Capítulo 66

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Anely James Jackson
Rancho Neverland, Los Olivos
20 de julho de 2020, 03:01

 A respiração ofegante. A pele quente. Os movimentos lentos e calmos. O perfume embriagante. O cheio cítrico de seus cabelos. O toque suave de sua virilha contra a minha bunda. Todos esses detalhes me fazem chegar a um ponto de prazer que eu jamais pensei que um dia chegaria. Os detalhes desse homem e do amor que fazemos me leva ao paraíso.

— Você é tão deliciosa — Michael fala entre gemidos baixos — Tão deliciosa — balbucia. O sinto se desfazer dentro de mim — Eu te amo tanto — diz entre suspiros — Não tem ideia do quanto você me eleva minha rosquinha — morde levemente o lóbulo da minha orelha.

— Se eu não te conhecesse, até chegaria a pensar que está falando tudo isso só porque teve o que queria — digo entre risos para ele.

— Ainda bem que me conhece — ele enterra seu nariz em meus cabelos — E doeu dessa vez? — pergunta baixinho — Foi bom pra você gata? — ele faz uma voz engraçada.

— Sim — respondo gargalhando. Adoro quando ele faz essas vozes engraçadas — Dessa vez você fez com tanto carinho que eu até gostei — sussurro para ele que beija repetidamente a minha nuca — Sem dúvida vamos fazer mais vezes!

— Essa foi a melhor coisa que escutei hoje após o sim! — fala empolgadinho enquanto ainda me da vários beijinhos. Existe tanto amor nesse homem, não tem nem como não amar ele.

Amy-Michael Jackson
08:19

 Me sento na lateral da enorme e barulhenta mesa do café da manhã. Meus irmãos como sempre acordaram cheios de energia. Especialmente hoje até meu pai está falando quase gritando e especialmente hoje, mamãe está quieta. Ela apenas toma seu suco de limão e encara seu prato com frutas. Deve estar triste por se privar de comer o que gosta, nada a deixa mais triste que dieta.

— Bom dia meus amores! — a melhor parte dessa família fala com um enorme sorriso no rosto enquanto se aproxima da mesa. Thomas é tão maravilhoso.

 Enquanto Thomas abraça minha mãe e logo após o meu pai, Lily entra na sala de jantar também. Ela é tão parecida com a Petra, eu tenho tanta curiosidade. Imagina conversar com ela? Quantas coisas se pode aprender em apenas uma conversa com Petra Pritchett? Amo minhas tias de sangue, tia Janet é um doce, mas, Petra me chama mais atenção pelo mistério.

— Amy! — ela me abraça assim que se aproxima, adoro o perfume de Lily — Se quiser conversar sobre qualquer coisa é só falar comigo, viu? É para isso que irmãs mais velhas servem! — fala com uma doçura em sua voz.

— Obrigada Lily, realmente vou precisar. A minha cabeça está um pouco bagunçada e eu só consigo fugir do assunto, dentro da minha própria cabeça! — cochicho. Ela fecha os olhos e move a cabeça de cima pra baixo como se já tivesse passado pelo mesmo.

— Te vejo depois meu amor, vou fazer com os nossos outros 500 irmãos! — ela brinca, dá um beijo na minha testa e segue abraçando nossos irmãos e irmãs.

— Bom dia — Léo desanimado se aproxima da mesa — Mamãe, podemos conversar um pouco?

— Claro! — mamãe fala se levantando quase que de imediato. Adoro quando ela faz isso, me sinto a criatura mais sortuda do mundo por ter uma mãe que larga tudo apenas para te ouvir, impossível não a amar.

Leonel Jackson
08:32

— Sabe quando você se sente menor que um grão de areia? — pergunto enquanto olho para o horizonte

— Acho que você chamou a pessoa errada, filósofo e conselheiro é o seu pai — mamãe fala entre risos enquanto se deita na grama ao meu lado. Ela está usando um vestido rosa e seus cabelos estão bem lisos.

— Você nunca se sentiu perdida mamãe? — mamãe se senta novamente e me encada um pouco pensativa.

— Já, mas, nunca me senti do tamanho de um grão de areia. Sempre me senti o oceano e se brincar até a praia toda. Nem quando estou triste me permito ser diminuída, seja pela mente ou por outras pessoas! — fala em tom calmo, doce e terno como sempre. Até quando ela está brava e briga do conosco, é esse mesmo tom e eu suponho que ela nem se dá conta disso.

— Como faço para ser mais como você, mamãe? — pergunto a ela. Minha mãe me olha docemente. Suspira. Traz sua mão até meus cabelos afundando seus dedos que vão ao encontro do meu couro cabeludo.

— Você tem que encontrar seu ponto de paz! — fala baixinho — Não pode deixar a voz dos outros mais alta que a sua própria. A sua voz tem que ser a mais alta para si mesmo. Ah, e seu ponto de paz não pode ser outro ser humano. Nunca! — franzo o cenho para ela. Sempre acreditei que meu pai fosse o porto seguro dela — Você nasce sozinho e morre sozinho, o segredo de tudo é aprender a viver só, amar sua própria companhia e claro, saber valorizar! — ela olha para cima — Sabe qual é o meu ponto de paz? — arqueia uma das sobrancelhas — Meu ponto de paz é ficar sozinha e fazer tudo o que já ensinei a vocês. Quando você se ama, se cuida e se compreende, você consegue lidar com qualquer coisa!

— Acho que entendi! — falo baixinho — Então, se eu me colocar como prioridade e parar de pensar nos outros antes de pensar no que quero, as coisas vão começar a mudar? — mamãe da de ombros — Mãe, eu não quero ir para Nova York! — ela pisca um par de vezes — Minha namorada quer ir para Nova York. Os planos dela era começarmos a faculdade e morar juntos, mas, eu não estou pronto!

— Olha, eu acho que não sou a melhor pessoa para te ajudar a tomar essa decisão — ela olha diretamente para mim — Penso que você devia falar sobre isso com a sua psicologa! — fala calmamente — Porém, o conselho que te dou é; você é muito novo. Tem o mundo aos seus pés. Você teve o privilégio de nascer em berço de ouro, após o colégio saia para viajar um pouco. Nessa viagem pense no que você realmente quer. Isso de morar junto, mudar de cidade me parece ser algo repentino e arriscado!

— A senhora tem razão — me inclino em direção a minha mãe e me deito em seu colo. Mamãe continua a me fazer carinho nos cabelos enquanto as lágrimas descem por meus olhos. Não posso deixar alguém escolher nada por mim assim. Não posso, por mais que eu ame essa pessoa.

Altivez O ReinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora