Uma hora e meia depois, eu tinha conseguido limpar a casa, trocar a roupa de cama, montar uma cama extra no segundo quarto, para James, e espalhar alguns brinquedos que tinha comprado para ele na última semana. Talvez tivesse exagerado um pouco, mas não me importava. Eu havia perdido quatro anos de aniversários e muitas datas importantes como Natal, Halloween, dia das crianças, domingos e todos os outros dias em que eu teria lhe comprado alguma coisa.
Havia uma quantidade imensa de dias de atraso para compensar.
Meu filho ia passar a noite na minha casa.
Tive vontade de pular pela casa e bater palmas de alegria, como uma adolescente. Estava empolgado por ele poder vir se aconchegar comigo no sofá, de pijama, para assistir ao novo filme que eu tinha alugado mais cedo. Mal podia esperar para colocá-lo na cama e acordar com ele amanhã de manhã aqui em casa, para poder lhe preparar um belo café da manhã. Queria curtir cada minuto do seu dia. Queria ouvi-lo rir, escutar sua voz, as coisas que ele dizia e apreciar o jeito como interagia com Natasha.
Natasha.
A linda, inteligente, divertida e sexy Natasha que também ia passar a noite na minha casa. Eu nem me aguentava com tanta vontade de acordar com ela ao meu lado, de manhã. Perdi esse momento cinco anos atrás, mas não iria perder dessa vez. Queria que o rosto dela fosse a primeira coisa que eu visse quando o sol se erguesse no céu, e seu corpo enroscado no meu seria a primeira coisa que eu sentiria. Mais que tudo, no entanto, eu queria estar sóbrio e curtir cada segundo. Não queria que a névoa e o entorpecimento induzido pelo álcool me roubassem nada daquela noite, para nenhum de nós.
Tomara que ela não tenha achado que eu tinha sido muito apressadinho em comprar camisinhas. Se ela não quisesse fazer nada eu não pretendia pressioná-la, de jeito nenhum. Mas se ela pedisse para que a minha anaconda pulsante e cheia de amor pra dar descesse para brincar no play, eu não iria reclamar nem um pouco.
Eu tinha acabado de jogar um pacote de espaguete num panela de água fervendo quando a campainha tocou. Marquei o timer do fogão, atravessei a sala de estar com passos apressados e coloquei a mão na maçaneta. Assim que abri a porta, James passou por mim com a rapidez de um raio.
– Oi, Steve! Mamãe tem mamilos! Você tem mamilos? – quis saber ele, tirando a mochila das costas e despejando todo o conteúdo no chão, no meio da sala.
– Pelo amor de Deus, James, segura sua onda! – ralhou Natasha, entrando logo atrás e girando os olhos ao me encarar. Eu ri e fechei a porta. Tive que me segurar para não apalpar sua bunda e cheirar seus cabelos.
Nossa, ela realmente tinha uma bunda maravilhosa.
– Que história é essa de mamilos? – eu quis saber, ao pararmos lado a lado na entrada da sala de estar, observando James remexer em tudo que tinha trazido na mochila.
– Ele estava no meu quarto enquanto eu me vestia para vir para cá e me perguntou o nome das coisinhas vermelhas nos meus seios. Achei que o mais correto seria ensinar-lhe o nome certo, mas percebo agora que foi um grande erro. Ele passou o resto do tempo cantando músicas infantis com letras como “O mamilo brigou com a rosa; atirei o pau no mamilo; cai, cai mamilo; mamilo que bate-bate…”. Eu quase abri a porta do carro em movimento e o empurrei, para
ser atropelado pela jamanta que vinha atrás – disse Natasha, com uma risada.– Mamãe parou o carro, destrancou as portas e mandou eu saltar e andar a pé pelo resto do caminho – informou James.
– Tudo bem confesso que quase não foi a palavra exata – disse ela, dando de ombros. – Em minha defesa eu devo relatar que avisei a James que se ele dissesse a palavra “mamilo” mais uma vez, uma única vezinha, eu iria parar o carro e obrigá-lo a fazer o resto do caminho a pé. Segundo o pediatra, é importante cumprir as ameaças sempre, para não perder a autoridade.
Ajudei Natasha a despir o casaco, pesquei o de James, que estava jogado no chão, e fui guardá-los no armário da entrada.
– Talvez esse seja o momento mais adequado para contar que ele me perguntou se eu tinha vagina, hoje de manhã, na biblioteca. Depois, me pediu que eu lesse para ele Os monólogos da vagina.
Nat grunhiu baixinho e balançou a cabeça.
– O que que eu vou fazer quando ele começar a frequentar a escolinha, daqui a alguns meses? Ele vai ser igualzinho àquele menino do filme Um tira no jardim de infância, com a diferença que ele vai anunciar para todos: “Meninos têm pênis, meninas têm vaginas e minha mãe tem mamilos!”
Enlacei-a pela cintura, puxei-a para junto de mim e reparei, mais uma vez, em como era bom ter o corpo dela colado ao meu.
– Você está me perguntando o que nós vamos fazer, certo? – corrigi. Precisava fazê-la entender, com toda firmeza, que eu não pretendia mudar de ideia sobre tudo aquilo. – Não esqueça que ele também vai espalhar para todo mundo o quanto meu piru é grande. Pelo menos eu espero que ele faça isso.
Talvez eu deva reforçar que a palavra grande não é a melhor a ser usada, e sim imenso ou gigantesco.
Natasha ergueu as sobrancelhas e eu percebi que talvez a brincadeira não tivesse agradado muito.– Puxa, o que eu acabei de dizer soou muito mais vulgar do que eu pretendia, foi mal – desculpei-me.
Natasha virou-se de frente para mim, com as costas para James. Pousou os braços nos meus ombros e usou os dedos para brincar com os cabelinhos da minha nuca. Senti os pelos dos meus braços se arrepiando na mesma hora; Mister Feliz acordou da sua soneca de fim de tarde e começou a se manifestar, quase babando.
– Podemos banir a palavra “piru” das nossas conversas? – pediu ela, com um sorriso.
Olhei por sobre o ombro dela para James. Ele parecia muito ocupado, ainda de costas para nós. Conversava com seu boneco do Batman, perguntando ao herói se ele tinha mamilos. Olhei para Natasha e deixei as mãos escorregarem pelos seus quadris e em torno da sua bunda, puxando-a mais para perto de mim.
– Topo fazer isso se você passar a usar apenas a palavra “pau” de agora em diante – avisei, com uma risada safada.
Ela colou o corpo ainda mais em mim, roçou seus quadris contra os meus e gemeu baixinho quando entrou em contato com minha ereção intensa e
incontrolável.– T.J. me contou que você pagou vinte dólares a ele naquele dia, só para me ouvir dizer essa palavra.
Merda. T.J. ia ser derrotado na próxima vez que jogássemos P.O.R.N.O. Eu ia lhe enfiar uma bola de pingue-pongue goela abaixo. Pousei os lábios num dos cantos da boca de Natasha e trilhei com beijos um lento caminho ao longo do seu maxilar, passando pela bochecha. Quando alcancei o lóbulo, libertei a língua para poder lamber sua pele e saboreá-la.
Ela emitiu um gemido baixo, empurrou ainda mais os quadris contra os meus e virou o rosto de lado, colocando a boca junto dos meus ouvidos.
– Pau, pau… pê, a, u – sussurrou ela, soletrando a palavra na terceira vez, com voz sensual.
– Puta que pariu – murmurei, envolvendo-a e abraçando-a com tanta força que seus quadris ficaram imóveis contra os meus. – Gostosa pra caralho.
O timer na cozinha soou e todos os pensamentos sobre os lábios de Natasha e a palavra “pau” foram colocados de lado. Eu me desvencilhei dela e seguimos juntos até a cozinha, para terminar de preparar o espaguete.
O jantar correu às mil maravilhas, embora Natasha tivesse que lembrar a James, a cada dez segundos, que ele devia parar de falar com a boca cheia.
Nunca, em toda a minha vida, eu conheci um menino que falasse tanto sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo, mas curti cada segundo da sua tagarelice.
Depois que acabamos de jantar, mandei que Natasha e James fossem para o segundo quarto, onde nosso filho iria dormir, enquanto eu acabava de lavar os pratos.
Alguns segundos depois, ouvi um grito lancinante de James.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Malice ✔
Humor______________ CUIDADO: _______________ Está história de amor pode matar você de tanto rir . Ah, e está escandalosamente lotada de porres homéricos e, humm, sexo da melhor qualidade.