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- Vai cair! - Gritou um dos homens

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- Vai cair! - Gritou um dos homens.
Olhei para o lado e vi que um pedaço grande de metal, de um dos lados dos muros, estava caindo e ia acertar em um dos adolescentes que se voluntariara para ajudar.
- Sai daí! - Gritei começando a correr na sua direção, fazendo sinal com o braço.
Ele me olhou, não entendendo nada.
No último minuto, pulei e empurrei ele, os dois caindo no chão, mas afastados o suficiente daquele pedaço de metal.
Deitei de costas, respirando fundo e fechando os olhos.
- Caralho. - Disse o rapaz.
Abri os olhos e sentei, olhando ele. - Você está bem?
Ele assentiu e eu levantei, esticando a mão e ajudando ele.
- Dário!
Carson apareceu correndo e eu ergui as mãos, sorrindo.
- Estou bem. - Indiquei o pedaço no chão. - Vou colocar ele no lugar.
Ele assentiu. - Você é doido, se jogar assim.
Sorri e depois dei de ombros. - Nada de mais. É como voltar na faculdade.
Carson riu junto comigo e bateu no meu ombro, de forma amigável, os dois seguindo na direção do metal caído.
Nosso acampamento estava começando a se parecer com uma comunidade e as pessoas se sentiam um pouco mais seguras. Até as crianças brincavam um pouco mais á vontade. Claro que ainda tinhamos de ter cuidado, pois uma parte ainda não tinha qualquer tipo de muro, mas estávamos avançando bem.
Respirei fundo, cansado, e percebi Meg, junto de Cora, me olhando. Ela ergueu a mão e eu acenei de volta, vendo ela respirando fundo.
Enquanto pegava no metal, pensei em como era irónico eu ter achado a Meg, uma garota incrível, no meio de um apocalipse. E depois tinha o facto de eu ainda achar que não merecia ninguém como ela, mas Meg parecia gostar de mim de uma forma avassaladora... e isso era estranho e fantástico ao mesmo tempo.

Joguei a camisa no chão e sentei do lado de Meg, beijando o topo da sua cabeça e olhando minha irmã.
- Fala, arrumou namorado novo?
Ela me olhou. - Quê?!
Indiquei um cara no outro lado do acampamento. - Ele disse que era seu namorado.
Cora mudou de cor, levantou e se afastou, falando algo sobre "ir mostrar para ele quem era o namorado".
Eu ri e percebi Meg me olhando.
- O que foi? - Perguntei.
- Não tem uma camisa para vestir, não?
Franzi o cenho. - O quê?
Ela indicou umas garotas mais atrás, nos olhando.
- Sério? Ciúme? - Perguntei rindo. - Não se preocupa, tou nem aí para elas.
Meg ergueu uma sobrancelha, pouco convencida. - Sério?
Assenti, pegando uma maçã. - Sério. Eu namorava uma patricinha igual elas, antes... Acredita em mim, não tem nada de bom ali.
Ela se mexeu, nervosa e mordeu o lábio de forma adorável. - Você era... assim?
Sorri. - Não, mas minha família esperava que eu casasse com uma garota assim. Mas a garota me traiu.
- Nossa. - Meg olhou para baixo. - Nem sei o que você viu em mim, comparada com elas.
Segurei o seu rosto, e fiz ela me olhar.
- Você é melhor do que elas, em todos os sentidos. Eu me sinto bem com você, deixa de besteira. Não precisa se preocupar, tá?
Ela assentiu. - Tá bom.
Sorri e abracei ela.

Várias semanas depois...

