Estou livre
Durante a primeira semana, não pudemos sair da vista da casa. Todos os senhores e damas juntamente com seus criados foram dispensados da casa e a única entrada permitida foi de Ianthe, até mesmo Lene e Alis restringiram-se em ficar em suas áreas junto com os outros. As sentinelas que às vezes conversavam comigo não olhavam mais na minha cara.
Mal tínhamos chego e Tamlin e Lucien já tiveram que sair para lidar com uma ameaça que recusavam a contar para nós. Ou Tamlin recusava, porque eu podia ver no olhar de Lucien que ele queria contar, que ele queria deixar sairmos da mansão.
Oito dias depois eles voltaram. Vi Lucien apenas de relance, porque novamente estava regredindo com meu avanço na Noturna. Acordava sem reconhecer onde estava, com calor e no escuro total. Sentia-me presa novamente.
Estava descendo para jantar, porque Feyre havia nos convencido que desceríamos mesmo sabendo que nenhuma das duas aguentaria olhar para o prato de comida, quando escutei Lucien, Tamlin e Ianthe discutindo sobre meus treinamentos. O ruivo ainda insistia junto com minha irmã, por mais que os dois sempre soubessem a resposta que ganhariam.
Rhysand é burro a esse ponto, disparou Ianthe. E com aquele poder, teria o potencial de resistir. Imagine, disse ela, a voz abaixando quando, sem dúvida, se voltou para Tamlin, pode chegar o dia em que ele não a devolverá. Você ouve as mentiras venenosas que Rhysand sussurra ao ouvido dela. Há outras formas de contornar isso, acrescentara Ianthe, o veneno silencioso em suas palavras. Talvez não consigamos lidar com ele, mas há amigos que fiz do outro lado do oceano...
Subi novamente para o quarto e deixei de escutar a conversa.
«——————⁜—⁜——————»
Depois de ontem, não havia saído mais do quarto. Ianthe falava como se conhecesse Rhys, ou quase como se fosse superior a ele. Só sai no dia seguinte, a procurar de algum livro para ler, porque já havia acabado com todos que estava no quarto.
Lene me ajudava a arrumar os livros que achámos, tanto para mim quanto Feyre lermos, na estante do quarto. O vento fraco refrescava o quarto quente.
— Ainda não sei como conseguiu ler tudo isso — ela falou, apontando para pilha de livros já lida. — Gostaria de conseguir ler igual a você e Feyre.
— Meu segredo é ter muito livre — pisquei para ela sorrindo. Não queria que pensasse que estava, novamente, atacando-a por algo que não era sua culpa. — Juro para você, é entediante fazer e refazer a trilha do jardim.
— Nem me fale — resmungou baixinho.
Sabia que seu trabalho era difícil, ou pelo menos parecia ser na Primaveril. Quando minha mãe ainda não havia morrido, também tínhamos nossos criados, mas eles sempre estavam com um sorriso no rosto. Lene os reservava para quando estava sozinha comigo e Lucien, às vezes Alis e Feyre.
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Corte de Mudanças e Sonhos - Versão Antiga
FantasíaA maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...