ENRICO:
Um covarde, isso mesmo não importa quantos homens eu enfrentei, quantos riscos de vida eu corri.
Eu me sinto um covarde ao olhar para Nina.
Eu não tinha coragem para lhe contar que iria me casar, não conseguia dizer que iria casar com outra mulher, sentia como se tivesse uma barreira, um grande bloqueio.
-Ela já sabe seu idiota. -Lorenzo me desperta dos meus pensamentos me fazendo engasgar com o whisky.
-Como assim ela já sabe-Digo levemente alterado.
-Parece que você não conhece sua mãe cazzo, tia Giulia lhe contou.
-Per Dio. -Digo bebendo o restante do líquido. -Mama não tinha esse direito.
-E você iria ficar enrolando esse tempo todo. -Lorenzo senta em minha frente, e me analisa atentamente, o encaro sem lhe entender. -Você está apaixonado.
-Cazzo Lorenzo; -Espraquejo passando as mãos pelos meus cabelos. -Estamos falando de algo sério e você vem com essas baboseiras, tia Agatha devia ter parado enquanto havia tempo.
-Certo, vamos ser práticos aqui, me dê um bom motivo para o fato de você estar apavorado em contar a Nina que irá se casar?
-E-eu...-Merda, vejo um sorriso brotar em seus lábios. -Lorenzo sem duvidas Nina é mais do que especial em minha vida mas...
-Não vêm com essa Enrico, as únicas mulheres antes de Nina que eram especiais são as da nossa família, então ela aparece, leva um tiro por você, encanta não só você mas todos da sua família, quando ela está na porra do mesmo ambiente que você, seus olhos acompanham cada detalhe, não venha com essa para mim. -Diz servindo novamente nossos copos, fico mudo, como um idiota em silêncio, quando não se pode negar algo a melhor opção é essa: O silêncio.
Aquela criatura pequena havia tomado conta de todos os meus pensamentos, eu procurava por ela em qualquer lugar e sentia falta quando não lhe encontrava. Não sei se foi o tiro, ou o seu jeito, ou o combo de tudo, mas Lorenzo está certo, pela primeira vez uma mulher tomava meus pensamentos por completo.
-Não sei se estou apaixonado, nunca estive. -Respondo e o mesmo simplesmente solta uma sonora gargalhada, se eu pudesse enfiava uma faca em sua garganta nesse exato momento.
-Você é idiota, conte logo para a mulher e vá viver o seu amor cara.
-Eu acho que você se esquece do mundo que vive, e dos problemas. -Nada era tão fácil em nosso meio, nada.
-Enrico os problemas nos mesmos criamos e as soluções também. -Ele arruma o seu boné e larga o copo na mesa. -Faça o seguinte, estou vendo que terei que dar um jeito nisso tudo, assuma seus sentimentos, converse com Nina o resto eu tomo conta.
-Lorenzo. -Lhe chamo como um aviso. -Não se meta em confusão, nada é tão simples.
-Eu sou a confusão. -Sorrindo ele se afasta, respiro fundo tentando colocar minha cabeça no lugar, mas Lorenzo conseguiu ele plantou sua sementinha.
Não sei quanto tempo passou, mas quando me dei conta estava sozinha a muito tempo naquela sala me martirizando. Eu tinha duas opções, ir direto para o meu quarto e não criar problemas, ou descer naquela maldita cozinha, e quem sabe encontrar Nina.
Não consigo ir para o meu quarto, tudo me puxa para o andar de baixo, ao entrar na cozinha vejo a mesma de costas, os cabelos volumosos se encontram presos em um coque alto, sinto o cheiro familiar,
-Em cima da mesa, acabei de tirar do fogo acho que você irá precisar. -Ela diz se virando e secando as mãos no avental.
-Então você já sabe? – Pergunto sem rodeios, ela apenas concorda puxando a cadeira e se sentando ao meu lado.
-Sim, desde ontem a noite. -Pega uma colherada de brigadeiro. – Não vou mentir, estava esperando você me contar. -Consigo ver a mágoa em seus olhos, Nina era muito transparente.
-Não estou feliz com isso. -Digo sincero, ela sorri de lado, pegando um pouco do doce.
-Sua família também não, mas tudo irá se resolver. -Observo seu rosto e em seguida olho para o doce no prato.
-Deus eu pareço uma menina desanimada comendo brigadeiro. -Digo ao me lembrar das histórias que a mesma havia me contado sobre os momentos que se realizava o doce, a morena ri alto.
-Quem vê assim, nem diz que é um temido mafioso. -Ela fala me batendo coma toalha ficando em pé.
-Está debochando de mim? -Pergunto e ela concorda e sorri, um sorriso sapeca em seu rosto bonito, passo minha mão no brigadeiro e o coloco em seu rosto.
-Enrico sua peste. -Ela fala e tenta fazer o mesmo, porém sou mais rápido pego suas mãos e viro seu corpo a pretendo contra mim.- Isso não vale, você é mais forte e alto do que eu. - Por impulso e desejo, deixo um beijo em sua bochecha e em seguida lambendo a sua pele, sinto seu corpo amolecer em meus braços, e sua pele se arrepiar, encaro o seu rosto os olhos verdes com as pupilas dilatadas, a pele corada, e aqueles malditos lábios volumosos.
-Enrico. -Ela sussurra, um maldito sussurro que mais parece um pedido. Cazzo é mais forte do que eu, viro a mesma de encontro a mim, acaricio o seu rosto e ela fecha seus olhos, aproximo os meus lábios do seu. -Por favor. -Ela pede baixinho e eu não tenho mais força ou vontade de relutar contra isso.
Finalmente meus lábios tomam os seus, com fome de desejo, explorando cada parte sua, e ela se entrega na mesma intensidade, minha língua explora a sua, é como se um choque percorresse todo o meu corpo. Suas mãos apertam meus ombros com força, uma de minhas mãos prende seu pescoço fino, enquanto outra ergue seu corpo em minha direção.
É como seu eu precisasse de seus lábios e de seu gosto, mais do que respirar, nunca foi assim, nunca me senti tão vivo e excitado com um beijo, sinto meu pau criar vida a cada suspiro, quando o ar se faz necessário antes que eu possa reagir seus beijos estão em meu pescoço, minha mão segura com firmeza seu corpo, apertando e explorando cada pedaço de pele, quando invisto meu quadril no seu, um gemido escapa dos seus lábios, e é a coisa mais bela que já escutei.
-Não devíamos estar fazendo isto. -Ela diz baixo apoiando sua cabeça em meu ombro, enquanto meus lábios percorrem seu pescoço, o seu cheiro da sua pele me envolve ainda mais.
-Eu não quero me casar. – Digo a primeira coisa que vem em minha cabeça, não quero me casar, pois não posso ficar longe dela.
-Sua família precisa disso, tutto per la famiglia, não é? -Ela fala acariciando meus cabelos, me afastando de sua pele, seu coque se encontra bagunçado, seus olhos estão intenso e seu lábios estão inchados é uma maldita cena.- E eu estarei aqui como sua amiga lhe apoiando, e por mais que meu coração queira muito mais que isso...-Ela suspira se recompondo. -Eu sei que não pode e não irei te forçar a isso, existe um juramento e existe regras. – Ela diz e eu seguro seu rosto delicado em minhas mãos, e como ela mesmo diz olho no olho, a mulher mais especial que eu pude conhecer acaba de se declarar para mim e eu não posso fazer nada para mudar isso
-Você é especial para mim Nina, queria tanto poder fazer algo. -Digo e ela cola sua testa na minha e acaricia meu rosto.
-Você fez Enrico, eu tenho sua amizade e a sua família me acolheu também, fazia anos que eu não me sentia acolhida ou sabia o que era carinho e vocês me deram tudo isso. -Ela diz.- Eu sou muito grata e faria qualquer coisa por esta família.
-Cazzo...quero lhe beijar novamente. -Falo e ela sorri nos afastando.
-Sem beijos, agora vamos me ajude a lavar essa louça. -Ela fala descendo da mesa.
-Você irá acabar comigo mulher.-Digo suspirando e tentando colocar o meu corpo em ordem.
-Você supera. -Ela diz arremessando o pano de prato em meu rosto.
(Capítulo não revisado)
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Por Destino -Família Martinelli
ChickLitDuas vidas opostas que o destino resolveu unir em um único caminho. Enrico Martinelli está prestes a se tornar o Sub-Chefe da família mais importante da Itália, o foco da sua vida sempre foi sua família e tornar-se um dos nomes mais temidos das máfi...