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Um ano depois

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Um ano depois...

" - Porquê eu?
Olhei ele, bem nos olhos. Eu só queria sumir.
- É seu povo, você conhece eles e tudo por aqui, sabe como funciona e eles confiam em você. - Disse Rick. - Além disso, acabou. Acabou tudo. Arcadia pode ser uma aliada de Alexandria, Hilltop e o Reino. Poderíamos crescer juntos e ajudar uns aos outros.
Fechei os olhos e quando abri, avancei até junto dele.
- Eu não quero ser um líder! - Falei. - Esse lugar é da Lexie!
- Dário, ela caiu de um penhasco...
- Você fez ela cair! - Gritei.
Rick se manteve parado, apenas me olhando.
Respirei fundo e me afastei, em direção da janela.
- Posso colocar alguém para liderar, mas acho que todo mundo aqui preferia que fosse você.
Franzi o cenho e olhei ele, rodando devagar.
- Você está, realmente, fazendo esse jogo psicológico comigo? Você tentou me matar, também! É por sua causa que estamos aqui, assim!
Rick ergueu as mãos. - Calma, eu não...
- Não?! Porque da última vez que olhei, foram seus amigos que atacaram nosso pessoal!
- Dário, você sabe liderar e todo mundo aqui dentro sabe disso. - Rick me olhava. - Por favor, aceita.
Tentei controlar minha vontade idiota de chorar. Queria chorar porque Lexie estava, provavelmente, morta e ela me expulsou de Arcadia. E agora eu iria liderar?
Olhei para cima e depois para ele, assentindo, mas morrendo por dentro.
- Tá bom, eu aceito. Eu lidero Arcadia."

Olhei pela janela, vendo Daryl do lado de fora dos muros. Neguei com a cabeça e ele assentiu, dando as costas e se afastando, levando o Dog.
Me afastei da janela e sentei na frente da mesa de Lexie. Tinha muito que fazer e o facto de Beta também ter sumido, não ajudava em nada.
Escutei bater na porta e ergui o olhar, mandando entrar.
Vi Cyndie entrando, sorrindo para mim, um sorriso fraco, triste, mas mesmo assim, um sorriso. Ela fechou a porta de novo e se aproximou da mesa.
- Oi Dário, como você está?
Dei de ombros. - Bem, eu acho. E você? Mas espera. - Franzi o cenho. - O que você está fazendo aqui? O que eu esqueci?
Cyndie riu e indicou a porta com a mão.
- Viemos trazer o peixe e levar algumas frutas e legumes.
Fechei os olhos. - Merda. - Abri de novo e olhei ela. - Desculpa, Cyndie, foi mal. Esqueci completamente.
Ela deu de ombros. - Tudo bem. Quando você não desceu, eu resolvi subir, até porque seu pessoal precisa saber qual a quantidade a dar para a gente.
Assenti, respirando fundo. - Tá, vamos lá então.
Cyndie não me deixou levantar da cadeira. Ela se aproximou e colocou as mãos nos meus ombros.
- Eu sei que deve estar sendo difícil, por causa da Lexie.
Passei a mão pelo rosto. Eu estava exausto.
- É, mas eu tenho de continuar.
Ela sorriu. - A gente pode esperar mais uns minutos.
Olhei ela e sorri. - Obrigado, Cyndie, mas acho que devo mesmo descer. É minha obrigação.
Ela assentiu. - Mas é minha obrigação como sua amiga, dizer que se precisar de mais uns minutos, está tudo bem. Afinal, eu lidero Oceanside, agora, e não importa se a gente esperar.
Fiquei olhando ela. Cyndie sempre fora legal com o povo de Arcadia.
Balancei a cabeça, expulsando aqueles pensamentos da minha mente, e levantei.
Cyndie se afastou o suficiente para que eu pudesse fazê-lo e depois permaneceu ali, me olhando.
Sorri, sem jeito. - Vai ficar me olhando?
Ela sorriu. - Estou esperando você surtar.
Eu ri. - Eu faço isso sozinho, sem ninguém para ver o espectáculo, mas obrigado.
Cyndie me olhou de uma forma que eu não soube explicar. Depois, senti sua mão na minha.
- Não tem de ser assim, Dário, você tem amigos.
Dei de ombros, olhando a porta e depois de novo para a garota.
Ela deu um passo em frente, ficando praticamente colada em mim, e isso me fez franzir o cenho. O que ela estava fazendo?
Ela riu e tocou com a ponta do dedo na zona da minha testa, alisando a ruga que tinha se formado entre os meus olhos.
- Não se preocupa tanto. Lexie vai acabar por aparecer.
Ela tirou alguns fios de cabelo do meu rosto, enquanto eu ficava ali, apenas olhando ela.
Então, do nada, vi o rosto dela se aproximando do meu, devagarinho, e seus olhos voaram dos meus, para a minha boca. Ela ia mesmo fazer aquilo?
- Cyndie... - Falei.
Ela parou, a centímetros do meu rosto.
- Não posso? - Suspirou. - Eu sei que é difícil mas... Eu gosto de você. De verdade.
Sorri torto. - Não sou a melhor companhia no momento.
Ela sorriu. - Tou nem aí.
Cyndie fechou o espaço entre nós e senti seus lábios nos meus.
Não sei o que deu em mim, mas coloquei uma mão no seu rosto e a outra na sua cintura, puxando para mim.
Cyndie rodeou o meu pescoço com os braços e foi quando eu parei, afastando um pouco e olhando para baixo.
- Eu não deveria fazer isso. - Falei.
Cyndie segurou o meu rosto e me fez olhá-la. - Você tem de se permitir a ser feliz. Me deixa gostar de você. Você é especial, Dário. É o tipo de cara que pula na frente de um comboio ou de um leão, para salvar seu povo; você se preocupa até com a pior pessoa do mundo, desde que ela mereça sua preocupação. Você é um sobrevivente.
- Somos todos.
- Você entendeu.
Sorri, beijei sua testa e me afastei.
- Vem, vamos tratar das suas coisas e depois tratamos desse assunto.
Ela sorriu e assentiu. - Tudo bem. Darei o tempo que você precisar.
Sorri. - Eu que deveria dizer isso.
Cyndie me empurrou devagarinho enquanto saíamos pela porta.
- Não estamos mais num mundo onde as garotas precisam de ser salvas.

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