Capítulo 9

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Eu neste momento estava com a boca aberta, chocada a olhar para a minha tia, que sorria pra mim.

Eu nunca pensei. Podia ser qualquer pessoa, até o meu professor careca, mas a Tia Liz ?

Isto deve ser uma tradição de família.

-  Sei que deves ter muitas perguntas Ellen e eu prometo que vou esclarecer todas. - ela põe se na minha frente, olhando me com esperança, para que eu a entendesse.

Mas o problema é que isto não tem nada a ver comigo. Só sou uma adolescente que gosta de ver animes, doramas e kpop.

Não tenho nada a ver com coisas sobrenaturais, essa é a única coisa que eu entendo.

- Eu nem preciso de perguntar ao Tom ou á Jane sobre o que estás a pensar, pois a tua cara já me diz tudo. Ellen, percebe que tu és a protaginsta nesta grande história. - ela tenta tocar no meu ombro, porém afasto - me.

- Desculpem, mas eu não sou a pessoa que vocês procuram e a minha mãe está á minha espera, sabes como ela é ne tia? Por isso tenho de ir- dou um sorriso forçado, tentando não mostrar o meu eu destruído e medroso.

- Sabes Ellen, posso não conhecer muito sobre ti, mas espero que não estejas a subestimar-te. Pois eu já fiz isso e é horrível. - eu queria mesmo entender o que ele estava a tentar dizer, mas quanto mais tentava menos eu sabia. Desculpem a burrice. Ele olha pra mim com um sorriso que fez as suas tão famosas covinhas aparecerem. - Tu és incrível e olha que só estou contigo a alguns minutos. Se achas que és inútil ainda não conheces o teu verdadeiro eu, que é tão brilhante que toda a gente vê, menos tu e sabes porquê que és a única que não o vê? - nego rapidamente já sentindo os meus olhos arderem. - Pois invés de veres a tua luz dourada a verdadeira acabas por ver a cinzenta suja, a quem nem existe. Espero que percebas um dia o que estou a tentar dizer.

Confirmo engulindo em seco, afetada com as suas palavras.

- Uau Tom, isto foi tão piroso que me deu náuseas - falou Jane. Tom sorri cínico pra ela e o seu olhar volta para o meu.

- Ok, Ellen, eu vou te levar ta? Já é tarde e já devias tar em casa. Tom e Jane, falamos amanhã.

- Ok-respondem eles ao mesmo tempo, Jane desaparece dando me um aceno, que eu retribuío de boa vontade e Tom só olha pra mim dizendo:

- Espero que está não seja a última vez que nos falamos, gostei de te conhecer pessoalmente.

- Também gostei.

Ele sorri mais uma vez e desaparece como Jane.

Será que o menino não cansa de sorrir?

Está foi a primeira vez que vi alguém sorrir tanto.

Ele até ganha do Josh.

- Não sei no que estás a pensar, mas é melhor fazeres isso enquanto andas até ao carro, pois não quero que sejas morta pela tua mãe.-sorrio concordando.

-Pois também não quero tia.

Entro no carro, me sentando ao seu lado. Já era de noite e secalhar, só secalhar vou ser castigada,mas o pior é que a culpa nem é minha.

Eu não pedi pra ver seres sobrenaturais.

-Ellen...- olho pra ela dando um sinal pra continuar.-Sabes eu sei que isto tudo deve ser tudo muito complicado, ainda por cima pra uma adolescente medrosa. - olho pra ela incrédula a fazendo rir. - Sem ofensa.

-Tu ofendeste, agora falando a sério, eu nunca pensei que ias ser tu e eu não estou preparada pra lidar com isto. Eu tenho medo de fantasmas, achas mesmo que vou conseguir aguentar  vê-los todos os dias?

- Mas tu não pareces ter medo da Jane e nem do Tom.

- É porque não viste a minha reação quando a vi. Agora o Tom, ele transmite uma calmidade e é impossível ele meter medo, tu já viste aquelas bochechas rosadas e fofas e aquele olhos lindos? - suspiro lembrando me de cada um dos seus detalhes.

-Tu não...

- C-claro que não, e-eu??? Gostar dele??? Tipo de um espírito!! Eu tenho medo deles, por isso é impossível. - olho pro teto do carro tentando disfarçar o meu desconforto com aquele assunto.

- Mas eu nem disse nada Ellen. Não acredito que tu gostas do Tom. Menina se ele ler a minha ele vai descobrir. - arregalo os olhos já suando. - Brincadeira, eles só lêm quando olham nos nossos olhos, por isso quando eu pensar nisso só basta eu olhar pra outro sitio e não diretamente pra ele.

-Ufa, quase me mataste do coração,mas não é como se eu gostasse dele.

-Aham sei.

Reparando que já tínhamos chegado viro me pra despedir me dela.

- Tenho de ir tchau. - tiro o cinto e abro a porta do carro saindo logo em seguida.

Ela abaixa o vidro e diz:

- Amanhã depois das aulas venho aqui com a Jane e o teu mozão,para explicar as tuas dúvidas.

-Vou ignorar esse mozão, até amanhã.

-Até amanhã. - vejo o carro desaparecer, temendo já não o ver mais na vida, pois chegou a hora pessoal, de enfrentar: a minha mãe.

Destranco a porta de casa com a minha chave. Entro e vejo que estava tudo escuro, ponho me de bicos de pés tentando fazer o mínimo de silêncio. Quando finalmente ia chegar ao meu quarto oiço uma voz chamar o meu nome:

- Ellen Evans!!! Aonde pensa que a senhora vai? Pr'qui depressa - abaixo a cabeça derrotada indo até lá e mantendo uma distância segura entre nós. - Porquê que chegaste a essa hora? Sendo que tu tinhas dito que ias chegar mais cedo?

- Prometes que não me vais interromper? - ela afirma.

- Eu estava com a tia li-

- Não era com a tua amiga?! Ellen tu mentiste-me? Eu bem que estava a achar estranho aquela conversa sobre a tua "amiga" . -fecho os olhos tentando manter a calma.

- Mãe a senhora disse que não me ia interromper, dá pra eu acabar de falar? - ela afima novamente - continuando, eu estava com a minha amiga, mas depois no caminho de casa encontrei a tia, falamos e esquecemos completamente da hora. Ela reparou que já era muito tarde e trouxe me pra casa. Pronto foi só isso. - agradeço mentalmente por ela não me interromper e encaro o seu rosto tentando não rir pra não ser descoberta.

- Enfim, eu depois vou estar com a Liz pra confirmar essa história, agora vai escovar os dentes, pois tens aulas amanhã e se acordares tarde Ellen Evans ficas sem ver os teus animes por 1 mês.

Nego depressa temendo perder o meu tesouro.

- Mãe, leva tudo o que quiseres menos os meus animes eu imploro. - ela revira os olhos e faz um sinal pra eu ir embora.

Corro até ao meu quarto, lanço me na cama e a primeira coisa que pensei foi no menino fantasma.

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