Raven e Rhys
Deveríamos ter indo encontrar os outros a uma hora atrás, mas Rhys achou que seria uma boa ideia ir a Prisão primeiro – o que significava que teria que aturar meu medo de estar dentro de uma montanha mais cedo do que pretendia –, encontrar alguém que ele não quis me contar.
Subir a montanha até o portão da Prisão não foi cansativo como da última vez, o que significava que os treinos com Cassian realmente estavam funcionando – não que eu tivesse duvidado disso em algum momento, era só olhar para o corpo dele que já saberia a verdade –, mas não havia imaginado que seria tão rápido. Até Rhys se surpreendeu com a facilidade que consegui subir.
— Posso saber com que estamos indo falar? — questionei sem olhar para ele, concentrada demais em continuar subindo.
— Não quero criar expectativas para você. Nossa anfitriã nem sempre está em sua cela, pelo que me relatam.
Desconcentrei um pouco e quase escorreguei em uma das rochas quando virei para encará-lo.
— Ela consegue sair da prisão? — falei surpresa. Não sabia dizer se a ideia de alguém sair da Prisão me animava ou assustava. Amren era uma coisa, um caso isolado, os outros que estavam lá poderiam causar uma grande destruição não só na Corte Noturna, mas em Prythian.
— Não exatamente, na verdade acredito que ela nem saia da própria cela. Às vezes, ela não é achada em lugar nenhum, mas pode estar apenas escondida.
— Achei que iríamos falar com o Entalhador de Ossos — concentrei-me em segurar firmemente na mão de Rhys conforme ele me ajudava a terminar de subir sem escorregar na neve que aparecia.
Ele apenas negou com a cabeça e seguiu para a pedra a nossa frente, usando seu sangue para transformá-la no portão de ossos. Senti minha respiração acelerando e foquei em Rhys na minha frente com a mão estendida; o ar que entrou no meu pulmão foi devagar, como se todo o caminho até meu pulmão fosse algo incrível e delicado de se fazer. A ansiedade mal tinha começado e já tinha feito-a parar. Pequenos passos para meu novo futuro.
Dessa vez a descida não custou tanto de mim quanto da última vez e pequenas coisas traziam-me de volta a realidade:
O calor de Rhys na minha mão, o carinho repetido que o dedo dele fazia na palma da minha mão, o leve roçar do seu braço com o couro illyriano no meu, a luz que nos guiava.
Conhecia, também, o caminho que estávamos fazendo, como se fôssemos para a cela do Entalhador. Lembrei-me de como a descida pareceu infinita da primeira vez, como cada arranhar nas parede me assustava. Aconteceu novamente, mas somente porque não estava acostumada, não era mais o mesmo medo da primeira vez.
Antes que pudéssemos chegar na cela do Entalhador, Rhys parou e a voz da cela ao lado me chamou atenção.
— Grão-Senhor — disse a feérica, com uma pequena mesura a Rhys, a qual ele retribuiu.
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Corte de Mudanças e Sonhos - Versão Antiga
FantasíaA maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...