Depois de sairmos da biblioteca, levei James para tomar sorvete e voltamos para a casa de Natasha.
Fiel ao seu jeito de ser, James não parou de falar nem um minuto durante todo o percurso até entrarmos em casa, e eu comecei a me perguntar se ele era alguma espécie de disco arranhado que ficava repetindo tudo sem parar e precisa levar um esporro para fechar a matraca.
Resisti à vontade de testar essa teoria, mas faltou pouco.
Quando entramos em casa eu me sentei no sofá. James pegou um álbum de fotos em uma das gavetas e se aninhou no meu colo, segurando o tesouro. Passou pelas páginas, me explicando o que aparecia em cada uma das fotos. Eu vi cada aniversário seu, cada Natal, Halloween e todas as coisas que eu havia perdido entre essas datas. Com os comentários de James sobre cada evento, quase senti como se tivesse vivido aqueles momentos.
Eu também descobri algumas coisas sobre Natasha. Soube de uma prima que ela não suportava, por exemplo.
- Essa é Heather. Ela é prima da minha mãe. Mamãe diz que ela é uma vagabunda - explicou James apontando para uma foto de grupo que devia ter sido tirada em algum encontro de família.
Também descobri que James tinha um estranho hábito: o de espalhar tudo quanto é pasta, creme e gel por toda a casa. Isso estava bem documentado em, pelo menos, cinco páginas do álbum. Refleti que eu deveria ter tirado uma foto do incidente com a pasta de dente.
- James, como é que pode, você ter tantas fotos suas fazendo bagunça e sujeira? - perguntei, passando para a página seguinte, onde havia uma foto dele sentado no chão da cozinha em meio a uma montanha de grãos de café, cereais matinais, flocos de aveia e o que me pareceu mel. - Espero que, depois, você tenha limpado tudo isso para a sua mãe.
- Fazer faxina é ridículo - replicou ele, sem pestanejar.
Considerando o estado da minha casa, naquele momento, eu não tinha argumentos contra isso.
Continuamos a olhar o resto das fotos naquele álbum e em mais quatro outros, antes de eu notar que James tinha ficado absolutamente imóvel no meu colo.
Olhei para baixo e vi que ele tinha pegado no sono ali mesmo, sentado. De forma muito desajeitada, coloquei as mãos em concha debaixo de suas pernas e o carreguei para o quarto na posição exata em que ele tinha caído no sono, ou seja, com as costas coladas no meu corpo e as pernas balançando no ar. Sabia que havia uma regra do tipo "nunca acorde um bebê adormecido", e achei que isso também se aplicava a meninos pequenos, já que eles conseguiam se meter em muito mais encrencas que os bebês.
Depois de colocá-lo na cama com todo o cuidado, voltei para a sala de estar e relaxei no sofá. Liguei a tevê e zapeei por vários canais até achar algo
interessante para assistir. Uma hora depois, quando já começava a cochilar, meu celular apitou, provavelmente pela décima vez desde que tinha saído de casa com James. Sorri, pegando o celular no bolso, pois sabia que era Natasha, mais uma vez.Como estão as coisas? Está tudo bem?
- Natasha -Eu nem podia me sentir ofendido por ela estar tão preocupada, pois isso era compreensível. Para minha surpresa, ficar sozinho com James não tinha sido ruim, pelo contrário. Na verdade, ele era um menino bem-comportado, mais do que qualquer criança da qual eu já tinha estado perto.
Perfeito. James acabou de se apaixonar por uma stripper aqui na boate. No momento está ligadão devido à mistura de Red Bull com vodca. Descobri que ele não gosta de uísque.
- Steve -Ri comigo mesmo ao reler a resposta e apertei o botão "enviar". O celular apitou poucos segundos depois com a resposta, como eu sabia que ia acontecer.
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Sweet Malice ✔
Comédie______________ CUIDADO: _______________ Está história de amor pode matar você de tanto rir . Ah, e está escandalosamente lotada de porres homéricos e, humm, sexo da melhor qualidade.