Irmãos de Okon
Rhys foi comigo até a portão da Prisão, pois havia se recusado de me deixar ir até lá sozinha. Deveríamos ter ido hoje para as terras mortais, porque as rainhas haviam respondido, mas eu precisava saber sobre esse poder que habitava em mim, e Rhys conseguiu adiar a nossa visita em um dia.Quando estava prestes a entrar ele segurou meu braço, me impedindo de continuar.
— Vou estar te esperando aqui, mas qualquer, qualquer coisa, grite pelo laço e eu irei te buscar. — Eu conseguia sentir a preocupação e o nervosismo na voz dele. O mero pensamento de eu ficar presa o deixava fora de si.
— Rhys, vai ficar tudo bem. — Assegurei, segurando o rosto dele entre as minhas mãos. — Se em uma hora eu não aparecer, você tem todo direito de destruir Prythian inteira somente para me achar.
Era uma piada e ele sabia. Mas eu também sabia que ele levaria ela muito a sério se eu sumisse. Rhysand deixou um leve beijo na minha testa antes de me deixar entrar e encarar as escadas até o fundo da Prisão.
Enquanto eu descia fui tentando relembrar cada momento bom desses últimas semanas em Velaris, não deixando que os pesadelos se aproximassem e me enterrassem viva na Prisão. Escutei cada resmungo das criaturas que estavam ali, cada bater na parede, cada arranhar no ferro.
Desci até chegar na porta do Entalhador, imaginei se ele poderia ter a resposta que eu queria, mas não queria ter que contar mais da minha morte – não por agora – então, me virei para aquela porta de vidro onde ficava a fêmea illyriana, mas ela não estava em lugar. Imaginei se eu gritasse por um guarda ele iria vir ver o que era.
A porta da cela estava trancada, era óbvio, mas eu precisava entrar. Procurei por algum tipo de magia que a trancava, algum segredo escondido, mas fui respondida com um vazio. Até que reparei no cadeado pequeno no alto da porta, ridículo ao pensar que ela poderia simplesmente voar e abri-lo.
Ela não deveria estar aqui. Pensei. Devem tê-la trancado por engano. Mas me lembrei da maldição. Tinham medo o suficiente para prendê-la, mas compaixão na mesma quantia para não deixá-la realmente trancada.
Tateie meu cabelo até achar um dos grampos que Nuala havia colocado para segurar meu coque no lugar. Se funcionaria eu não fazia a menor ideia, mas era bom tentar.
Qualquer que fosse o guarda que cuidava da porta dela não deveria ser muito maior que eu, pois quase não precisei ficar na ponta do pé para alcançar o cadeado. E por mais que dependesse de muito equilíbrio e do jeito certo para achar o local certo e abrir o cadeado, não foi tão difícil quanto pensei que seria.
Conforme eu abria a porta tentei buscar pela fêmea, mas não a achei em lugar nenhum. Sua cela era pequena, não deveria passar de dois metros de altura e talvez um de comprimento e largura; um quadrado apertado e alto, mas baixo para ela voar. Não havia janelas, nem outra sala, nem outra porta, nem nada. Não havia como atravessar na Prisão. Não havia como ela sair.
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Corte de Mudanças e Sonhos - Versão Antiga
FantasíaA maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...