Eu nasci assim, assim como você
Rhys e o Círculo Íntimo haviam saído para algum lugar que eu não sabia, mas o mais estranho não era eles não chamarem eu e Feyre – já que queriam tanto que acostumasse-mos com Velaris – e sim Mor usando uma roupa que não era vermelha. Meu subconsciente agradecia silenciosamente por isso, a cor vermelha ainda sendo demais para suportar.
Acordei com a luz do alvorecer do inverno. Recobrando a consciência aos poucos escutei Rhys batendo na porta do meu quarto. A noite anterior viva em níveis absurdos na minha cabeça, as confissões que nós dois havíamos feitor; meu peito ardendo para saber o que aconteceria daqui para frente. Saber que nós estávamos na mesma página acalmava meus nervos, era um passo mais próximo de voltar a ser quem era.
Rhys entrou no quarto e jogou um cinto com duas facas ao pé da cama.
— Rápido — mandou, abrindo as portas do armário e puxando dali meus trajes de couro. Ele os atirou na cama também. — Quero partir antes que o sol tenha nascido completamente.
— Nenhum bom dia, Layla, querida, antes de tudo isso? — perguntei afastando as cobertas. Sem asas a vista. Seus olhos violetas brilharam quando me encarou, alguém de fora poderia pensar que eu o havia enfeitiçado.
— Porque o tempo é ouro. — Rhys pegou minhas meias e minhas botas. — Depois que o rei de Hybern perceber que alguém está procurando pelo Livro dos Sopros para anular os poderes do Caldeirão, então seus agentes começarão a procurar pelo Livro também.
— Mas você suspeitava disso há um tempo. — Não tivera a chance de discutir aquilo com Rhys na noite anterior, os pensamentos sobre a parceria entre nós dois sendo muito mais altos. — O Caldeirão, o rei, o Livro... Você queria que fosse confirmado, mas estava me esperando. Esperando Feyre também, porque saberia que eu não viria sem ela.
— Se tivesse concordado em trabalhar comigo há dois meses, eu a teria levado diretamente ao Entalhador de Ossos para ver se ele confirmaria minhas suspeitas sobre seus talentos. Mas as coisas não seguiram conforme o planejado.
— Definitivamente não. Mas ainda assim poderia ter me levado, era só me trazer de volta para Feyre.
Ele parou no caminho até a cômoda. Coloquei os chinelos forrados de lã e fui até a direção dele. Quando cheguei perto o suficiente segurei seu rosto entre minhas mãos, as mãos deles foram automaticamente para minha cintura.
— Bom dia, Senhor Escuridão — sussurrei.
— Bom dia, Garota Água.
Passamos um tempo presos nos olhos do outro, mas óbvio que Rhys voltaria para a realidade e me apressaria. Quando sai do banheiro já trocada com a roupa de couro ele segurava o cinto de facas.
— Nenhuma espada, nenhum arco ou flecha — disse Rhys. Ele usava o próprio couro de guerra illyriano, com aquela espada simples e brutal presa ao longo da coluna.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corte de Mudanças e Sonhos - Versão Antiga
FantasiA maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...