Capítulo 46

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-Ellen!! - grita o pequeno Tom.

Tom queria se despedir de Ellen depois de ontem terem brincado muito. Ele iria se mudar denovo junto com a família por conta da sua doença.

Já fazia um ano que ele havia conhecido a sua melhor amiga. Eles tornaram-se inseparáveis contudo a leucemia de Tom não melhorava muito pelo contrário.

Os pais conversaram com ele sobre a mudança com todo o cuidado possível. Tom já estava habituado mas não queria se separar da sua única melhor amiga.

Limpou as lágrimas que não paravam de rolar e voltou a bater na porta da sua amiga.

-Tom? - o pequeno vira se para trás encontrando a mãe da Ellen e a própria.

- Ellen!! - Tom corre até ela a abraçando e escondendo o rosto na curvatura do seu pescoço. - E-eu vou embora hoje.

-O q-que? - ouve-se as compras que Ellen tinha na mão caírem num estrondo no chão. - Como assim Tom? - ela o afasta lentamente vendo-o cheio de lágrimas e soluçando.

-A minha doença está a piorar e os meus pais já disseram que teremos de ir para outra cidade para ver se melhoro. - a mãe de Ellen entra em casa para lhes dar espaço contudo ela também sentia um aperto no peito ao imaginar aquelas duas crianças tão unidas separadas.

- Tens mesmo de ir? - ele sorri triste concordando. - Se é para o teu melhor sabes que sempre irei apoiar te certo? - Tom concorda mais uma vez e Ellen limpa as suas lágrimas.

-E-eu pedi á minha mamã para deixar me brincar contigo e despedir me de ti enquanto posso.

-A que horas vais?

-Às quatro da tarde.

-Então só temos mais duas horas juntos? - Ellen ainda não acreditava que iria ser deixada por quem tanto amava.

Sim ela gostava muito dele. Nem sabia o que era o amor mas pelas novelas que a sua mãe assistia ela conseguiu perceber que sentia tudo o que as personagens diziam.

Coração acelerado, rubor excessivo nas bochechas, sentir-se segura com a sua companhia.

Mas tinha um que ela nunca tinha ouvido nas novelas que era : Querer transportar toda a sua dor para si para que ele não sofra mais e invés de chorar que possa sorrir.

Pois o sorriso dele era a coisa mais única e linda que ela já tinha visto.

Os pensamentos dela desaparecem ao sentir um toque suave e quente nas suas duas mãos pequenas.

-Eu não queria que a minha doença atrapalhasse tudo. Sei que a culpa nunca será dos meus pais, eles só querem me ajudar e estou muito grato. A culpa secalhar é minha...

-Não Tom!! - ela aperta as mãos dele querendo transmitir o que sentia. - A culpa não é de ninguém. Tu não tens culpa por ter tido essa doença. Sabes eu acredito que vais ficar curado e quando isso acontecer podes muito bem ir á minha procura pois eu sempre estarei á tua espera. - Ellen sorri o puxando para um abraço não de despedida mas sim um "até já".

-Eu prometo mesmo se caso um dia eu vier a falecer. - só essa palavra ser dita pela sua boca foi como se tivesse levado uma facada.

-Não digas isso. - Ellen fecha os olhos não aceitando o que ele iria dizer. Ele larga as suas mãos e segura o seu rosto fazendo-a abrir os olhos devagar.

-Ellen... Se caso isso acontecer. Eu juro que irei sempre te observar do céu e se conseguir estarei contigo como fantasma. - riem juntos pois sabíam que isso seria impossível. - Agora vamos brincar que eu não quero que isto seja uma despedida mas sim um...

-Até já - dizem ao mesmo tempo unindo as testas.

Ellen diz á sua mãe que iria brincar com Tom e depois da permissão dela, eles correm pelo imenso parque que se situava perto de casa.

Brincaram saltaram conversaram fizeram tudo o que lhes apetecia naquele momento.

Quando a hora da despedida chegou toda aquela tristeza de antes veio ainda mais forte.

Ellen não parava de chorar, a sua mãe tentava acalma lá mas no fundo ela sabia que o único que a poderia parar seria o Tom.

E o mesmo também parecia saber já que foi até ao seu encontro depois de arrumar as suas coisas na carrinha da mudança.

-Ellen - ele levanta o seu rosto todo vermelhinho por conta do choro e beija suavemente a sua bochecha. Ellen abre os lábios surpresa por aquele ato inesperado. - Lembraste? Até já.

-Até já. - abraçam se pela última vez e se separam mas com o pensamento que um dia iriam se reencontrar não importa o que acontecesse.

Emma e George também se despedem da vizinhança e com muito carinho da pequena Ellen.

Os pais de Ellen e de Tom conversam e despedem se também com um abraço caloroso.

Emma chega perto de Ellen acariciando a sua bochecha.

-Eu gosto muito de ti Ellen, salvas te o nosso filhote da escuridão. E nós não deixaremos que o que fizeste seja em vão. Vamos pô-lo num bom hospital para que se cure e assim poderemos nos reencontrar denovo.

-Irei esperar senhora Emma.

-Sabes que podes me chamar de Emma ou no futuro de sogra. - ela pisca para ela e Ellen olha para si confusa não entendendo o que essa palavra significava.

Eles vão até ao carro e ela vai até lá acenando para Tom.

-Ellen és um anjo de pessoa não te esqueças disso.

- Não te esqueças de mim. Eu juro que nunca me esquecerei de ti.

-Mesmo se esqueceres sei que não será para sempre. - ele diz sorrindo pela última vez. O carro vai andando e Ellen sorri triste acenando pela última vez.

Presente.

-Eu não acredito que esqueci de ti! - exclamo fechando os olhos.

-Isso não importa agora Ellen, tudo o que interessa é que estamos juntos agora. - abro os olhos no mesmo instante que oiço a voz de quem tanto amo. Ele brilhava intensamente.

-Oi minha grande salvadora.

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Há quanto tempo meu deus, espero que tenham gostado do capítulo.

Eu adorei escrevê-lo e também fiquei muito triste ao fazê-lo.

Ainda dói saber que o Tom nunca pôde voltar por causa da sua doença.

Mas enfim se tiverem alguma teoria podem dizer. Eu adoro lê-las.

Agora já voltamos ao presente e eles ainda terão que derrotar o Charles.

E como será a reação de Tom ao descobrir que Ellen irá morrer daqui a dez anos?

Se nós estamos tristes por causa disso então imaginem o Tom.

Enfim até ao próximo capítulo 👋

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⏰ Última atualização: Jul 30, 2022 ⏰

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