CAPÍTULO 28 - SAINDO DA TOCA PARTE II

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Ainda com o bilhete em mãos, olho para Gabriela que encara o papel com uma expressão confusa

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Ainda com o bilhete em mãos, olho para Gabriela que encara o papel com uma expressão confusa. Sinceramente, isso é muito estranho. Essa letra é de fato, de Jason, mas se isso for uma armadilha? Em contrapartida, pode ser verdade. Permito-me respirar fundo esvaziando a mente para pensar melhor no que fazer. Sinto os dedos de Gabriela acariciando meus cabelos. Abro meus olhos e a vejo em minha frente de pé.

— Se for uma armadilha, Jason, Suh e as crianças estão em apuros. — Sua voz sai temerosa.

Seguro sua mão que pousava em meu rosto e a beijo.

— Descobriremos o que há de fato. — Puxo Gabi para meu colo arrancando um sorriso dos seus lábios. — Eu vou te proteger, haja o que houver.

— Eu não estou com medo disso, tenho medo por eles e principalmente… Por você. — Ela abaixa a cabeça. — Eu não sei o que faria se algo acontecesse a você. Eu não quero nem pensar. — Sua voz sai baixa, carregada de medo.

Ela balança a cabeça e sua face muda, vejo dor em seus olhos.

— Não se preocupe, nada acontecerá. Fico sem palavras de saber que se importa tanto comigo, minha vida.

— Eu daria minha vida pela sua! 

— Não! Nunca mais repita isso! — Abraço minha mulher tentando dissipar a imagem dela machucada ou morta da mente, só de imaginar isso me deixa destruído. Nunca permitirei isso.

— Miguel, o que faremos agora?

— Vamos até lá, com cautela, mas vamos

Ela assente e me abraça forte, sorrio inalando seu perfume, sentindo medo, por tudo que possa estar por vir.

(…)

Estamos ao lado de fora, prontos para ir embora. Gabriela olha para a cabana, parece perdida em seus pensamentos. Seus olhos brilham olhando o local, sendo agora  parte de nossas vidas. Creio que dá mesma maneira que esse lugar se tornou importante para mim, é para ela. Especial, único, o nosso lugar de amor.

Admiro o local mais um pouco e seguro a mão da minha mulher. Ela mira-me nos olhos, vejo uma lágrima escorrer por seu rosto, a apanho imediatamente.

— Vamos, minha vida? — Ela balança a cabeça e seguimos o trajeto de volta.

Passamos pela pequena cachoeira onde tomamos tantos banhos, e nos descobrimos dia após dia. O lugar onde contemplei o amor. O clima de despedida e o silêncio durou toda caminhada até chegarmos ao carro. Abri a porta do passageiro para Gabriela e ela entrou em silêncio. Fui até a traseira do carro e abri o porta mala, coloquei nossa bagagem dentro.

Até o tempo está melancólico, o dia está nublado e frio. Agora passa das cinco da tarde. Apesar, de não querer viajar a noite, não conseguimos sair antes. Pensamos muito no que fazer, e também, a despedida foi mais difícil do que pensamos.

SOB DOMÍNIO DO MEDO - LIVRO 2 DA SÉRIE DOMÍNIO (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora