Dois

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Acabara o baile e Elizabeth preparava-se para se deitar quando de repente, Mrs. Ravensberg entrou quarto adentro.

- Ai, querida! Eu e o teu pai estamos tão orgulhosos de ti. – Disse, eufórica. - Vimos-te dançar com Sir William.

- Eu sei que dancei com Sir William e que vocês estão muito orgulhosos de mim, mas continuo a querer casar por amor e não por negócios. - Respondeu Elizabeth, desviando os cobertores da cama para se deitar.

- Oh, filha! Não sejas tonta. Não vais estragar este casamento. Já rejeitaste três homens, não vais rejeitar o filho do duque de Newbury Abbey. - Advertiu Mrs. Ravensberg, num tom ríspido. - É a tua oportunidade.

- Eu não o rejeitei nem vou rejeitá-lo.- Assegurou Elizabeth, deitando-se na cama e cobrindo-se com os cobertores.

- Filha, quero que saibas que eu e o teu pai fazemos isto para o teu bem. Precisas de marido!

- Eu sei, mãe. Eu sei! - Replicou Elizabeth, num tom cansado.

- Bom, vou deixar-te dormir! - Disse Mrs. Ravensberg, virando-se para ir embora, mas ao lembrar-se de uma coisa voltou a virar-se para Elizabeth. - Já agora, Elizabeth, convidei Sir William para almoçar connosco amanhã.

E depois, saiu.

«Que horror! Porque é que aquele homem tem de entrar na minha vida assim?!» - Pensou Elizabeth, transtornada.

No dia seguinte, à hora de almoço, Sir William chegou a casa dos Ravensberg, envergando uma bela casaca de veludo verde.

- É um prazer almoçar na vossa elegante casa, Mrs. Ravensberg. - Elogiou Sir William, fazendo uma breve reverência.

- E é um prazer recebê-lo! - Respondeu Mr. Ravensberg, muito contente.

Eles dirigiram-se para a sala de convívio. Mr. Ravensberg e a sua esposa sentaram-se num sofá às riscas azul-escuras e azul-claras que combinava com a decoração em tons azuis da pequena saleta. Sir William também se sentou, após o dono da casa convidá-lo para se sentar num divã azul-escuro.

Durante alguns instantes, a casa entrou num silêncio constrangedor.

- Onde é que Elizabeth está? - Perguntou Sir William, rompendo o silêncio, por fim.

- Está a acabar de se arranjar, Sir William. - Respondeu Mrs. Ravensberg, sorrindo-lhe de forma afável.

Nesse preciso momento, Elizabeth entrou na sala de convívio. Todos se levantaram. Sir William dirigiu-se para ela e pegou-lhe na mão, fazendo uma vénia e quase tocando com os lábios na pele suave de Elizabeth. Ela estremeceu perante o quase contacto da sua boca na pele e obrigou-se a cumprimenta-lo também. Ele endireitou-se e todos dirigiram-se para a sala de jantar, onde os criados afastaram as cadeiras para que eles se sentassem.

Mrs. Ravensberg pegou num sino e abanou-o, fazendo com que o pequeno objeto emanasse de si o som agudo próprio dos sinos. Logo de seguida, um dos criados avançou com uma travessa cheia de comida, poisou-a na mesa e voltou para o seu lugar, num canto da sala, ao lado de um outro criado.

- Talvez o senhor Wyatt queira dar um passeio com Elizabeth pelo jardim depois do almoço. - Instigou Mrs. Ravensberg, sorrindo-lhe.

- Hum... sim, sim! Gostaria imenso de dar um passeio pelo jardim com Elizabeth depois do almoço. Isto é, se ela estiver de acordo, claro está. - Concordou Sir William, olhando para a sua noiva.

Prometida ao IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora