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Andei de um lado para o outro, na frente da porta do quarto de Lexie

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Andei de um lado para o outro, na frente da porta do quarto de Lexie. Mordi o lábio. Como eu iria falar para ela? Já imaginava a reação dela... Deus do céu...
Respirei fundo, fechando os olhos, e depois abri, assentindo e abrindo a porta.
Lexie me olhou, enquanto pegava sua jaqueta e vestia.
- Dário... sabe que existe uma coisa chamada "bater na porta antes de entrar"... - Ela franziu o cenho. - O que houve?
Me aproximei e parei na frente dela.
- Preciso falar uma coisa.
- Problemas?
Sorri e neguei com a cabeça. - Acho que não, quer dizer...
- Dário!
Suspirei e dei de ombros. - Tá. Um dos criminosos, o que iria lutar hoje... Ele pediu para ser comigo.
Vi Lexie mudar de cor e depois seu olhar ficou furioso.
- O quê?! Nunca!
Ela deu um passo em frente mas eu segurei seu braço.
- São as regras, Lex.
- Não! Você não!
Sorri fraco. - Ficarei bem.
Ela sacudiu o braço. - Que bem o quê?! Só um pode sair daquela arena vivo! Não! Eu vou tratar disso e é agora.
Ela passou por mim e eu olhei para cima e depois para as suas costas. Iria me odiar por aquilo.
- Lexie Stevens! - Ela parou automaticamente. - Não quero saber se você é uma rainha! A vida é minha e eu faço com ela o que eu bem entender!
Ela girou bem devagar, estreitando os olhos e me olhando. - Quem você pensa que é?!
Lexie avançou sobre mim, me socando. Segurei ela, mas parecia animal selvagem. Lexie me empurrou na parede e tentou me socar de novo, mas eu abaixei e estiquei a perna, batendo na dela e fazendo ela cair e bater com a cabeça.
Lexie fechou os olhos, fazendo careta e eu abaixei do lado dela.
- Já terminou? - Perguntei.
- Você é o maior imbecil que eu já vi na vida. - Falou, ainda de olhos fechados.
Eu ri. - Eu te adoro, mas dessa vez, eu não vou deixar você se meter no meio. Eu já aceitei.
Ela abriu os olhos e me encarou. - O quê? - Sentou, devagar e depois me olhou de novo. - Eu não posso perder você. Sabe disso, né?
Assenti e sorri. - Sei.
Ela me abraçou e apertou forte.
- Não morre.
- Vou fazer os possíveis.

Esperei, de pé, na Arena, e meu olhar encontrou o de Lexie, sentada no topo, severamente guardada por aquele Beta.
Assenti uma vez e ela imitou o gesto.
A porta da Arena abriu de novo e eu vi um cara entrando.
Não tinhamos nada, nenhum tipo de arma... apenas duas armas estavam presas na vedação da Arena: uma lança e uma espada, e um de nós teria de ser rápido o suficiente para pegar antes do outro.
Respirei fundo.
O cara me encarava, sério. Era da minha altura, mas maior em termos de corpo e estava ansioso por tirar minha vida.
Até que isso não era uma ideia idiota... mas isso era o que eu pensava antes de conhecer a Lexie...
A rainha deu a ordem e aquele idiota partiu para cima de mim.
Desviei e ele passou junto dos meus braços. Rodei e chutei ele nas costas, fazendo cair.
Corri na vedação e peguei a espada, que era a que estava mais próxima e rodei ela, ajeitando na minha mão e encarei.
- Pffff. - Fiz.
Claro que ele já tinha chegado na lança.
Ele correu na minha direção, e ergueu a lança, mas parei o seu ataque, erguendo a espada, e depois chutei ele de novo, que recuou.
Abaixei quando ele atacou de novo, mas o idiota subiu o joelho e senti uma dor enorme na boca. Depois senti ele chutar a minha barriga e caí no chão. Sentia o gosto do sangue.
Rodei, ficando de costas, e vi ele erguer a lança.
Levantei de um pulo, pegando ele de surpresa, e ataquei, tentando chegar nele com a espada em qualquer ponto que eu conseguisse. Acabei por fazer um corte feio no seu peito e ele recuou de novo.
Percebi Lexie, de pé, junto do Beta. Eu não iria morrer.
Esperei e o idiota correu, gritando.
Suspirei, cansado, e lancei a espada como se fosse uma faca.
Incrivelmente, ele não desviou a espada e ela se espetou no seu peito, fazendo ele parar, de olhos muito abertos e depois cair de joelhos no chão, antes de cair definitivamente no chão.
Lancei a cabeça para trás e foi quando escutei a porta abrir de novo e alguém me apertando forte.
Sorri, eu conhecia aquele toque.
Olhei para baixo e Lexie se afastou.
- Vem, tem de ver o médico.
- Estou bem.
- Faz o que eu digo, uma vez na vida, por favor!
Revirei os olhos. - Tá bom.

- Amanhã serão os testes do Beta.
Tirei os olhos do médico, que cuidava do ferimento da minha boca, e olhei ela, de canto.
- Oficialmente?
- Dário, tem de ficar quieto. - Falou Doc.
- Tá, desculpa. - Fiz uma careta.
Lexie riu. - É, oficialmente.
Ergui a mão para falar, mas Doc me olhou severamente e eu fiquei calado.
A rainha revirou os olhos. - Deixa de besteira, ele é bom.
Doc se afastou para pegar algo e eu respirei fundo.
- É um estranho.
- Você tambem era.
- Não é a mesma coisa!
Ela cruzou os braços. - Onde que é diferente?
- Já viu bem aquele cara?!
Ela ergueu uma sobrancelha. - E aquele cara que entrou na loja, de arma erguida, chutando a porta e atirando na cabeça do meu pai? Não era?
Doc me olhou. - Você?
Dei de ombros, derrotado. - Era um zumbi. O pai dela virou.
- Era problema meu!
Revirei os olhos. - Ele ia matar você, e você ia deixar.
- Claro que não.
- Tá. - Ri.
Doc terminou meu curativo e depois começou a examinar a minha barriga, mandando deitar e começando a apertar aqui e ali.
- Au! - Falei.
- Desculpa. - Ele mandou eu levantar e depois me entregou um frasco de remédio. - Toma. Um desses todos os dias.
Assenti. - Valeu, Doc.
Saí da enfermaria junto com a Lexie e descemos o corredor.
- Pensei que ia perder você.
Olhei ela, e sorri torto, ela olhava em frente.
- Eu falei que não ia morrer. Mas quer saber?
Ela me olhou. - Hum?
- Até que teria sido legal, assim não estaria aqui quando você colocasse aquele grandão para líder de segurança.
Ela riu e bateu no meu ombro, me fazendo encolher.
- Au, au, espera aí!
- Desculpa, desculpa. - Ela mordeu o lábio. - Mas você mereceu. Eu já perdi todo o mundo, não posso perder você. Mas o lugar do Beta, quem decide sou eu.
Sorri de canto. - Você me colocou para liderar com você.
- Merda. - Ela fechou os olhos. Depois abriu. - Mas eu que dou as ordens.
- Misericórdia... - Ri e coloquei o braço em cima dos ombros dela, recomeçando a andar.

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