Capítulo 7

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Não acredito no que estou a ver.

Eu não sou tonta, sei bem que isto não é a minha imaginação ou sonho.

Digamos que eu já me belisquei 300 vezes, por isso estou tão convencida.

- Porquê que me estás a olhar com essa cara feia? - pergunta o demônio, literalmente, quer dizer acho eu. Nem sei o tipo de espécie que aquilo é.

Finjo não a ver me virando para o quadro.

- Vais mesmo me ignorar??? - ela mete-se na minha frente me tapando a visão do meu professor careca.

"Bufo já estressada, mas porquê que isto só acontece comigo?"

-Não acontece só contigo humana, muitas pessoas têm arrependimentos e tu és uma delas. - franzo o senho tentando entender como que ela soube o que eu estava a pensar.

-Humana nós os espíritos, lemos as vossas mentes por isso podes falar comigo assim, já que não podes falar alto.- olho pra ela desconfiada, mas vale a pena tentar né ?

"Se estás a ler a minha mente então com todo o respeito:Desaparece!!!".

- Ok isso não foi nada educado, sabes mesmo sendo um espírito tenho sentimentos. Não posso simplesmente desaparecer - ela sorri cínica.

Eu estou totalmente em choque, eu já nem ouvia o que o meu professor dizia eu só estava estática a olhar pro espírito á minha frente.

-Senhorita Ellen, sabe me dizer qual é a resposta?

Acordo do tranze me virando pro professor, vendo que ela já tinha ido embora .

Afinal ela pode muito bem desaparecer.

- Pode repetir a pergunta? -peço.

Ele abana com a cabeça me olhando desapontado. - A senhorita hoje está muito distraída, enfim eu perguntei - lhe se podia dizer-me qual oração que está presente nesta frase. - ele aponta pro quadro logo esperando a minha resposta.

Meu Deus e agora? Eu não sei muito bem está matéria.

- É uma oração coordenada adversativa - oiço uma voz baixinha e percebo que aquela voz não me era estranha.

- Hmmmm acho que é uma oração coordenada adversativa professor. - falo confiante. Se caso não for eu acho que choro de vergonha, pois a forma como falei foi mesmo muito confiante.

O professor dá me um sorriso orgulhoso logo me fazendo suspirar aliviada. -Nem preciso dizer que está certo não é? Muito bem. Continuando...

Viro - me para trás e vejo o Josh sorrindo pra mim, fazendo me perceber que foi ele que me deu a resposta.

Sorrio pra ele e digo baixinho:-Obrigada.

Depois das aulas...

Finalmente estava a caminho de casa, este dia foi muito estranho e se isto não é um sonho o que seria então?

Se eu contar a alguém o mais provável é que ninguém acredite em mim.

Louca, doida, imaginação fértil - esses são os muitos adjetivos que irei receber se disser isto a alguém.

- Ok o melhor é não contar mesmo a ninguém!! - falo já decidida.

- Pois concordo contigo humana, o melhor pra todos é não contar a ninguém. - o espírito do nada surge na minha frente com o mesmo sorriso cínico de antes.

Engulo em seco nervosa, passando as minhas mãos suadas pelas minhas calças.

-P-podes me explicar o que és? E que história é essa de arrependimentos? - pergunto gaguejando.

- Eu já sabia que me irias me fazer essas perguntas, então eu irei te apresentar os meus amigos, eles saberão a melhor maneira pra te explicar destas coisas. Segue-me - concordo seguindo - a.

A minha mãe já devia ter chegado mas eu tinha que saber o que estava a acontecer comigo. Não posso simplesmente ignorar esta situação.

O espírito dá tantas mas tantas voltas mas quando eu lhe ia perguntar se já tínhamos chegado, ela para me fazendo perceber que a casa abandonada que nós estávamos era aonde os seus amiguinhos estavam.

- Tommmmm, Liz!! Trouxe outra humana que também vê espíritos!-ela entra na casa me fazendo um sinal para eu esperar.

Depois de alguns segundos percebo que a amiguinha dela tinha o mesmo nome que a minha tia.

-Humana, apresento-te o tom. A Liz não está aqui hoje. - oiço a sua voz e olho pra sua direção.

Os meus olhos que antes estavam em si, foram para o garoto que estava a sua trás e que olhava pra mim surpreso. Arregalo os olhos percebendo que o seu rosto não era nada desconhecido, parecia que eu já tinha visto aqueles olhos verdes como água suja em algum lugar.

Notando que o colar brilhava intensamente toco - o. Sinto as minhas energias serem reforçadas, o meu olhar volta para os seus olhos e antes que eu possa dizer alguma coisa ele vem até á minha frente, dizendo :

- Ellen, finamente te encontrei. - ele sorri fazendo as covinhas aparecerem e o meu coração se acelerar.

Eu não sabia o porquê mas também me sentia feliz o por ter encontrado na vida real e não em sonhos.

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