Capítulo 54

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Anely James Jackson
Mansão Richards, Los Angeles
14 de maio de 2020, 20:47

— Anely! — Alexander fala firmemente — Não respondeu minha pergunta! Por que trinta minutos? — engrossa a voz. Com quem ele pensa que está falando?

— Fecha a porta e eu vou te mostrar o porquê dos trinta minutos — abro um sorriso malicioso para ele que parece ter entendido. Com um sorriso satisfeito no rosto ele solta minha mão e fecha a porta

 Alexander se aproxima colando seu corpo ao meu. Sinto sua ereção em minhas costas. Ele tem a altura do meu pai e costumava ter os mesmos músculos que ele, por falar nele, onde ele está? Até onde sei Amy estava com ele, se ela está aqui ele também devia estar!

— Você viu meu pai? Pensei que ele viria pra cá! — pergunto para ele — Sinto falta de ver vocês dois juntos, sabia? — me viro para o encarar

— Daniel está no porão! Ele e River — ele começa a rir muito alto — Ele está brincando comigo — ele coloca a mão na frente da boca — Daniel se machucou na nossa última brincadeira e agora ele está no porão para se recuperar!

— Você machucou meu pai? — meu coração se aperta. Um nó se forma em minha garganta — Como ele se machucou? — pergunto com o tom mais calmo que consigo agora

— Ele se machucou com a arma e a River também — ele dá uma risadinha — A Petra está vindo, você sabia? Se você não fizer por merecer eu vou ficar com ela — okay, minha paciência se esgotou é muita maluquice!

— Tem uma arma com você? — pergunto para ele que nega com a cabeça — Ótimo! — me posiciono logo atrás dele. Levo minha mão até o punhal que está entre meus seios protegido por sua capa de prata. Tiro a capa e a deixo cair sobre o carpete

— Anely — Alexander chama por mim — Quem é ele? — pergunta e começa a se virar lentamente. Largo o punhal e piso em cima — Quem é ele? — pergunta mais uma vez — SUA PIRANHA! — grita e em seguida coloca às duas mãos em volta do meu pescoço

 Tento gritar, mas, não sai nada. É em vão. Alexander me tira completamente do chão. O desespero toma conta de mim. Debato-me. Em vão bato com às duas mãos em suas mãos que estão fechadas ao redor do meu pescoço. Não consigo respirar. Não consigo! Deus. Não me deixe morrer. Por favor. Meus filhos precisam de mim. Meu marido precisa de mim. Minhas irmãs e meu pai precisam de mim! Não me deixe morrer, eu lhe imploro...

— Você não vai morrer hoje, nem agora! — a voz da minha mãe diz calmamente ao meu ouvido. Sinto seu perfume suave de morango no ar — Fique tranquila. Pare de se debater. Se finja de morta. Quando ele soltar seu corpo, aí você o mata

 Aos poucos relaxo meu corpo. Ele grita e me sacode. Sinto que se ele apertar um pouco mais, ele quebra o meu pescoço e será o meu fim!

 Alexander não solta meu pescoço. Ao contrário. Agora ele está me sacudindo ainda me enforcando. Seja forte Anely. Não desmaie. Alexander finalmente solta de uma vez derrubando meu corpo no chão

 Puxo o ar lentamente pelo nariz. Tudo o que eu queria agora era poder respirar o máximo que eu puder, mas não posso. Não posso!

— POR QUE VOCÊ ME TRAIU COM ELE ANELY? — ele grita enquanto chora — SUA PIRANHA! — berra

 Ele fala mais alguma coisa, porém, não escuto porque a voz dele vai ficando cada vez mais distante... Não quero e não posso desmaiar, não posso... Vamos lá cérebro, não foi tão ruim. Não precisa se desligar para me preservar, eu estou bem...

— Agora eu tenho que matar os nossos filhos — ele sussurra. Abro meus olhos lentamente — Ela precisa deles, no céu — fala de um jeito estranho e avoado como se estivesse mergulhado em seus próprios pensamentos

Ajoelho-me. Tudo está instável. Minha visão está estranha. Com a força da minha teimosia me coloco de pé. Ele se vira de uma vez. Sinto meu sangue gelar!

