CAPÍTULO 7 - FUGA

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Sai de casa com uma única certeza, que nunca mais permitiria que aquela moça sofresse novamente, só de imaginar algo acontecendo com ela, sentia meu peito doer. Uma sensação nova e estranha tomou conta de mim, sentia necessidade, essa é a palavra… Sentia necessidade de protegê-la.
E farei isso, nem que eu precise mover céus e terras, mas farei!

Assim que chego no local indicado que Alzira estaria, percebo que está vazio, mas alguém havia passado a noite ali, pois tinha muitos vestígios, como uma coberta, algumas embalagens de comida no lixo e migalhas para todo lado, ainda não haviam limpado o quarto, isso só comprovou que eles saíram com pressa do lugar. Infelizmente cheguei tarde, dessa vez! Procurarei Alzira até no inferno, ela precisa depor contra Cristiano. Ela é uma peça à mais contra aquele verme, uma testemunha forte.

Saio da pequena estalagem com uma sensação de raiva, lembro-me do meu irmão, sempre sorridente e amigo, ele era menos tímido que eu, dizia que eu era um cara chato, fodidamente sério e sem graça, ainda me lembro como hoje, minha mãe falando para ele: “olha a boca!” Sorrio com as lembranças, fico parado imaginando como nossas vidas ficaram tão enroladas, agora que vivo essa situação posso entendê-lo, preciso manter Gabriela protegida, e não posso me desvencilhar disso, até porque, mesmo o que eu quisesse não poderia! É mais forte que eu. Penso que devo desculpas para Daniel, agora entendo que meu irmão não escolheu estar nessa situação, talvez, como ele mesmo diz: não, é algo que possa controlar… Penso que, agora tenho que parar de julgá-lo e apoiá-lo! Somos a única família um do outro.

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Após falar com o caseiro do lugar que me passa algumas pistas do suposto casal que presumo ser Alzira e Rodrigues, volto para meu carro. Assim que entro, bufo impaciente, encosto a cabeça no volante e penso em Gabriela.
Tenho que achar Alzira, também arrumar um jeito de encontrar a mãe da Gabriela.
Saio dos meus pensamentos quando o celular toca. Olho para tela e vejo que é meu chefe, atendo rapidamente antes que a ligação caia.

— Alô, senhor? — tento controlar a voz.

— Miguel, que porra você aprontou dessa vez? — Pergunta furioso.

— Como assim, senhor?

— Eu que te pergunto! Só consegui te ligar agora, estava em um mega problema, tentando livrar tua pele. 

SOB DOMÍNIO DO MEDO - LIVRO 2 DA SÉRIE DOMÍNIO (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora