Capítulo 27

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Abro meus olhos devagar e vejo distorcidamente Finn e Andie sentados ao canto de um quarto que parecia ser branco. Andie chorava muito enquanto Finn tentava consolá-la em um abraço acolhedor, e quando tentei me mexer, senti uma dor dilacerante tomar conta das minhas pernas, o que me fez gemer de dor. Ao perceberem que eu emiti tal som, vieram correndo ao meu encontro. 

-Graças a Deus!-Finn disse me abraçando, seus olhos marejados e lágrimas escorrendo sem que ele pudesse controlar. 

-Estava com tanto medo- Andie exclamou, beijando minha testa e segurando minha mão. 

-O que houve? Eu estou no hospital?- Perguntei tentando enxergar o que havia ao meu redor, já que minha visão estava altamente prejudicada. 

-Sim. Você se lembra do que aconteceu?-Andie perguntou, apreensiva pela resposta.

-Não muito. Só me lembro de estar à caminho do hospital e de repente ver duas luzes na minha direção. O que aconteceu depois?

-Um carro furou o sinal propositalmente e bateu na gente em cheio-Finn explicou. -Ele bateu do seu lado, o que fez você bater a cabeça com força e apagar na mesma hora. 

-A polícia virá mais tarde para conversar com você, pois se trata de um incidente doloso, e como sabemos quem causou e a motivação, e o fato de ele ter fugido em seguida, é só questão de tempo até que ele seja encontrado e devidamente punido.

-Há quanto tempo eu estou aqui?

-Já faz duas semanas. 

-Você se machucou?-Perguntei à Finn, pois mal conseguia vê-lo por conta da visão embaçada. 

-Quebrei o braço direito. Felizmente, não senti nada na hora, minha maior preocupação era você.

-Por que estou enxergando desse jeito? Está tudo embaçado.

-Foi feita uma cirurgia, entraram pequenos estilhaços de vidro em seus olhos. É um milagre você estar enxergando-Andie explicou 

-E essa dor horrível no meu corpo?

-Você fraturou a perna direita, deslocou algumas costelas e o ombro esquerdo também- Finn continuou. -Você está sendo medicada e alimentada por sonda, pois não se sabia quando você acordaria. 

-Santo Deus.  Não consigo acreditar que uma pessoa seja capaz disso. Eu poderia estar morta. Ele podia ter matado nós dois. 

-Não bastasse tudo o que ele te fez no Brasil. 

-Dessa vez vai ser bem diferente, ele não vai sair impune-Finn respondeu, dirigindo-se à porta.

-Esse é o quarto da paciente Isa?

-É sim, entrem, por favor. 

-Boa tarde, Isa, sou a delegada Lexie, este é o meu companheiro Policial Jenkins. 

-Boa tarde. 

-Precisamos conversar à respeito de tudo que você se lembra sobre a noite de 01/01. Podemos começar?- Lexie perguntou enquanto pegava um bloco de anotações e um gravador. 

Me remexi na cama, tentando encontrar uma posição realmente confortável que não me causasse tanta dor e respondi, após alguns grunhidos:

-Vamos lá. 

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⏰ Última atualização: Apr 13, 2022 ⏰

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