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Meses depois

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Meses depois...

Enquanto Lexie falava, eu observava o grupo que viera de Alexandria para treinar com a gente... mas meu olhar se prendeu num deles. Aliás, em uma. Daryl apresentara ela como Connie.
Fiquei olhando ela durante um bom tempo, ao mesmo tempo que algo acordava dentro do meu peito. Algo que eu só sentira por Lexie.
Tá, Lexie sabia que eu já gostara dela de uma forma avassaladora, minha relação com Cyndie terminara por causa da distância e do facto de Oceanside ser apenas ocupada por mulheres... enfim.... mas eu nunca imaginei que aquele sentimento estranho fosse surgir novamente.
Nesse dia, no treino, meus olhos procuravam Connie, e vi que ela era bastante boa, mesmo tendo em conta sua condição.
Sorri, sozinho, observando ela pela milionésima vez. Não sabia o que ela fora antes do fim do mundo, nem o que ela passara para chegar até ali, mas uma parte de mim estava feliz por ela ter vindo em Arcadia.

No dia seguinte, vi Lexie falando com a Connie, esta última sorrindo, agradecendo e se afastando.
Desci as escadas da casa e me aproximei dela.
- O que ela queria?
Lexie deu de ombros. - Perguntar umas coisas sobre você.
Sinto que mudei de cor. - O que você disse?
Ela me olhou, sorrindo. - Que você dorme com um urso de pelúcia, que tem terror de zumbi e isso te deixa nervoso em cada saída e que tem namorada.
Franzi o cenho o cenho. - O quê? Você não disse isso! Não seria capaz! Eu nem tenho namorada!
- Cyndie é o quê?
Revirei os olhos. - Aquilo foi... Ah sei lá, nem ela sabe. Foi alguma coisa, mas nada demasiado sério.
- Relaxa, eu não disse nada disso.
- Não?
- Ah! E ela te acha fofo.
Lexie se afastou e eu tive de correr, ajustando meu passo com o seu.
- Fofo? Ela disse isso? Espera! Porquê fofo? É só isso que ela viu em mim?
- Dário, calma. Se você gosta dela, porque não fala com ela?
Fiz uma careta. - Eu passei anos do seu lado e nunca consegui falar o que sentia. Imagina agora.
Ela riu, segurando meu braço. - É verdade. Não se preocupa, eu ajudo você.
Revirei os olhos de novo. - Misericórdia.

Mais tarde, eu estava limpando minha arma e verificando a munição e o estado dela, quando senti alguém me observando. Ergui o olhar e vi Connie.
Ela me sorriu quando percebeu que eu olhava ela e ergueu a mão.
Acenei de volta e vi ela se aproximando.
Respirei fundo, soltando o ar pela boca. Minha mente só pensava "calma, respira", até parecia que eu era um adolescente de novo.
Connie parou na minha frente e indicou a arma, fazendo gestos com as mãos.
- Hum... - Olhei a arma, tentando pensar e depois fiz sinal de que estava dando uma olhada, já que percebera que ela tinha perguntado sobre o que eu estava fazendo.
Ela sorriu e sentou do meu lado, apontando para mim.
- Estou bem. - Falei, fazendo um gesto com a mão. Indiquei ela. - E você?
Connie tirou um caderno pequeno do bolso e começou a escrever. Depois me entregou.
- "Você lidera esse lugar com a Lexie? Daryl disse que você era importante."
Eu ri, Daryl me achando importante? O mundo estava perdido. Olhei Connie e assenti, e comecei a escrever, mostrando a ela depois.
- "Lexie é a líder, eu só ajudo ela porque ela pediu. Não sou assim tão importante. "
Connie assentiu e depois pegou o caderno de volta.
- "Ela contou para você, né? Que eu falei com ela?"
Assenti e escrevi. - "Você disse á Lexie que eu era fofo."
- "Desculpa. Foi só curiosidade, mas você é fofo sim."
Olhei ela, que parecia agora sem jeito, e sorri.
Percebi Kelly tentando chamar a atenção da irmã, mais afastada e toquei no ombro dela, indicando a garota.
Connie olhou para trás, assentiu e me olhou de novo. Ergueu a mão, acenando em despedida, e eu acenei de volta.
Fiquei vendo ela se afastar, mas Connie me olhou por cima do ombro, antes de continuar.
Fiquei vendo ela falando com a irmã e Kelly riu, fazendo careta e gestos muito rápidos.
Suspirei e voltei a dar atenção para a minha arma.
Ainda sentia uma espécie de queimar nos meus dedos, onde eles haviam tocado em Connie.
Algo estava acontecendo comigo e eu tinha um certo medo de saber o que era.

Escutei bater na porta e ergui o olhar.
Já escurecera por completo, e já era até um pouco tarde, mas mesmo assim, Lexie entrou no meu quarto.
Franzi o cenho. - Não deveria estar descansando?
Ela sentou junto de mim, do meu lado, na minha cama.
Coloquei o livro que estava lendo, de lado e olhei ela.
- Queria falar com você.
- Estou escutando.
- Eu vi você e a Connie.
Revirei os olhos. - Meu Deus do céu.
Ela riu. - Não, espera. Não estou zuando, muito pelo contrário, eu acho legal. Connie parece ser super gente boa e eu só quero que você esteja bem. Você sabe.
Assenti, mordendo o lábio e depois respirei fundo.
- Eu acho que gosto dela.
Lexie bateu no meu braço. - Eu sabia!
Eu ri. - Sabia coisa nenhuma.
Ela franziu o cenho. - Mas...?
Suspirei. - Mas eu já perdi demasiada gente nesse fim de mundo. Até pensei que tinha perdido você. - Indiquei a porta com a mão. - Eu não posso me apegar a ela e depois... Ela sumir!
- Dário...
- Não. Tinha uma garota que eu conheci depois que tudo aconteceu. A gente tinha uma... relação, qualquer coisa. - Balancei as mãos. - Ela morreu. E eu nem estava lá para poder proteger ela. Tipo, a Meg morreu tentando salvar a minha mãe!
Lexie ergueu a mão e começou a mexer no meu cabelo. Isso fez eu me acalmar, tinha de admitir.
- Não significa que vá acontecer dessa vez.
- Eu não sei... - Dei de ombros. - Eu perco todo o mundo.
Ela sorriu. - Eu estou aqui ainda.
Eu ri e depois coloquei a mão na barriga dela.
- E está carregando um mini Beta aí dentro.
Rimos os dois mas depois olhei nos seus olhos.
- Mas você está bem?
Ela assentiu. - Estamos bem.
- Tá. Isso que importa. Agora, eu adoro ter você aqui, mas não tem de ir para junto do Beta, não?
Ela riu e encostou a cabeça no meu peito.
- Você precisa de mim e eu preciso de você. Você me acalma. Posso ficar mais um tempo.
Beijei a cabeça dela e abracei, colocando um braço sobre os ombros.
- Você quem sabe.

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