Capítulo 50

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Anely James Jackson
Hospital Hichello, Santa Bárbara
14 de maio de 2020, 08:52

 Correndo como nunca, entro no hospital. Corro pelos corredores. Procuro com o olhar o consultório três que me mandaram procurar enquanto meu pai passava minhas informações no andar de baixo. Ao longe finalmente avisto a porta com um número três na porta

 Corro em direção a porta. Todos os médicos, enfermeiras e pacientes apenas me encaram correr pelo corredor. A melhor parte de ser filha de Daniel Hichello é que você tem passe livre para todos os setores de seus hospitais e ninguém tenta te impedir de entrar seja onde for

 Paro em frente a porta. Levo a mão até a maçaneta e abro a porta. Na sala tem uma mesa com duas cadeiras posicionadas na frente. É o consultório de um pediatra porque tem brinquedos e alguns bichinhos de pelúcia. Sentado em uma das cadeiras Michael de costa para a porta, ele se levanta assim que abro a porta. Ele corre em minha direção e me abraça forte

— O que aconteceu Michael? — pergunto afoita para ele que afunda os dedos em meu cabelo e parece estar aliviado em me ver

— Amy quebrou o braço, mas, está bem — ele balbucia — Fiquei tão assustado — ele choraminga — Eu fui um péssimo pai, devia ter ficado com ela — ele libera o choro que sem dúvida ele segurou até agora

— Está tudo bem meu amor, o importante é que ela está completamente bem — sussurro para ele enquanto faço um carinho em seu cabelo para o acalmar — Você é um ótimo pai, crianças se machucam mesmo — dou um beijinho em sua bochecha

— Devia ter cuidado melhor dela — dou um beijinho mais carinhoso e demorado em sua bochecha e passo minhas duas mãos por suas costas

— Fique tranquilo, acontece — dou mais um beijo carinhoso em sua bochecha — Ela está bem, isso é o que importa!

— Já pode levar sua pequena para casa senhor Jackson! — uma mulher fala enquanto entra na sala. Afasto-me de Michael e me viro lentamente. É uma enfermeira e ela está acompanhando Amy que está com o antebraço engessado

— Vocês dois precisam me dar um autógrafo para eu me exibir no colégio! — Amy fala muito empolgada tirando um baita peso das minhas costas e fazendo seu pai suspirar aliviado

— É claro que sim! — ele fala com um enorme sorriso no rosto e tira magicamente uma caneta de seu paletó. Vai até ela e assina em seu gesso, ele fez uma assinatura tão grande que duvido caber a minha

— Você mamãe, vem! — Michael me passa a caneta. Vou até ela e assino logo abaixo do autógrafo do pai dela — ANELY JACKSON E MICHAEL JACKSON NO MEU GESSO MUNDO! — arqueio uma das sobrancelhas para ela — Já agradeci por você ser palmiteiro hoje pai? — ela abre um sorriso para ele que gargalha

— Já podemos ir? — pergunto a moça que estava acompanhando Amy. Ela olha para o outro lado como se não tivesse me ouvido e faz uma cara de deboche, vou fingir que não vi — Bora família! — falo enquanto pego a mão de Michael e o puxo para fora da sala. Amy nos acompanha saltitante

— O que foi isso? — ele pergunta assim que paramos em frente ao elevador. Solto a mão dele e cruzo os braços

— Ela deu em cima de você, não é? — ele se espanta e olha para Amy que agora está segurando um sorriso de cúmplice — Desembucha Michael Joseph Jackson!

— Ela deu em cima de mim, ficou com pena por eu estar sozinho naquela situação e ficou ao meu lado o tempo todo! Como uma boa amiga — ele fala tranquilamente

— Uma boa amiga? — olho para Amy que dá uma gargalhada gostosa e tão alta quanto a que o pai está dando agora

— Ela não entende que nenhuma chega aos pés dela! — Amy fala enquanto entra no elevador que acaba de abrir as portas. Michael se curva levemente para mim e aponta para o elevador. Entro e ele vem em seguida

 Em um completo silêncio encaro as portas do elevador. Elas se abrem. A primeira pessoa que vejo é o meu pai. Amy corre para ele e o abraça. O homem que tem o mundo no bolso abraça minha filha com carinho

— Assina o gesso também? — ela pergunta agitadíssima — Será que a tia Luísa e Taylor também assinam? — meu pai acena positivamente para ela e começa a falar sobre como foram seus sete dias com todas as suas filhas

 Acho tão bonita a forma que meu pai fala com meus filhos. É como se todos tivessem a mesma idade que ele, o meu pai faz com que meus filhos se sintam melhores amigos dele

— Esta chateada? — Michael pergunta baixinho. Saio do elevador e ando pelo salão até a porta de saída/entrada. Logo em frente está nosso carro já esperando por nós — Fala comigo pelo amor de Deus!

— Não, não estou chateada com você — digo rispidamente enquanto ando até o carro. Paro. Olho bem nos olhos dele — Estou chateada comigo mesma por deixar que essa situação toda me amedrontar! Não vou mais correr, se Alexander quiser me pegar, que venha, eu arranco as bolas dele, na unha! — digo enquanto entro no carro.

Rancho Neverland, Los Olivos
11:19

 Assim que o carro para, eu saio, deixando Amy e Michael com meu pai. Não acredito que estou com ciúmes de uma simples pessoa que ficou ao lado do meu marido em um momento difícil!

 Entro na casa e subo direto para o meu quarto. Não ouvi nada das crianças, devem estar na casa de River. Isso é bom. Tomarei um banho e vou até eles, preciso ver meus pequenos!

— Anely! Fala comigo! — Michael fala assim que entra no quarto. Bate a porta com força e me segue até o banheiro — Daniel vai levar Amy para a casa de River onde os irmãos estão, poderá gritar comigo  o quanto quiser!

— Eu estou me sentindo ameaçada dentro do meu próprio terreno! — paro repentinamente e me viro para o encarar — Odeio ser a ciumenta que o pobre marido não pode nem sequer conversar com outras mulheres!

— Você não precisa ficar com ciúmes de uma mulher que eu nunca mais verei na vida! — ele me provoca com um tom malicioso — Sabe, talvez nós vejamos a enfermeira quando Amy for tirar o gesso — fala com um certo humor. Estreito meus olhos para ele e me aproximo perigosamente

— Então aproveita que sua filha terá que voltar lá de qualquer forma e vai atrás dela! — digo desaforadamente e ando em direção ao banheiro

— Amor, eu estava brincando! — Michael fala enquanto me segue — Me desculpa eu não queria te chatear — ele entra em minha frente e faz um biquinho — Por favor me desculpa — suspira e faz uma carinha sinalizando que está prestes a chorar

— Não, eu que peço desculpa — balbucio — Só estou estressada e você não tem culpa alguma — passo às duas mãos pelo rosto — Enquanto Alexander não for preso assim como Nicolas eu não vou ter paz!

— Como assim amor? — ele abre um sorriso irônico — Você me disse que o Alexander já tinha sido preso! — ele estreita os olhos para mim. Do que ele está falando? Arqueio uma das sobrancelhas para ele — Sim! Você me disse! Olha! — ele enfia a mão no bolso e tira o celular — Aqui! — ele me estende o celular — Vê? Até combinou de me ver na casa do seu pai aqui em Los Angeles hoje! — eu não mandei mensagem alguma.

Altivez O ReinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora