IX

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[...]

Se Jimin não estivesse em uma boate de prostituição e se ele não precisasse trabalhar para conseguir a renda daquela noite, ele teria facilmente se deixado levar pelas palavras bonitas e doces que Kim Namjoon havia lhe lançado.

Kim se mostrou um homem inteligente, fino e educado, com uma voz levemente grave e rouca que fazia Jimin pensar como deveria ser seus gemidos de prazer. É claro que Park só havia tido uma experiência sexual em toda a sua vida, mas com toda certeza ele não era nenhum inocente e, mesmo que seu coração tivesse um dono — um tanto cruel —, ele não podia simplesmente fingir-se de cego e não notar o belo exemplar de homem que estava bem ali na sua frente.

Naquela noite, Jimin havia decidido fechar sua agenda, não atenderia mais ninguém, pois queria ter toda sua atenção voltada inteiramente para Kim Namjoon, Park estava decidido a fazer daquele homem um cliente fidelidade e não se importava nem um pouco em ter que ir até o fim para isso.

— Eu sinto que tô monopolizando todo o tempo da maior atração da casa. — Kim disse sorrindo ladino e olhando intensamente para Jimin, enquanto bebericava seu uísque. — Minhas costas estão queimando com os olhares dos outros clientes.

Park sorriu fingindo estar lisonjeado:

— Existem muitos funcionários bons na casa, bem melhores que eu, inclusive. — disse fingindo modéstia. — Eu sou um iniciante e tenho sempre que me esforçar o dobro para conseguir alguma atenção dos clientes.

— Eu não acho que você precisa fazer tanto esforço, os olhos de todos estão em você nesse exato momento. — Kim replicou.

— Oh, sim! Você não imagina, mas eu tenho que ser espetacular para conseguir superar os outros funcionários. — Jimin riu mais uma vez e se aproximou dele, tão perto a ponto de sua respiração tocar a orelha do outro. — Se você quiser eu posso te mostrar o quão espetacular eu posso ser.

Namjoon, absorto na voz aveludada de Jimin, envolveu a cintura dele e o puxou para si com firmeza:

— Eu adoraria ver isso, agora mesmo.

Então Jimin abandonou seu copo no balcão e estalou os dedos pedindo para o barman trazer a chave um dos quartos disponíveis na boate. Ele estava animado, finalmente teria seu primeiro cliente de verdade desde que chegou a "Fetish", já que ele nem considerava sua experiência com Jeon um trabalho de verdade.

Com Namjoon seria só trabalho, seria diferente do que foi com Jungkook, com Kim não havia sentimentos, paixão, não existia nada além de um grande tesão naquele homem de ombros largos e másculos.

O fato era que Jimin não via nele apenas um cliente que tinha potencial para virar fidelidade, depois de alguns minutos de conversa Park o via como uma galinha dos ovos de ouro. Assim como qualquer cliente com um pouco mais de dinheiro, Kim Namjoon seria para Jimin um passaporte para sair dali, faria qualquer coisa para deixá-lo aos seus pés.

No entanto, sua realidade bateu à porta cedo demais para a putinha desesperada.

Enquanto se esgueirava entre os clientes e funcionários da boate tentando alcançar a escadaria que levava ao andar superior onde ficavam os quartos, segurando firmemente a mão de Namjoon, Park sentiu alguém puxar sua mão livre com força impedindo-o de continuar, imediatamente se virou para ver quem era e se arrependeu na mesma hora em que o fez, preferira mil vezes ter ignorado e seguido seu caminho.

Os olhos pequenos de Park se arregalaram em espanto assim que vira aquela pessoa em sua frente, o homem que Jimin não queria ter de enfrentar tão cedo. Porém a vida prega essas peças e sempre dá uma rasteira nos desavisados.

CALL BOY - JJK+PMJOnde histórias criam vida. Descubra agora