Seis

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Parte 2

Podemos violar as leis humanas, mas não as da natureza. - Júlio Verne.


Chegaram a Canady House, onde o seu primo se encontrava doente.

William estava a gostar imenso de ter Elizabeth ali consigo. Ela inspirava-lhe força para enfrentar o seu medo: perder o seu primo, que para ele, era como um irmão.

Bateu à porta e o mordomo da casa, Christopher, abriu-a com uma expressão ansiosa.

- Olá, Christopher! – Cumprimentou-o William, ansioso, desejoso por ir ver o seu primo.

Christopher olhou para Elizabeth, parecendo não perceber por que razão estava ela ali, olhava-a com desdém e ar altivo.

- Hum, ... esta é a minha futura esposa, Christopher. - Apresentou William, apontando para ela. - Lady Elizabeth Ravensberg.

Elizabeth fez uma vénia e Christopher respondeu com uma reverência. William deu um beijo na face da sua noiva e virou-se, com um ar sério, para Christopher.

- Leve Elizabeth para um quarto e cuide de todas as suas necessidades. - Mandou William, com decisão. - Eu vou ver Dexter. Ele está no quarto?

- Sim, milorde. - Respondeu Christopher, com tranquilidade.

William virou-se para Elizabeth e voltou a dar-lhe um beijo na face.

- Eu volto já, querida.

Dizendo isto, o duque de Newbury Abbey subiu as escadas a correr, em direção ao quarto do seu primo, ansioso para saber quão grave era a sua doença.

- Bom, menina Elizabeth, queira-me seguir, por favor. - Disse o mordomo, com um certo tom de desprezo, virando costas e começando a andar.

Elizabeth teve de fazer uma pequena corridinha para conseguir acompanhar o mordomo que andava bastante rápido; talvez o fizesse de propósito só para a irritar, já que não gostava dela.

Apesar da idade, o mordomo andava rapidamente, com passadas largas. Não inspirava muita confiança e Elizabeth sentiu-se um pouco intimidada. Parecia que ele não aprovava que ela estivesse ali.

Entretanto, o mordomo deteve-se diante de um quarto e Elizabeth parou atrás do idoso. Christopher abriu a porta e desviou-se.

- Aqui está os seus aposentos, milady. - Anunciou, usando um tom de desdém. - Vou pedir aos criados que tragam as suas malas.

- Não é necessário. - Retorquiu Elizabeth. - A minha criada pessoal já está a tratar disso. Se calhar, é melhor ir avisá-la para trazer as minhas coisas aqui.

O mordomo franziu as sobrancelhas. Não era um trabalho próprio para uma mulher, ainda para mais sendo ela uma criada pessoal.

Como viu que ele não dizia nada, Elizabeth virou costas e começou a andar.

- Lady Elizabeth?! - Chamou o mordomo, perplexo.

Elizabeth virou-se e olhou para o idoso com uns olhos penetrantes.

- Deve estar cansada da viagem. Eu pedirei à sua criada que traga as suas malas a este quarto. - Disse o homem, com calma, mas ainda perplexo pelo seu comportamento; nenhuma senhora se dirigia ela própria para chamar os criados, se tivesse algum ao seu lado.

- Obrigada! - Agradeceu Elizabeth, dirigindo-se para o seu aposento.

...

William entrou no quarto do seu primo Dexter. Ao entrar, encontrou duas criadas no quarto. Uma a refrescar-lhe a testa com um pano húmido e a outra a recompor-lhe as almofadas.

Prometida ao IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora