Capítulo 7

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-Nina...piccola.- Acordo com carinho em meus cabelos, meu rosto está grudado no travesseiro e meu corpo está atirado na cama, levanto minha cabeça e vejo Enrico rindo do meu estado.– Desculpe te acordar, é que fiquei preocupado, são já duas horas da tarde e você ainda não comeu nada.

-Céus que vergonha. – Falo sentando na cama, não notei que estava tão cansada até sentir essa cama macia e confortável que nem se compara ao meu sofá. -Seus pais vão pensar que eu sou uma preguiçosa, mas é que a cama estava muito gostosa, fazia tempo que eu não dormia tão bem.

-Não tem problema, eles vão entender.- Diz me empurrando de leve e se deitando ao meu lado, cruzando suas pernas, Enrico é alto e grande, e ocupa grande parte da cama, seus dedos ficam batendo em sua barriga, fito o mesmo com curiosidade.

-Você quer me dizer algo ? – Olho para o mesmo sorrindo e ele concorda. -Vamos lá Enrico, pode me falar.

Enrico é uma pessoa seria, com um bom auto controle sobre si mesmo e sobre os seus sentimentos, apesar de sempre ter se mostrado muito atencioso e até mesmo carinhoso em certos momentos. 

-Bom, é algo sério Nina e acho que você não irá concordar de início, porém eu não estou te dando uma opção – Arqueio minhas sobrancelhas em sua direção, sua postura muda rapidamente.

-Adoro você Enrico, mas eu não obrigada a nada. -Cruzo meus braços, esperando uma explicação do mesmo.

-Bom mas nisso você vai ser, pois diz respeito a sua vida.

-Vá direto ao ponto homem.

-Você uma vez me perguntou se aquele tiro era uma tentativa de homicídio e sim era, e essas pessoas que estão atrás de você são as mesma e querem te ver morta, assim como eu.

-Você só pode estar brincando com a minha cara. -Saio da cama nervosa, não tinha vindo para Itália para entrar em uma fria, vim para encontrar um ponto de equilíbrio na minha vida, apenas isso um pouco de paz.

-Não é uma brincadeira Nina, e eu não irei deixa-la sair, pois ele não vão parar até terem você.

-E qual o motivo disso? 

-Não posso lhe dizer, apenas posso garantir sua segurança. -Irritada e em um gesto de puro impulso jogo um dos travesseiros em sua cara, a única coisa que encontro.

-Mas que po...-Pego o outro e atiro no mesmo, que arquei uma das sobrancelhas em minha direção.

-Como você não pode me dizer? Eu levei um tiro por você, não que eu esteja jogando na sua cara, mas eu merece explicações.

-Vou garantir sua segurança. -Outra travesseiro é arremessada e o mesmo segura antes te atingir seu rosto. -Vai me jogar mais quantos travesseiros? 

-Estou brava, quero explicações, você não pode simplesmente me dizer que tem pessoas querendo nossas cabeças sem um motivo. Eu quero um motivo.

-Você quer um motivo? -Pergunta com sua postura seria, porém seus olhos tem um brilho de raiva no olhar, seu tom de voz também mudou.

-Quero! -Cruzo meus braços me aproximando do mesmo.

-Eu trabalho com coisas ilegais e perigosas, assim como essas pessoas. -Tento não perder minha postura, mas minha cabeça vai longe, uma preocupação me atinge... no que eu havia me metido?! Eu precisa apenas de paz, não mais problemas.

Suspirando e sem saber muito como reagir, desfaço de todas as minhas armaduras, sentando na cama e me apoiando em meus cotovelos, fito o rosto de Enrico, e pela primeira vez sinto raiva por estar com aquela máscara fria em seu rosto.

-Meu trabalho não é algo bom porém eu tenho muito orgulho dele e da minha família,  sei o que estou lhe falando parece um absurdo mas só quem cresceu nisso entende. Faço de tudo pela minha família e por aqueles que preciso proteger. -Sua mão toca meus ombros. -Você se tornou umas dessas pessoas Nina e eu iria cuidar de você.

-O que você faz? -Pergunto com a voz mais baixa, não sei se realmente quero escutar algumas respostas.

-Você não quer realmente saber e acredito que não seja o momento.

-Tudo bem. -Desisto, pelo menos por agora. -Quanto precisarei ficar, o que irei fazer, e o pobre do Giuseppe?

-Estou resolvendo tudo isso, já busquei suas coisas hoje pela manha. -Aponta para as malas num canto do quarto, sinto meu rosto corar.

-Você mexeu nas minha roupas intimas?

-Se serve de consolo são bem sexys. -Acerto um tapa no seu ombro.

-Seu cretino. -Suas mãos seguram minha cintura me fazendo virar de frente para o mesmo, pela primeira vez sua postura fria não está ali.

-Te faço uma promessa Nina, irei resolver tudo isso e você poderá ir embora, você terá uma escolha. -E eu concordo, acreditando em cada palavra que sai dos seus lábios.

Por Destino -Família MartinelliOnde histórias criam vida. Descubra agora