Capítulo 11

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As aulas já tinham acabado e nós os três estávamos a  voltar pra casa. O que eu ainda não tinha entendido era o porquê que eles foram comigo para a escola, sendo que nós tínhamos combinado de nos encontrarmos em minha casa com a tia Liz, depois das aulas.

Enfim esses dois são uma incógnita.

Olho pra eles que estavam mais á frente e começo a pensar. De que forma é que eles morreram?

Decidida a tirar a minha dúvida vou até eles sorrindo largo.

-Credo, esse teu sorriso está a começar a assustar - me, diz logo o que queres? - Ignorando a provocação da Jane pergunto:

- Hmmm, por acaso vocês lembram se da forma que morreram? - o sorriso irónico de Jane desaparece e  torna-se então uma expressão séria.

Será que fui indelicada?

Tom nega respirando fundo e olha no fundo dos meus olhos e eu já sabia que eles estava a ler os meus pensamentos.

- Não estás a ser indelicada Ellen, nós não nos lembramos da nossa vida antes de morrermos. - ele dá um sorriso triste.

Intercalo o meu olhar para os seus rostos me sentindo meio culpada.

-Sabem não vamos deixar isto nos desanimar ok? O que importa é o presente não o passado. - dou um tapa fraco nas  costas deles  os fazendo concordar.

Tom se distância de nós ainda meio triste.

- Que se passa com ele? - pergunto a Jane.

-Ele só sente se vazio por não saber de onde veio ou de como era.

Meu Deus. Nunca pensei que ele se sentiria assim. Pensando bem ser um fantasma deve ser muito difícil.

Imagina não saber quem és? A tua personalidade, o teu próprio eu?

Paro de andar, olho para a Jane e agarro a sua mão fortemente.

- Sabes Jane vocês podem sempre contar comigo. Eu estou mesmo arrependida por ter medo de vocês sabem? Eu sou tão medrosa que esqueci me que os fantasmas também era humanos ou seja também têm sentimentos. Eu já vos considero meus amigos, posso estar a parecer emocionada mas pra mim amizade verdadeira não tem data para começar e nem validade para acabar.

Ela agarra a minha mão também dizendo:

- As vezes posso parecer irritante, mas faz parte de mim sabes? E eu fico muito contente por ter amigos finalmente, desde que o tom chegou na minha vida tudo mudou. - ela olha para o Tom com um brilho no olhar por um bom tempo mas depois  desvia e sorri pra mim. - Obrigada por seres a nossa primeira amiga meio humana.

Meio?

-Mei-

-Não perguntes só dá um abraço na tua amiga fantasma - ela abre os braços e logo dou - lhe um abraço apertado. Sinto um braço mais forte nos rondar me fazendo abrir os olhos.

Vejo o tom com os olhos fechados sorrindo  também nos abraçando. Me fazendo fechar também.

- Menina? Está tudo bem - uma velhinha para ao meu lado com um ar meio preocupado.

Arregalo os olhos percebendo que ela não os via ou seja pela sua visão, eu estava abraçada ao ar.

- Tou a alongar os braços sabe? -sorrio falsamente,desfazendo o abraço. A velhinha concorda seguindo o seu caminho.

Nós caímos na gargalhada e a velhinha olha para mim outra vez com uma careta mas desta vez invés de ir andando começa a correr.

Olho pra os dois orgulhosa.

Eu finalmente tinha amigos e irónicamente eram fantasmas, uma coisa que eu sempre tive medo.



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