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    Era incrível como todas as merdas que você não viveu por anos, estavam caindo sobre você naqueles tempos. Era como estar sendo castigada em dobro por coisas que você plantou, e estava colhendo o seu erro e da outra metade da população.

Mesmo com a cabeça tampada, sabia que estava em uma van. O espaço erra maior, o barulho do transporte era diferente. Só não sabia onde caralhos estava sendo levada. Seu coração quase saindo do peito e toda aquela tensão nos músculos. Sabe lá Deus o que iria acontecer com você.

Não demorou muito para o rumo das rodas irem parando, fazendo a porta abrir e você ser puxada de lá rudimente. Com empurrões e murmuros, os homens a guiaram até dentro de sabe lá onde.

Jogaram seu corpo amarrado no chão gelado e úmido, fazendo sua coluna chocar contra a superfície dura e um gemido escapar dos lábios. O saco foi tirado de suas vistas, dando para ver tudo. Era uma sala suja, com pouca circulação de ar e com o piso molhado. Somente uma cadeira tinha ali, além de seu corpo indefeso.

Um homem de porte médio e cabelos loiros entrou na sala, sorrindo grande com óculos sobre os olhos. Não era lá o homem mais bonito que já viu, mas ele era um pouco melhor do que a maioria que já conheceu.

— Então é essa a puta do Mikey. — Se sentando na cadeira frente a você, ele ajeitou os óculos — Julgando pela aparência, ele até tem bom gosto.

— É ela mesmo, chefia. Eu vi ela com ele. — Aquele que lhe trouxera falou, com uma mecha descolorida frente os cabelos e tatuagens em ambas as mãos.

— Que maravilha. Então, me conte. — O loiro se curvou e depositou o cotovelo no joelho — Quantos Mikey tem te pagado pra chupar ele?

— Porra. Me solte, se você tem algo contra Mikey, deveria ir atrás dele.

— Resposta errada. — Ele disse, olhando você dos pés a cabeça — Vamos tentar de novo, quantos você recebe para ficar com aquele verme?

— Nunca precisei vender meu corpo. — Rosnou irada, mechendo as mãos amarradas.

— Huu, então vocês realmente tem um caso? — O loiro olhou o outro ao seu lado — Acho que pegamos o alvo certo.

Ambos sorriram estranho, causando arrepios em você. Não sabia o que iria acontecer, muito menos se sairia dali com vida; O pior é que se eles estavam atrás de Mikey, deveriam ter te pagado para fazer chantagem emocional. Que droga. Mikey a odiava; nunca que ele iria dar o braço a torcer para te salvar.

— Olha só, gatinha. Você vai ficar aqui com a gente, até que eu consiga o que eu quero. — O loiro disse astuto — Se você for boazinha e obedecer, pode até sair daqui inteira. Mas se começar a agir como uma puta, as coisas vão ficar difíceis.

— Se está me usando para chantagear Mikey, lhe aconselho que me solte e pegue os cigarros dele. — Você disse — Tenho certeza que ele os prioriza mais que eu.

— Bom, até poderia. — Ele olhou o teto — Mas sabia que ele matou um dos meus homens por causa sua? Então mesmo que usar você para fisgar o Mikey não dê certo, pelo menos vou poder vingar a morte do meu capanga.

Puta merda. Engolindo em seco, você ficou sem resposta. Poderia sim perder a vida dali em diante de qualquer jeito.

Observou sem reação o homem se levantar e ir até a porta, parando frente ela com o outro. Ambos a olharam, antes de sorrir e comentar.

— Vê se não grita, ou faz show. Você poderá perder essa linda carinha.

E então, ambos saíram e trancaram a porta.

°°°

A rotina ali era dolorosa e cansativa; Você não sabia quantas horas - ou até mesmo dias - haviam se passado. Só sabia que era de manhã quando um homem entrava e lhe oferecia uma comida de cadeia e uma água parecida que pegaram em um rio sujo.

Apesar da indisposição e a fadiga, você observava tudo. Não era como se fosse esperar Mikey a salvar pelo resto da vida, então estava sempre atenta em cada detalhe.

Olhava a troca de turno; quando homens diferentes iam lhe oferecer comida. Olhava as chaves penduradas nas calças, as armas suspendidas nas cinturas, até mesmo os olhares impróprios que eles lhe davam.

O local em que estava era sempre o mesmo. A salinha suja e sem cama, sem ventilação, só com uma cadeira que eles usavam para lhe observar. Sabia também que frente aquela sala, tinha outra; assim que eles abriram a porta, dava para ver.

Talvez fosse uma sala de descanso deles, ou até mesmo onde eles fazem a troca de turno. Não sabia ao certo, mas continuará a observar.

Porque mesmo que Mikey fosse mais forte para lhe salvar, você não o esperaria. A princesa iria se salvar sozinha.

|𝑴𝒊𝒌𝒆𝒚 𝒑.𝒐.𝒗|
( Não é em terceira pessoa)

Era verdade tudo aquilo. Ela foi mesmo embora e nunca mais voltou.

Já se passaram três dias em que eu enlouqueci e quase matei a Florzinha. Eu perdi a cabeça e o senso do comum, atacando ela. Talvez as pessoas estivessem certas, eu era um impulsivo. Usava da minha força para machucar até mesmo quem eu gostava. Mas era por puro impulso; esse lado sombrio meu sempre vinha a tona quando algo me enchia os pensamentos.

Eu me senti um lixo depois de tudo o que aconteceu. Mas realmente pensei que ela não precisava mentir o tempo todo, porra, eu estava me entregando a ela da carne aos ossos e ela estava somente usando da minha boa vontade.

Todos os três dias eu me iludi, pensando realmente que, mesmo depois de quase a matar asfixiada, ela iria voltar aqui e gritar na porta como uma louca. Isso era tudo saudades. Demorei um pouco para perceber, mas no fim não consegui mais esconder isso de mim mesmo.

Saudades de vê-la, de mecher com seus fios de cabelo, de sentir seu cheiro, de toca-la. Eu a queria sim, mas o ego inflamado e o grande orgulho não me deixou ir atrás dela e pelo menos, me desculpar.

Era frustante ver como eu caí na armadilha de uma mulher. Ela foi uma puta de uma mentirosa, e mesmo assim eu a queria . Eu almeijei seu corpo na minha cama nessas noites. Eu estava mesmo virando um puto.

Suspirando, separei algumas folhas das novas boates e me levantei para sair do escritório, mas dei de cara com Kakucho totalmente ofegante e sério.

— C-chefe, precisamos conversar.

— O que ouve?

— A outra Gangue. — Colocou a mão no peito, respirando fundo — Eles estão se mechendo, e mandaram um recado.

Kakucho mostrou uma carta envelopado, escrito em letras grandes e cursivas : “ Para : Mikey ”.


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𝐃𝐀𝐌𝐍 & 𝐁𝐎𝐍𝐓𝐄𝐍  |  𝙈𝙞𝙠𝙚𝙮Onde histórias criam vida. Descubra agora