Hiperventilando

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Havia arrumado a casa para festa, e ao dizer "arrumado" na verdade eu quero dizer "tirei tudo o que eu vou perder um rim se alguém roubar ou quebrar". Coloquei todos esses objetos no porão e tranquei a porta, se não com certeza eles não estariam a salvo, já que adolescente quando quer transar sempre encontra um lugar.
Eu tinha deixado no controle de Lydia os convites, e eu não vou mentir eu esperava muita gente até porquê ela sempre está em muitas festas, mas aí ela mandou mensagem para Scott e disse:

Lydia Martin 🔥: convida quem você quiser. (21h45)

E foi aí que fodeu tudo! Essa casa parecia um formigueiro de tanta gente junta, estava chegando a me da agonia. Tinha gente em cima do sofá, no banheiro, no segundo e terceiro andar e para completar, gente no meu jardim. Só não tinha gente no meu quarto porque fui esperto o suficiente pra trancar. Ainda bem que eu guardei um dinheirinho, porque nem fodendo eu vou limpar esse lugar quando essa merda acabar.

— Qual é, cara?! — diz Scott, sentando do meu lado.

No momento eu me encontrava no sofá da sala de estar, apenas observando todos dançarem ao som de uma música genérica eletrônica e fazerem merda. Eu engoli secamente o gole bem dado que havia dado no copo de vodca e energético, e me arrependi instantaneamente por ter colocado mais vodca do que energético. Fiz uma careta e devolvi minha atenção para Scott, que tinha um óculos escuros idiota no meio da cara.

— Tá tendo a maior festa do ano e você vai ficar aqui sentado sem fazer nada?! — parecia estar indignado com meu comportamento.

— Ainda estou meio bolado com essa situação toda da Allison. Você acha que eu fiz a escolha certa?

— Claro que fez! Mano, eu amo a Allison, mas ela não pode sair te proibindo. Ela é sua namorada, não sua mãe.

Para alguém que estava chapado Scott estava até fazendo sentido. Respirei fundo, abaixei a cabeça. Ele tem razão, estou parecendo um imbecil sentado aqui no meio de um festão desses.

— Vamos levantar, amigão. — ele bateu nas minhas costas.

Instantaneamente meus olhos se cruzaram com os de Lydia, que dançava em minha direção a alguns metros de distância. Entretanto, ela dançava com um cara que eu nunca vi na minha vida, como se quisesse que eu visse. Ele estava atrás dela, segurando sua cintura e ela rebolava, roçando bem aonde não deveria. O que essa garota está querendo?

— Ou! Escutou?! — Scott me da um tapinha na cabeça, para que eu volte ao o dar atenção.

— Tudo bem. Mas eu preciso fazer outra coisa primeiro.

Me levantei, e fui andando com paciência até Lydia. Ela ainda dançava com o garoto, enquanto me encarava. Deus, essa mulher era tão... Tão. Seu corpo poderia deixar qualquer um louco. Se ela estava tentando causar uma impressão em mim, ela conseguiu.

— Tem um minuto? — perguntei, interrompendo sua dança assim que me aproximei dela.

Lydia olhou para o garoto, e mesmo sem palavras ele entendeu que tinha que ir embora, e foi o que ele fez, deixando a gente sozinhos.

— Por que está me olhando desse jeito? — pergunto, de frente para ela.

— De que jeito você quer dizer? — ela deixou seu olhar leve, e levou a ponta de sua língua até o céu da boca.

— Desse jeito. — eu apontei rapidamente, com um sorriso de canto.

— Não sei do que está falando. — ela riu, e voltou a dançar. — Por que está todo sozinho?

— Tentando tirar algo da minha cabeça.

— Eu sei de uma forma para resolver isso... — ela diz, passando a mão no meu peito.

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