II

103 10 0
                                    

[...]

A semana passou voando e no dia seguinte Jimin teria que dar uma resposta para Yoongi, teria de dizer se aceitaria o dinheiro e o emprego, ou não. E Jimin não podia negar que estava realmente em dúvida, sua cabecinha martelava cheia de perguntas, medos e receios. Ele queria muito ter a resposta certa, queria do fundo de seu coraçãozinho dizer que não podia aceitar aquela oferta.

Mas, como ele podia recusar uma grana tão alta quando mal pôde ver sua mãe direito? Ela havia passado a semana inteira fazendo horas extras mais do que o habitual porque ele ainda não tinha encontrado um emprego. Como ele podia dizer não para aquela oferta tentadora, quando sua maior preocupação era que sua mãe adoecesse de tanto trabalhar?

Jimin estava em um grande dilema. Ele tinha em suas mãos um quebra-cabeça confuso que ele não sabia resolver.

E Park, além de estar com a cabeça cheia de dúvidas, tinha que conviver com o pressentimento de que algo estava errado. Ele podia sentir que sua mãe estava preocupada demais com alguma coisa e ele precisava descobrir o que era.

Algo estava deixando Park Soyeon sem sono e fazendo-a trabalhar mais do que deveria e Jimin estava decidido a confrontá-la quando ela chegasse do trabalho naquela noite, perguntaria tudo e não a deixaria escapar com suas respostas evasivas e despreocupadas como ela sempre fazia.

[...]

As horas foram passando e Jimin estava mais impaciente que nunca, quanto mais esperava, mais devagar os ponteiros do relógio andavam. Então ele fez tudo o que pôde para matar o tempo, arrumou casa, preparou o jantar — cedo demais —, colocou as roupas sujas para lavar separadas por cor e tecido, depois arrumou suas camisas desde os modelos até a cor, no entanto, mesmo que fizesse todas as tarefas do mundo ainda eram apenas seis da tarde.

Foi então que seu celular tocou, um número desconhecido que deixou Park apreensivo, ele passara a semana inteirinha daquele jeito, a cada chamada nova uma pequena taquicardia acontecia, e toda vez eram as mesmas perguntas:

"Será que já é Yoongi o contatando pra saber sua resposta?"

"Seria uma das várias lojas de conveniência que eu deixei currículo ligando?"

Não isso aquilo impossível, eles geralmente não ligavam para essas coisas, não aquela hora da noite.

Logo o celular parou de tocar, mas novamente a tela acendeu em uma nova chamada do mesmo número, então, mesmo estando nervoso Jimin resolveu atender e se fosse o Chefe ele diria que não tinha uma resposta ainda, ou mentiria dando uma desculpa qualquer, mas ele precisava atender, porque deveria ser importante.

— A-alô? — Sua voz saiu rouca de tanto nervosismo.

— Alô, boa noite! Eu falo com Park Jimin?

A voz feminina questionando do outro lado da linha fez Jimin respirar levemente aliviado por não ser Yoongi.

— Sim, é ele mesmo. Quem gostaria de falar?

Bom nós somos do hospital Central de Seul, estamos ligando porque a paciente Park Soyeon de 48 anos, deu entrada essa tarde na nossa unidade e tinha o seu número como contanto emergência, você conhece essa pessoa?

Co-conheço sim, é a minha mãe, o que ela...? — A voz de Jimin falhou novamente, dessa vez pelo medo das mil possibilidades que passaram pela sua cabeça em uma fração pequena de segundos.

Bom, ela sofreu um acidente no trabalho, acabou escorregando e precisou de atendimento médico — A atendente disse com a voz mais tranquila do mundo. — Ela deu entrada com fortes dores lombares e talvez vá precisar passar por cirurgia, por isso precisamos da sua presença aqui.

CALL BOY - JJK+PMJOnde histórias criam vida. Descubra agora