-Ellen!! - grita o pequeno Tom.
Tom queria se despedir de Ellen depois de ontem terem brincado muito. Ele iria se mudar denovo junto com a família por conta da sua doença.
Já fazia um ano que ele havia conhecido a sua melhor amiga. Eles tornaram-se inseparáveis contudo a leucemia de Tom não melhorava muito pelo contrário.
Os pais conversaram com ele sobre a mudança com todo o cuidado possível. Tom já estava habituado mas não queria se separar da sua única melhor amiga.
Limpou as lágrimas que não paravam de rolar e voltou a bater na porta da sua amiga.
-Tom? - o pequeno vira se para trás encontrando a mãe da Ellen e a própria.
- Ellen!! - Tom corre até ela a abraçando e escondendo o rosto na curvatura do seu pescoço. - E-eu vou embora hoje.
-O q-que? - ouve-se as compras que Ellen tinha na mão caírem num estrondo no chão. - Como assim Tom? - ela o afasta lentamente vendo-o cheio de lágrimas e soluçando.
-A minha doença está a piorar e os meus pais já disseram que teremos de ir para outra cidade para ver se melhoro. - a mãe de Ellen entra em casa para lhes dar espaço contudo ela também sentia um aperto no peito ao imaginar aquelas duas crianças tão unidas separadas.
- Tens mesmo de ir? - ele sorri triste concordando. - Se é para o teu melhor sabes que sempre irei apoiar te certo? - Tom concorda mais uma vez e Ellen limpa as suas lágrimas.
-E-eu pedi á minha mamã para deixar me brincar contigo e despedir me de ti enquanto posso.
-A que horas vais?
-Às quatro da tarde.
-Então só temos mais duas horas juntos? - Ellen ainda não acreditava que iria ser deixada por quem tanto amava.
Sim ela gostava muito dele. Nem sabia o que era o amor mas pelas novelas que a sua mãe assistia ela conseguiu perceber que sentia tudo o que as personagens diziam.
Coração acelerado, rubor excessivo nas bochechas, sentir-se segura com a sua companhia.
Mas tinha um que ela nunca tinha ouvido nas novelas que era : Querer transportar toda a sua dor para si para que ele não sofra mais e invés de chorar que possa sorrir.
Pois o sorriso dele era a coisa mais única e linda que ela já tinha visto.
Os pensamentos dela desaparecem ao sentir um toque suave e quente nas suas duas mãos pequenas.
-Eu não queria que a minha doença atrapalhasse tudo. Sei que a culpa nunca será dos meus pais, eles só querem me ajudar e estou muito grato. A culpa secalhar é minha...
-Não Tom!! - ela aperta as mãos dele querendo transmitir o que sentia. - A culpa não é de ninguém. Tu não tens culpa por ter tido essa doença. Sabes eu acredito que vais ficar curado e quando isso acontecer podes muito bem ir á minha procura pois eu sempre estarei á tua espera. - Ellen sorri o puxando para um abraço não de despedida mas sim um "até já".
-Eu prometo mesmo se caso um dia eu vier a falecer. - só essa palavra ser dita pela sua boca foi como se tivesse levado uma facada.
-Não digas isso. - Ellen fecha os olhos não aceitando o que ele iria dizer. Ele larga as suas mãos e segura o seu rosto fazendo-a abrir os olhos devagar.
-Ellen... Se caso isso acontecer. Eu juro que irei sempre te observar do céu e se conseguir estarei contigo como fantasma. - riem juntos pois sabíam que isso seria impossível. - Agora vamos brincar que eu não quero que isto seja uma despedida mas sim um...
-Até já - dizem ao mesmo tempo unindo as testas.
Ellen diz á sua mãe que iria brincar com Tom e depois da permissão dela, eles correm pelo imenso parque que se situava perto de casa.
Brincaram saltaram conversaram fizeram tudo o que lhes apetecia naquele momento.
Quando a hora da despedida chegou toda aquela tristeza de antes veio ainda mais forte.
Ellen não parava de chorar, a sua mãe tentava acalma lá mas no fundo ela sabia que o único que a poderia parar seria o Tom.
E o mesmo também parecia saber já que foi até ao seu encontro depois de arrumar as suas coisas na carrinha da mudança.
-Ellen - ele levanta o seu rosto todo vermelhinho por conta do choro e beija suavemente a sua bochecha. Ellen abre os lábios surpresa por aquele ato inesperado. - Lembraste? Até já.
-Até já. - abraçam se pela última vez e se separam mas com o pensamento que um dia iriam se reencontrar não importa o que acontecesse.
Emma e George também se despedem da vizinhança e com muito carinho da pequena Ellen.
Os pais de Ellen e de Tom conversam e despedem se também com um abraço caloroso.
Emma chega perto de Ellen acariciando a sua bochecha.
-Eu gosto muito de ti Ellen, salvas te o nosso filhote da escuridão. E nós não deixaremos que o que fizeste seja em vão. Vamos pô-lo num bom hospital para que se cure e assim poderemos nos reencontrar denovo.
-Irei esperar senhora Emma.
-Sabes que podes me chamar de Emma ou no futuro de sogra. - ela pisca para ela e Ellen olha para si confusa não entendendo o que essa palavra significava.
Eles vão até ao carro e ela vai até lá acenando para Tom.
-Ellen és um anjo de pessoa não te esqueças disso.
- Não te esqueças de mim. Eu juro que nunca me esquecerei de ti.
-Mesmo se esqueceres sei que não será para sempre. - ele diz sorrindo pela última vez. O carro vai andando e Ellen sorri triste acenando pela última vez.
Presente.
-Eu não acredito que esqueci de ti! - exclamo fechando os olhos.
-Isso não importa agora Ellen, tudo o que interessa é que estamos juntos agora. - abro os olhos no mesmo instante que oiço a voz de quem tanto amo. Ele brilhava intensamente.
-Oi minha grande salvadora.
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Há quanto tempo meu deus, espero que tenham gostado do capítulo.
Eu adorei escrevê-lo e também fiquei muito triste ao fazê-lo.
Ainda dói saber que o Tom nunca pôde voltar por causa da sua doença.
Mas enfim se tiverem alguma teoria podem dizer. Eu adoro lê-las.
Agora já voltamos ao presente e eles ainda terão que derrotar o Charles.
E como será a reação de Tom ao descobrir que Ellen irá morrer daqui a dez anos?
Se nós estamos tristes por causa disso então imaginem o Tom.
Enfim até ao próximo capítulo 👋

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Destiny
RomansaEllen odiava tudo o que era sobre fantasmas, demónios, monstros, pois ela era muito medrosa. Mas numa noite quando ela finalmente faz 18 anos, tudo na sua vida muda. Fazendo com que ela descubra que um pouco de fantasmas na sua vida não iria fazer...