Entre a vida e a morte

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Uma enfermeira retira o roupão que cobria Teresa, deixando o mesmo nu. Enquanto isso, uma outra enfermeira, carregava o aparelho com a voltagem necessária e o médico da cardiologia mandava com que todos se afastassem, chocando o metal com o corpo de Teresa.

O impacto foi tão forte que o seu corpo, mesmo com tantas coisas, se levantou e caiu no segundo seguinte.

Uma cena que partiu o coração dos primos ali presente. Mas a cima de tudo, o coração de Gustavo. Era tão agonizante ver a mulher que ele acaba de recuperar entre a vida e a morte. A sensação de estar perdendo ela, novamente, e não poder fazer nada.

Era como se ele estivesse vendo a sua esposa morrer bem na sua frente e ele não pudesse fazer nada. Isso lhe traz uma sensação de impotência, o faz se sentir fraco e inútil.

Ele só queria saber de um método que pudesse trazer Teresa de volta, sem precisar disso tudo, e o faria sem pensar duas vezes. Ele faria de tudo para trazer a mulher que tanto ama de volta. Para que a sua Teresa retornasse.

Todos encarando o painel cheio de esperanças, mas perdem as mesmas quando encontram as linhas todas retas. Ela não está mais aqui, seu coração não batia mais. Aquilo assustava Gustavo!

__ Coloca na última potência, é a nossa última chance.--- Manda a médica, voltando o seu olhar para a paciente.

Sabendo que não aguentaria ver aquela cena novamente, Gustavo fecha os seus olhos e só fala uma coisa.

__ Lute por mim Teresa. Lute por você. Lute pela nossa família, mas a cima de tudo, lute pela nossa filha.--- Pede o homem em pensamento.

Alguns acreditam que o paciente em coma consegue ouvir, sentir, tudo que está ao seu redor. Esse é um mistério que a ciência nao conseguiu descobrir. Será que a pessoa em coma consegue mesmo ouvir, ou até sentir, os seus entes queridos?

Gustavo acreditava que sim, pois a sua Teresa reagiu com a sua voz. Ela o ouviu, até mesmo sentiu o seu toque, e mesmo não sendo da forma que ele gostaria, ela reagiu. Para muitos isso seria apenas uma mera coincidência, mas para ele seria um sinal.

Ele se apagaria a qualquer chance, por menor que fosse, dela estar ouvindo o mesmo!

Bem, ele estava certo! A mulher não conseguiu reconhecer muito bem aquelas vozes novas, mas sentir ele por perto a deixou nervosa, a deixou ansiosa. Ela queria acordar, queria sair do estado que estava para ver tido ao seu redor. Até mesmo a pessoa que segurava sua mão com tanto carinho.

Ela tentou, ela lutou como fez esses últimos anos, para abrir os seus olhos e acordar. Mas assim como a alma dose de sedativo prejudicava que ela conseguisse raciocinar da forma que deveria, a impedia de fazer o que queria. O seu esforço excessivo para dar algum sinal de que estava entre eles, quase custou a sua vida.

Por um momento ela até acreditou que era melhor se entregar, que era melhor com que tudo acabasse de vez. Viver daquela forma era tortuoso, dolorido em tantos níveis que ela não conseguiria explicar.

Ela estava se entregando, mas aí ouviu ele novamente. Sua voz, suas palavras, fez o sangue correr por suas veias, indo até o coração. Quando sentiu aquele choque no peito, mais uma vez ela lutou para continuar. Mais uma vez ela se agarrou a vida e ficou ali com eles.

__ Graças a Deus.--- Exclama Gustavo, levemente exausto, com as mãos em seu rosto.___ Eu sabia que você lutaria pela gente, afinal sempre foi uma lutadora.

Fala observando a sua mulher. Seu peito estava avermelhado por causa da máquina, mas pelo menos ela estava viva, ela estava ali com ele.

__ Pode me explicar o que aconteceu?--- Pergunta a médica da cardiologia.--- Ah tempos que não acontece nada nesse quarto.

A volta de TeresaOnde histórias criam vida. Descubra agora