. Ciúme é o medo de perder a pessoa que se ama para outra pessoa, de perder um trabalho ao qual se é muito dedicado ou até mesmo um objeto ou posse pelos quais possui bastante estima. Ele pode ser considerado normal até certo limite e deve estar baseado em fatos.
- Não tem problemas ter ciúmes da sua ex namorada, Carina.
- Questo è pazzesco! (Isso é uma loucura!) - Carina respirou fundo, pegando o cardápio das mãos de sua amiga para tentar escapar daquele assunto. - Não tenho ciúmes da Gabriella.
- Então você decidiu ficar com raiva da novata por qual motivo? - Amelia arqueou as sobrancelhas, recebendo alguns olhares de Teddy e Andrew, os dois não tinham tanta coragem para tentar mostrar que a italiana estava errada em algumas atitudes.
- Porque ela é arrogante e riu do sermão que a Gabriella me deu, não vou ignorar o que ela fez e fingir que ela é a pessoa mais legal do mundo.
- Ela é muito legal, Carina, e não vi nenhum problema relacionado ao caráter dela.
- Vamos comer? - Foi a vez de Teddy abrir a boca para interferir o assunto, vendo que sua amiga estava ficando vermelha novamente e soltando algumas lufadas entre os dentes. - Tenho certeza que a Carina vai esquecer a novata e parar com essa implicância, não é, Deluca?
- Não estou implicando com ninguém, foi ela quem começou.
- Dammi pazienza! - Andrew suspirou, chamando o garçom para que todos fizessem seus pedidos, eles decidiram não falar sobre Maya durante o almoço, vendo o quanto aquela mulher irritava Carina, a italiana concordou e por um momento parou de citar o nome de Maya em cada frase que falava, o que era no mínimo, cômico, já que ambas não tinham trocado uma palavra e quando não gostamos de alguém, a primeira coisa que fazemos é ignorar a existência dela.
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Everything Happens
Romance[HIATUS] "Em que momento a implicância se torna uma linguagem do amor?"