— VOCÊ AINDA ESTÁ VIVA? — rosna. Dou um passo atrás. Ele se aproxima bruscamente. Fecho o punho do jeito que o meu pai me ensinou, antes que ele faça algo contra mim eu desfiro um soco em seus testículos o acertando violentamente

Ainda um pouco tonta me desequilibro e me sento de uma vez no chão. Olho para frente. Alexander está no chão. Ele chora e grita. Agora vendo sua sola de sapato, está usando um dos sapatos de Michael

— Isso é demais para mim — sussurro. Levanto-me. Me apoio na parede mais próxima. Minha visão escurece rapidamente e volta — Por sua culpa não vou sair daqui com as próprias pernas — falo entre dentes — Se meu pescoço estiver roxo eu vou arrancar seu pau!

— ANELY! — Michael grita por mim, fazendo com que meus olhos se encham de lágrimas instantaneamente

— Eu estou aqui Michael! Aqui! — falo afoita. Vou até à porta devagar. Abro — MICHAEL! — digo ao sair do quarto

— Aí está você! — ele diz ao se aproximar e me abraçar forte — Ali, é ele! — Michael diz a alguns médicos que acabam de passar por mim e entrar no quarto — Que belo estrago você fez — Michael sorri nervosamente — Fiquei tão preocupado com você minha rosquinha — ele choraminga — Graças a Deus você está bem — ele começa a chorar copiosamente — Ai meu Deus, se houvesse acontecido algo com você — ele chora

— Agora eu estou bem meu amor, estou bem — falo entre lagrimas. O alivio que estou sentindo agora nos braços do meu amor. Não tem preço — Meus filhos, onde estão? — sussurro para ele que se afasta um pouco e passa as duas mãos por meu rosto para limpar as minhas lágrimas

— Seus filhos estão com seu pai e River no jardim, todos estão bem não se preocupe! — ele beija minha testa com carinho — Vem ver os seus filhos — ele passa seu braço por minha cintura e me ajuda a andar até as escadas. Eu consigo ficar de pé, andar sozinha é outra história

— Ele tem o pau pequeno — sussurro ainda com dificuldade para Michael. Eu ferrei o resto da minha voz gritando por ele daquele jeito — Senti quando o soquei!

— Você socou o saco dele? — Michael pergunta entre risos — Eu queria ter visto isso — ele ri — Tenho que te alertar que River levou um tiro e estávamos cuidando dela, por isso demorei tanto a aparecer. Agora, médicos estão realmente tomando conta dela — meu Deus!

— Nem chegamos no meio do ano e tantas coisas já aconteceram — ele me ajuda a descer o último degrau — Acho que já consigo andar sozinha — digo baixinho — Tenho que ir andando até os meus filhos para eles saberem que eu estou bem!

— Tudo bem, da maneira que você desejar minha rainha — ele fala baixinho para mim e me guia até a porta de entrada que esta completamente aberta. Assim que percebem que estou saindo eles correm em minha direção. Eles nos abraçam com ternura. Meus filhos estão bem, e isso é tudo o que importa

— Você esta atrasada — Léo fala entre lagrimas — Não faz mais isso mamãe — concordo com a cabeça para ele e abro um sorriso para mostrar que realmente esta tudo bem 

— Me soltem! — grita Alexander que esta sendo arrastado pelos médicos — VOCÊS SABEM QUEM EU SOU? EU SOU MICHAEL JACKSON! ME SOLTEM! — Michael estreita seus olhos

— Aquele terno é meu? — ele pergunta em um tom exagerado — Não acredito que ele roubou meu terno! — cruza os braços

— Esta usando os seus sapatos favoritos também — digo entre risadas altas para ele e as crianças também começam a rir de Michael. Os mais novinhos levaram tudo isso como uma grande brincadeira

 Amy e Léo são os únicos que entenderam o que realmente aconteceu, mas, quando notaram que eu estava bem isso os tranquilizou. Amely até onde sei esta com meu pai e tia River esta em boas mãos. Ainda bem que tudo esta bem, mas, ainda tem coisa mal resolvida.

Altivez O ReinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora