Uma palavra
Achei que Feyre viria conosco até a Prisão, mas enquanto Rhys escrevia uma carta à Corte Estival ele disse que seria melhor ela ficar; criaturas que deviam ficar em uma montanha chamada de Prisão não deviam ser os melhores companheiros para uma humana, e, além do mais, o Entalhados de Ossos iria querer conversar comigo. A mestiça durante um tempo e a Feita a partir de agora.
Rhys estava ao meu lado, uma espada de dois gumes embainhada às costas, facas presas às pernas, cobertas com o que eu só podia presumir serem as roupas de couro de batalha illyrianas, com base no que Cassian e Azriel tinham vestido na noite anterior. A calça preta era justa, as placas, semelhantes a escamas de couro, estavam gastas e arranhadas, e se agarravam a pernas que eu não tinha percebido serem tão musculosas. A jaqueta ajustada ao corpo tinha sido feita ao redor das asas que agora estavam totalmente expostas, partes do traje escuro e arranhado se somavam aos ombros e aos antebraços.
Se a roupa de Rhys não me dissesse o bastante a respeito do que poderíamos enfrentar naquele dia – se minha roupa semelhante não tivesse me dito o suficiente –, eu só precisava olhar uma vez para a rocha diante de nós para saber que não seria agradável.
A gente fingia que a conversa de ontem a noite não havia acontecido.
— A rocha é a Prisão. E dentro dela estão as criaturas e os criminosos mais desprezíveis e perigosos que pode imaginar.
Entrar – entrar na rocha, sob outra montanha...
— Esse lugar — falou Rhys — foi feito antes de os Grão-Senhores existirem. Antes de Prythian ser Prythian. Alguns dos presos lembram desse tempo. Lembram de uma época em que era a família de Mor, não a minha, a governar o Norte.
— Por que Amren não entra lá?
— Porque ela foi prisioneira um dia.
— Não nesse corpo, presumo.
Um sorriso cruel.
— Não. Não mesmo. A caminhada vai aquecer seu sangue — explicou Rhys. — Pois não podemos atravessar para dentro ou voar até a entrada, os feitiços exigem que os visitantes entrem a pé. Pelo caminho mais longo.
Dei um passo para frente e meus joelhos estremeceram com o movimento. Entrar em uma montanha novamente... era a mesma coisa que havia acontecido da última vez e eu quase não escapara. Meu corpo todo tremeu.
Uma parte minha sussurrava que eu deveria entrar, que era a única maneira de manter todos salvos. Era a mesma coisa que eu havia feito da última vez: entrei em uma montanha para manter todos salvos e minhas mãos estavam sujas de sangue por isso.
Rhys segurou minha mão e a apertou com força, o que me trouxe de volta para a realidade. Dei mais um passo e teria caído no chão se não fosse pelo aperto de Rhys.
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Corte de Mudanças e Sonhos - Versão Antiga
FantasiA maldição foi quebrada e Amarantha está morta. De volta a Corte Primaveril, Layla tenta viver com seus novos pesadelos e seu novo corpo. Ela só se sente segura em um lugar, mas ela pode ir para lá apenas uma semana em cada mês. Mesmo morta, a Grã-R...