Carson decidira dividir a casa grande da fazenda, ficando com metade e entregando a outra metade para mim. Então, eu vivia com a minha mãe, Meg e Cora.
Ainda estávamos tentando construir algo parecido com casas para os restante membros do grupo, agora que os muros estavam terminados.
Desci as escadas e vi Meg e Cora na cozinha, falando e rindo, enquanto comiam.
Passei atrás da cadeira ocupada pela Meg, em direção do armário, em silêncio.
- Dário. - Disse Cora.
Fechei os olhos, com a mão parada na porta do armário. - Merda. - Olhei elas e vi Cora sorrindo. - Oi.
- O que você estava tentando fazer?
Dei de ombros, abri o armário e peguei algo para comer. - Nada. Eu nem estava tentando sair sem que vocês percebessem. Que é isso? Pffff.
Cora cruzou os braços e Meg revirou os olhos. - E porque você faria isso?
Sorri. - Por nada. Até porque vocês duas não são as pessoas mais chatas que eu conheço.
Beijei a cabeça de Meg e saí correndo, enquanto minha irmã pegava uma maçã e lançava na minha cabeça.
Saí da casa e desci as escadas, acenando a algumas pessoas que andavam por ali naquela hora da manhã.
- Dário.
Olhei para o lado e vi Carson se aproximando.
- E aí?
- Acho que agora acertamos. Nenhuma parte dos muros caiu.
Assenti, olhando em volta. - Verdade. Isso são ótimas notícias.
- Mesmo assim, precisamos planejar uma ida na cidade. Tão faltando algumas coisas.
- Tá. Quer que eu faça uma lista?
- Já estou fazendo. Trata das suas coisas.
Assenti, me afastando.
Vi minha mãe falando com uma das outras mulheres, mais na frente, e me aproximei. Ela se despediu da amiga e me sorriu.
Beijei o topo do sua cabeça. - E como foi a noite da mulher mais maravilhosa dessa comunidade?
Ela riu, sem jeito. - Que é isso, meu filho? Deixa de besteira.
- Para mim você é.
- Não, para você é a Meg.
Revirei os olhos. - Por muito que eu goste da Meg, você é minha mãe.
Ela retirou alguns fios de cabelo do meu rosto e depois ficou me olhando e eu percebi que tinha algo ali.
- Fala.
Ela suspirou. - Você ama realmente a Meg?
Franzi o cenho. - Quê?
- Calma. Ela é fantástica e um doce de menina, eu adoro ela, de verdade. Mas a garota vive dizendo que ama você e você nunca disse isso para ela. Pelo menos na nossa frente. Dá para ver a expectativa no olhar dela, mas você nunca diz.
Olhei o chão. É, eu sabia que nunca tinha dito isso para ela, mas eu gostava realmente da Meg. Mas de cada vez que eu falava isso para alguém, algo acontecia e eu não queria perder a Meg.
- Mãe...
- Eu sei que você gosta dela. Eu conheço você.
Sorri fraco. - Pronto, só isso que importa.
Ela me sorriu. - Aquela menina merece o céu, não machuca ela.
- Nunca.

Mais tarde, quando regressei na comunidade, depois de passar o dia inteiro fora, vi Cora, minha mãe e Meg na cozinha, as três falando sobre algo da comunidade enquanto pareciam atarefadas.
- Reunião de família? - Perguntei.
Todas me olharam e minha irmã estreitou os olhos. - Não, estávamos preparando o caldeirão para assar você.
- Cora! - Minha mãe olhou ela, mas minha irmã riu.
Neguei com a cabeça. - Idiota.
- Chega, vocês dois. - Minha mãe me olhou. - Estamos preparando o coelho que você trouxe ontem. Mas e aí? Falou com o Carson?
Assenti. - Sim. Iremos na cidade, já está tudo tratado.
Meg me sorriu e se aproximou, enquanto minha mãe e minha irmã iam junto do fogão.
- Tudo bem?
Assenti. - E você?
- Tudo ótimo. Escuta... - Ela mexeu na minha camiseta, no meu peito. - Você vai ter cuidado, né? Na cidade.
Sorri. - Não tenho sempre?
- É, mas... Você sabe. - Revirou os olhos. - Tá, estou exagerando. Quando partem?
Fiz carinho no rosto dela. - Amanhã.
- O quê? Já?
Assenti. - Carson quer despachar as coisas antes do Inverno chegar. Para termos o maior número de "abrigos" possível, para que as pessoas não tenham de dormir nas barracas. Estávamos até pensando em usar o celeiro enquanto as casas não estivessem prontas... - Depois percebi Meg muito quieta. - Hey, o que foi?
Ela deu de ombros. - Odeio quando você sai.
Sorri e segurei o rosto dela. - Eu sempre volto. - Dei um selinho nela e depois olhei nos seus olhos. - Eu te amo.
Os olhos dela brilharam como eu nunca vira. Meg me abraçou, apertando forte e pela primeira vez em anos, eu realmente me sentia bem naquela família.

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