Perfeita

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Lydia andou em direção a porta da casa de seu pai, parecia ao mesmo tempo que determinada a entender o por quê de estar ali, desanimada e cansada. Talvez porque uma parte sua já sabia o que a esperava lá dentro, decepção. Eu a acompanhei até a porta, mas antes que ela pudesse bater nela, eu a chamei.

— Lydia — ela se virou, olhando para mim. — Acho melhor eu esperar aqui fora.

— O que? Por que? — ela se afastou da porta, andando em minha direção.

Como que eu explico que o Pai dela me acusou de abusar de sua irmã mais velha depressiva que se suicidou? — que ninguém pode falar sobre, se não ela fica completamente defensiva e se auto sabota.

— Espera. Eu acho que sei sobre o que é isso. — disse, aliviada. — É por causa daquela treta entre os nossos pais?

Espera, ela sabe? Ou será que estamos falando de outra treta? Agora estou intrigado.

— Que treta?

— Algo sobre meu pai ter acusado o seu pai de abusar a Maggie.

Ela dizia tranquilamente, o que fazia parecer que realmente essa coisa toda foi um grande mal entendido.

— É... Ele não acusou o meu pai. Ele me acusou.

— Você? Não... Eu me lembro claramente de ter escutado ele falar o nome do seu pai. Mas de qualquer forma, não importa. Não era verdade, e eles acabaram entrando em um acordo.

Fiquei calado por alguns segundos. Sinceramente, eu não sabia o que responder, essa história toda estava muito estranha. Que acordo? Por que isso aconteceu? De onde esses rumores saíram? Maggie estava envolvida nisso ou era apenas o seu pai sendo maluco? O quanto Lydia sabe da história?

Muitas perguntas.

— Stiles, preciso que você entre comigo. Pra eu não fazer alguma loucura, sabe? — ela disse, e em seguida riu de leve.

Ela estava brincando... Né? É, pensando bem, eu realmente tenho que entrar com ela.

— Tudo bem. Vamos.

A dei o sinal verde para que ela pudesse bater na porta, fazendo com que em alguns segundos uma pessoa abrisse a mesma. Era uma mulher, tinha cabelos castanhos, era magra, alta e aparentava ter uns 36 anos. Mas o fato que mais chamava atenção, não era esse.

E sim o bebê de aproximadamente 7 meses que estava em seu colo, que tinha exatamente as mesmas afeições do rosto do pai da Lydia.

Puta merda. Lydia tem um irmão.

— Boa noite? — ela perguntou, esperando que Lydia ou que eu a contássemos o que nós queríamos, afinal, éramos apenas alguns estranhos batendo em sua residência.

Olhei para o rosto de Lydia, que estava sem reação para a situação toda. Parecia que seu sistema tinha travado. A mulher esperava uma resposta, eu resolvi intervir.

— Boa noite, nós estamos procurando o Steve Martin. Ele mora aqui, certo?

E então, a mulher se tocou aos poucos, somando a cara incrédula de Lydia com o fato de que ela parecia bastante com seu marido.

— Sim... Ele está na sala. Vocês gostariam de entrar?

Já havia se ligado. Portanto, não tinha opção ao não ser nos deixar entrar. E fizemos isso. Na verdade, eu fiz, pois Lydia continuou imóvel. Eu levei minha mão a sua, cruzando os nossos dedos.

— Lydia.

A chamei. Não sei o que eu poderia fazer. Mas eu estava aqui para a apoiar a cada passo do percurso. Nem que eu tivesse que a levar em meus braços. Ela olhou para mim assim que sentiu meu toque em sua mão, e era como se houvesse acordado. Respirou fundo e molhou os lábios.

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⏰ Última atualização: May 15 ⏰

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