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21. I'm lost.

#CabelinhoAzul

💙

Jungkook

Uma semana depois…

Eu estava sentado no corredor vazio do andar de cima da minha casa, Sushi estava deitado de um jeito preguiçoso em cima de mim e eu tentava pensar em outra coisa além da conversa que estava rolando lá embaixo entre nosso advogado e minha mãe.

Eu preferia evitar ouvir falar sobre meu pai. Além da repulsa que eu sentia, tinha medo de eventualmente, algum dia, acabar me tornando como ele.

Sinceramente? Entre ser como ele e estar morto, eu com certeza fico com a segunda opção.

Tentando não pensar naquilo e consequentemente tentando não sentir os sentimentos ruins que aquilo me trazia, tentei desviar meu foco para a criaturinha peluda e cinza no meu colo que de barriga pra cima e com a cabeça um pouquinho torta para a esquerda me olhava como se soubesse de tudo que estava acontecendo.

Fiquei ali sentado acariciando o pelo macio do meu gato – lê-se filho – que mal percebi quando Dohyun, nosso advogado e amigo, se sentou ao meu lado.

— Pensando demais, garoto? — ele perguntou com a voz calma.

— Sempre. — respondi.

Ficamos em silêncio por um breve momento até que eu resolvi perguntar:

— Ele ainda insiste na ideia de encontrar ela?

Dohyun assentiu com a cabeça.

— Isso não fará bem à Sohui. — ele observou. — Mesmo que ela esteja no processo de superação… não é assim tão fácil.

— Eu só não entendo, Dohyun… ele quer ver o estrago que fez? É isso? — perguntei, com a indignação audível em minha voz.

— Para ser sincero, acredito que ele quer desestabilizar sua mãe e você junto. Talvez ele quer que ela desista de exigir o que quer e só aceite o acordo que ele está disposto a fazer.

— Isso é uma merda… — encostei a cabeça na parede e fechei os olhos.

Quando aquele pesadelo acabaria?

— Sim, é uma merda… — Dohyun concordou. — Eu vou cuidar disso e de vocês.

— Você ainda é apaixonado? — perguntei.

De canto de olho pude ver os olhos de Dohyun se arregalarem.

— É só uma pergunta. — ri.

Ele permaneceu em silêncio.

— Não precisa responder… — o confortei. — Só te peço pra ter paciência caso você ainda seja apaixonado por ela. Tenha paciência com o tempo e a fragilidade dela… e por favor, seja o homem que meu pai nunca foi.

— Eu não vou dizer nada a ela até ter certeza que não vou fazer burrada.

— Então você ainda é apaixonado? Uow… — abri minha boca em surpresa. — Uma paixão sobreviver quase vinte anos… uau!