Oito

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Naquela noite, Elizabeth retirou-se mais cedo. Estavam todos cansados e precisavam de descansar para recuperar as energias da noite anterior.

Soltou o cabelo e estendeu as mãos para trás das costas para soltar as fitas do vestido, que eram difíceis de desatar sem a ajuda de Valéry, a sua criada pessoal. Mandara-a retirar-se mais cedo. Valéry trabalhara toda a noite e continuara o seu cansável trabalho durante o dia. Merecia descansar.

Desistindo da tarefa, com um suspiro de frustração, pôs-se a pensar se não seria boa ideia mandar chamá-la, quando, subitamente, sentiu um par de mãos poisarem-lhe na cintura. Fechando os olhos, inclinou a cabeça para trás de encontro a um peito masculino, e a irritação desapareceu-lhe. William tinha vindo.

Afastando-lhe o cabelo do pescoço, William concluiu o que ela tinha deixado para fazer. O vestido caiu ao chão e ela ficou só de combinação. Ele beijou-lhe ao de leve o pescoço e os ombros e puxou-lhe as alças para baixo. Elizabeth continuava encostada a ele, sentindo as pernas a tremer, sensível ao toque dos seus lábios.

Sentiu o coração a bater a grande velocidade e, voltando-se para ele, beijou-o, sem ter consciência de que William tinha começado a andar para trás, conduzindo-a para a sua cama. Caíram ambos em cima do colchão, um pouco desajeitados, mas sem pensarem muito nisso, e rolaram para uma posição mais cómoda, já ofegantes. Só quando ele lhe ia tirar a combinação é que ela voltou à realidade e, apoiando-lhe as mãos nos ombros e abanando a cabeça, empurrou-o para longe.

Ele soltou um resmungo.

Depois de ter levado uns momentos a recuperar a compostura, soergueu-se, apoiando-se num cotovelo, ficando a olhar para ela, ainda com vestígios de desejo naqueles olhos encantadores.

- Elizabeth, estás... bem?

- William, nós não podemos fazer isto!

Elizabeth sentia-se chocada com o que acabava de acontecer.

Ele franziu o sobrolho e passou uma mão pelo cabelo. Depois, inspirou fundo, abriu a boca e deteve-se, como se não soubesse muito bem o que queria dizer.

- Mas porquê?

- Porque não! - Replicou ela, sentando-se muito direita. - Porque não estamos casados!

- Mas vamos estar! - Respondeu William, sentando-se também muito direito.

Elizabeth engoliu em seco, olhando-o, indignada.

- Eu não me sinto pronta. - Disse ela, com mais calma e franzindo os lábios. - Se gostares de mim, por favor, espera até ao casamento.

- Está bem! - Cedeu William, levantando-se, contornando a cama e inclinando-se sobre Elizabeth.

Ela suspirou, sentindo desejo e ao mesmo tempo desejando que ele se afastasse.

- Esperarei por ti, minha querida Elizabeth. - Dizendo isto, ele deu-lhe um beijo apaixonado, indo depois embora.

...

No dia seguinte, William foi até ao jardim das traseiras e encontrou Elizabeth sentada num banco de jardim a cantarolar e a tricotar qualquer coisa.

William ficou ali uns momentos a admirar a sua futura esposa. Os seus cabelos ruivos dançavam ao ritmo do vento, a sua voz parecia ter o magnetismo do canto de uma sereia e os seus belos olhos azuis brilhavam. Sim, ele gostava muito de Elizabeth...

William aproximou-se dela por de trás, inclinou-se sobre ela e começou a beijar-lhe os ombros e o pescoço. Elizabeth deixou a cabeça tombar para trás, dando a William mais fácil acesso. Ele subiu pelo seu pescoço até chegar às suas faces e, depois, com uma paixão fogosa, beijou-a intensamente nos lábios. Passados alguns momentos, William afastou-se apenas para respirar e voltou a beija-la com paixão.

Prometida ao IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora