Quando terminamos com aquele namorado de anos, que você aprendeu a amar até os defeitos, sentimos a dor. É uma dor sem igual, que machuca de uma forma que jamais poderá ser medida. Mas mesmo com muita luta, ela passa.
Na vida existem diversas dores assim, que são difíceis mas que dá para superar. Tem dor que você nunca supera, mas o tempo torna mais fácil lidar com ela. Mas tem dores que nada se iguala, que você nunca supere ou que fica mais fácil com o tempo. Uma dor que pode passar décadas, mas sempre vai tirar um pedaço seu.
Dulce Maria, infelizmente, conhece profundamente essa dor. Mesmo tendo apenas seis anos de idade, Dulce sabe bem que dor é essa. A dor de perder uma mãe!
Vê todos ao seu redor com uma mãe, contando as experiências com a mesma. Mas ela não tinha, esse buraco em seu coração era um perfeito vazio.
Perto do dia das mães era a pior data para a pequena. Ver todas crianças, seja da sua idade ou não, produzindo cartinhas e presentes para as suas mães, ensaindo para fazer uma apresentação bonita.
Ela sentia com todas as forças a falta de Teresa, pois sabia que no final não poderia entregar nada daquilo para a sua mãe. Não poderia terminar a apresentação e ir correndo para o colo da loira, ganhando vários elogios e um sorriso orgulhoso. A sua mamãe simplesmente não estaria lá!
Essa semana mesmo, tão perto desse dia importante, era notório a tristeza de uma das meninas mais animadas do colégio. Aquela que nunca parava de falar, agora estava quieta pelos cantos, dando tudo de si para não chorar. Seria mais um ano sem a sua mãe! Ao menos era o que ela acreditava.
Talvez sua mãe não conseguisse ir a sua apresentação, ela faria de tudo para ir, mas ao menos teria a quem presentear e desejar um feliz dia das mães. Ela teria sua mamãe ao seu lado e o seu coração não teria mais nenhum branquinho, seria completo depois de tanto tempo.
Em casa, enquanto seu marido buscava a filha, Teresa admirava o quarto da pequena. Ela dava tudo de si para não chorar, afinal estava sentada na cama que outra hora era um berço. Nada estava como ela se lembrava, nada estava como ela havia escolhido.
__ Papi, eu posso ir para o meu quarto?--- Ela escuta uma voz doce e calma, uma voz de criança.
__ Primeiro o papai precisa te contar que tem uma surpresa lá.--- Fala Gustavo sorridente, parado em frente a porta do quarto.
Os olhos de Teresa se enchem d'água. Aquela doce voz era a da sua carinha de anjo. Era da sua Dulce, a sua filha.
__ Que surpresa papai?--- Pergunta sendo curiosa como sempre.
__ Uma muito especial meu amor, a melhor da sua vida.--- fala Gustavo, tentando não ficar emocionado.--- Abre e descubra.
Curiosa pelo mistério do pai, Dulce abre a porta. Quando seus olhos batem na cama, na pessoa que estava lindamente sentada sobre ela, seus olhos se enchem de lágrimas.
Teresa estava sentada ali, olhando para a filha com lágrimas descendo. Ela estava com um vestido floral, aberto na cama, sentada bem na pontinha, com as pernas cruzadas.
__mi cara de angel.--- Fala Teresa em sua língua Natal, com a voz falhando devido às lágrimas.
__ Papai, eu tô sonhando?--- Dulce, na sua inocência, se vira para o pai.--- Eu tô vendo a mamãe e ela tá morta, né papai?
__ Não meu amor.--- Gustavo nega segurando a voz de choro, se abaixando na altura da filha.--- Você não está sonhando, a mamãe realmente está aqui meu amor. Lembra que era só você quem conseguia ver ela? Então, eu estou vendo também.
__ Que brincadeira é essa papai? Eu não gosto.--- Fala chorando.
Ela nunca se esqueceria de quando as meninas do colégio fizeram uma brincadeira parecida. É o maior sonho de Dulce, sua maior dor, que as pessoas usavam para brincar com os seus sentimentos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A volta de Teresa
Fanfichá exato três anos o destino brincou com a família Larios, tirando deles o seu pilar, a Rocha aonde tudo era construído. Teresa Larios! Os ventos da vida levaram Teresa para longe da família, deixando Gustavo sem a sua amada esposa, Estefânia sem a...