26 - Tara Trepadeira

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Perdoei Steve quando fomos para o bar porque, puxa, pensem bem, eu não podia guardar rancor dele e fantasiar sobre o seu pênis ao mesmo tempo, concordam? Seria um conflito de interesses.

O movimento já começava a aumentar no bar, pois o pessoal que largava o trabalho chegava depois das sete. Hill e Jim jantaram com Steve numa das mesas presas à parede, com bancos dos dois lados, e os três foram se sentar junto do bar depois da sobremesa. Em uma das muitas viagens que fiz, passando ao lado deles, Steve me segurou pelo braço. Girou o banco alto e me puxou para junto dele, prendendo-me entre suas pernas abertas. Coloquei a bandeja vazia sobre o balcão quando ele pousou as mãos nos meus quadris.

– Você se lembra de quando eu prometi que iria te avisar, caso sua bunda ficasse imensa? – perguntou.

Caraca, pensei alarmada. Eu sabia que não devia ter lambido a tigela de chocolate ao leite na noite anterior, depois de preparar os cupcakes. Dava para sentir minhas coxas crescendo a cada segundo enquanto eu estava ali, em pé.

Será que já tinham começado a roçar uma na outra quando eu andava? Aposto que Steve estava preocupado com a possibilidade de eu provocar faíscas ao caminhar, de tanto esfregar as coxas.

“Prevenir incêndios no meio das pernas depende apenas de você”, já dizia o urso babaca dos anúncios da guarda florestal. Só que, querem saber?, foda-se a floresta! Minha xereca poderia entrar em chamas e acabar em cinzas, porque Steve me achava uma baleia.

– Relaxa, baby. Eu não ia dizer que você está gorda – zoou ele.

Ai, que alívio.

– Eu prometo avisar sempre que sua bunda estiver tão linda e apetitosa que eu fique louco para passar as mãos em volta dela. Como agora.

Mordi o lábio inferior e sorri.

– Mais alguma coisa?

Sim, confesso que tentava pescar mais elogios, depois do susto de quase provocar uma fusão nuclear ao esfregar as coxas uma na outra. Merecia elogios.

– Sim – disse Steve, depois de me beijar com ternura. – Também prometo te avisar sempre que suas pernas me parecerem tão compridas e sensuais que eu não consiga pensar em outra coisa, a não ser enlaçá-las em torno da minha cintura.

Tornou a me beijar os lábios.

– E também prometo te contar sempre que achar você tão linda que até Deus vai perceber que está faltando um anjo lá em cima – completou.

– Óóóhh, você realmente acabou de usar a cantada mais manjada de todos os tempos comigo?

– Estou à espera de uma chance de usá-la desde que fiz quinze anos – confessou, com um sorriso.

– Vocês ainda não acabaram com essa melação? Meu vômito chegou à garganta e voltou só de ouvir tanta merda – reclamou Hill, sentada diante de Steve.

– Ora, ora, esse não é o casalzinho mais doce do mundo?

Me virei e olhei para trás ao ouvir uma voz feminina diferente que gotejava sarcasmo.

– Tara?!? Que porra você está fazendo aqui? – reclamou Steve, levantando-se do banco e se colocando ao meu lado.

Uau, que aparição era aquela? Tara? A ex de Steve? Era essa mulher que Steve namorava antes de vir para Butler? Puxa, isso era a cereja podre do bolo de merda que era a minha vida. Ela preenchia todos os estereótipos de atriz pornô. Tinha quilômetros de cabelos oxigenados, olhão azul e um corpo escultural. Sem mencionar a cintura mais fina já vista em toda a história e o mais bonito par de seios que eu já vira na vida. Só podiam ser falsos. Peitos de verdade não eram tão perfeitamente redondos. Se eu não a tivesse odiado desde que nasci, era bem capaz de perguntar se ela me deixaria tocá-los. O pior foi que a vagaba me pareceu familiar. Ajeitou os cabelos para trás sobre um dos ombros e então, subitamente, eu saquei de onde a conhecia.

Sweet Malice ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora