Saio da sala de aula com a preocupação me consumindo mais do que o normal. Provas estão chegando e eu sinto que, apesar dos esforços, tudo vai dar errado. Muita coisa se passa na minha cabeça nesse período, é o último ano escolar e ele é primordial para o que vem, na universidade.
Penso, logo existo e estou em frente ao meu armário, guardando os livros de Química, a matéria que eu sei que vai me ferrar pra caramba. Até que vejo Allison se aproximar, estranho, já que nunca fomos de falar em público sozinhos.— Oi, sumido. — ela diz, com um pequeno sorriso sem graça.
— Oi, Alli. Como está? — pergunto, afim de tentar tirar minha mente de onde está.
— Esperando aquele café... Você nunca mandou mensagem.
Merda! Me esqueci completamente que ela havia me chamado para conversar depois da farmácia. Bato a palma de minha mão na testa.
— Me perdoa, eu esqueci. Muita coisa rolou. — eu dei risada, e ela também.
— Com uma certa ruiva, imagino... — jogou verde.
— Alli... — disse, relevando aquela palhaçada. — Já disse que eu e Lydia não temos nada.
— Sei. — ela respirou fundo, e me olhou estranho, como se soubesse que algo estava errado. — Tudo bem? Você parece ansioso.
— Estou ótimo. — menti.
Era um pouco bizarro o quanto ela me conhecia tão bem. Eu nem estou demonstrando nada, se você não sabe ler pensamentos não tem como saber que eu estou surtando.
— Se sente na necessidade de ir a uma reunião? Porque se sentir eu posso ir com você...- — eu a interrompo, antes que ela possa terminar a frase.
— Não quero falar disso. — abaixei a voz, fiquei sem graça. — Obrigada pela a... preocupação.
— Tenho que ir, vou começar minha parte da detenção.
Sorri de leve e segui para o pátio, onde eu iria afogar minhas mágoas, esperanças de futuro e problemas em uma bela e grande coxinha bem recheada da cantina. Após comprar, me sentei no banquinho e foi questão de tempo até Lydia aparecer. Diferente de quase sempre, ela está com menos maquiagem hoje. Vinha da aula de educação física portanto, estava com o uniforme em bermuda. Seu cabelo preso em um rabo de cavalo, ela vem em minha direção graciosamente e senta ao meu lado.
— Parece de bom humor. Já vi que o tempo vai mudar. — eu comento, logo assim que ela sentou.
— Para vai. O dia está lindo. — ela deu uma risada. — Ei, fiquei sabendo de uma coisa.
— Hmmmm, fofoca. — me virei de frente para ela, com os olhos arregalados e frango caindo da minha boca.
— Parece que um certo alguém estava conversando com uma certa ex nos corredores do colégio hoje. Estranho, né?!
Broxei na mesma hora, respirei fundo e voltei a olhar para frente. Engoli a seco meu pedaço de coxinha e respondi:
— Além de chata e maluca, agora é Stalker?
— Vocês vão voltar? — ela pergunta, me ignorando completamente.
— Por que eu faria isso? – bufo, bolado.
— É verdade, você nunca parou para me falar por que vocês terminaram.
— Porque ela é muito ciumenta. Me pediu para escolher entre você e ela, e minha escolha foi liberdade.
Lydia mudou o olhar de leve, como se houvesse passado a me admirar agora. Ah não, ela deve estar achando que isso significa que eu a escolhi. Não que isso não seja verdade, quer dizer, tecnicamente é. Ah, eu não sei. Mesmo que seja, eu não quero que ela pense isso porra!
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Promiscuous
Teen FictionStiles e Lydia são amigos de infância. Após o término da amizade, Lydia segue um rumo não tão diferente de Stiles e traumas são feitos. Eles decidem se reencontrar para fingir um namoro para aliviar a pressão dos pais bem sucedidos. Com muito ódio...