Catorze

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Sete de junho, 1847

Chegara o grande e esperado dia.

Mrs. Ravensberg mandou aos aposentos de Elizabeth um pequeno-almoço especial de casamento, mas ela só petiscou. Estava tão ansiosa que nem sequer lhe apetecia comer. A única coisa em que pensava naquele momento era no seu noivo e como estava feliz por se casarem. Em seguida, tomou um banho em água perfumada e permitiu que Valéry lhe escovasse o cabelo.

Ao princípio da tarde, Lady Sarah, que era a sua dama de companhia, foi ajudá-la a vestir-se. O tecido do seu vestido fora escolhido por Lady Catherine, seda azul-turquesa, forrado com um tecido dourado muito fino que lhe ia dar abaixo da linha do busto, decote em coração e mangas tufadas, com o corpete pespontado a fio de ouro. O conjunto era completado por uma capa azul-turquesa, lisa, que lhe pendia dos ombros e arrastava pelo chão. Valéry tinha-lhe feito um severo coque por baixo da nuca. Ao pescoço, levava um colar de safiras, que combinava com o seu vestido azul-turquesa.

O casamento teria lugar na sala de baile da mansão do seu noivo, seguido do copo d' água na sala de jantar e, depois a festa seria novamente na sala de baile, com música e danças. Seriam os seus pais a acompanhá-la à cerimónia. Elizabeth esperava-os nos aposentos de William, onde ela se arranjara. Sentia-se cada vez mais nervosa à medida que se aproximava o momento.

Olhando para os portões através da janela, Elizabeth viu Catherine e Sir Robin, que desciam de uma carruagem e começavam a subir lentamente a vereda de pedra escura. Atrás deles, vinham diversos convidados, que se dirigiam à porta principal da mansão exibindo os fatos de cerimónia.

Elizabeth afastou-se da janela de súbito, num tal estado de pânico, que mal conseguia respirar. Sarah aproximou-se dela e estendeu-lhe um copo de vinho.

- Achei que isto talvez te ajudasse a acalmar.

- Obrigada. - Agradeceu ela, pegando no copo e bebendo tudo de um só gole. Depois, devolveu-lhe o copo e tentou controlar a sua respiração, que estava acelerada pelos nervos.

- Está tudo bem? - Perguntou Sarah, preocupada.

- Não! Estou uma pilha de nervos. - Retorquiu Elizabeth, tentando respirar normalmente. - Estou tão nervosa. Hoje, é o dia mais importante da minha vida e quero que tudo corra bem.

- Vai correr tudo bem. - Tentou acalmá-la, esfregando-lhe o braço com uma mão.- Estás muitíssimo bonita.

- Tu também não ficas nada atrás. - Respondeu Elizabeth, abrindo mais os olhos e olhando-a de cima a baixo.

O vestido de Sarah era de seda verde suave, de cintura justa e saia larga até aos pés, o corpete revestido de renda prateada fina e as mangas tufadas. O vestido combinava perfeitamente com os seus cabelos loiros. Não fazia ideia de como é que ela ainda não estava casada. Era tão bonita!

Bateram à porta e Mrs. Ravensberg entrou no quarto. Envergava um vestido vermelho pespontado a prata e trazia o cabelo louro esbranquiçado muito bem arranjado, num penteado complicado.

- Quis ver como te sentias, antes do teu pai nos vir buscar. - Disse Mrs. Ravensberg, abrindo os braços para que ela se aproximasse.

As duas abraçaram-se ao de leve e a sua mãe observou-a com aqueles olhos azuis cheios de orgulho.

- As noivas estão sempre nervosas no dia do casamento. Pergunta a Lady Catherine, que há tão pouco tempo se casou. Mas tudo correrá bem. - Suavizou-a Mrs. Ravensberg, desabraçando-a.

- Obrigada, mãe.

- Bom, então... - Mrs. Ravensberg respirou fundo, emocionada com o momento. - Vamos esperar na saleta pelo teu pai.

Prometida ao IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora