IV

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[...]

Jimin não podia acreditar no que os seus olhos estavam vendo. Aquele rosto, de anos atrás, estava bem ali na sua frente, fazendo seu coração bater como um louco e suas mãos tremerem de ansiedade outra vez.

Park sentiu uma nostalgia boa lhe atingir e se instalar em seu peito, algo como uma sensação de que alguma coisa muito boa iria acontecer, então não pôde conter o sorriso. Estava feliz por vê-lo, por poder finalmente olhar aquele rosto que tanto admirou no passado, de perto. Estava contente, não pela situação em que ambos se conheceram, mas por poder finalmente conhecê-lo, mesmo que fosse daquele jeito.

— Prazer, Jeon Jungkook. — Jimin ficou estático, paralisado pela presença do outro, mas foi despertado pelo tom rude do outro. — Porra, vai entrar no carro ou não? — Jeon disse olhando para a frente de novo.

Então todo o encanto que sentia se desfez e Park sentiu uma pontada em seu peito. Seu príncipe encantado era um ogro.

— Pensei que talvez você quisesse entrar e tomar uma bebida comigo primeiro. — Jimin ofereceu.

— E desde quando puta pensa? — Jeon rebateu com desdém. — Entra logo na porra do carro que eu tô sem paciência pra esperar hoje.

— Talvez eu possa tirar o teu estresse, vamo entrar e... — Jimin tentou novamente conhecê-lo a entrar

— Porra! — Jungkook gritou fazendo Jimin se afastar com o susto. — Quantas vezes vou ter que te mandar entrar no carro? Olha bem pra mim e diz se eu tenho cara de quem frequenta puteiro, entra logo na porra do carro ou chama outra pessoa que esteja afim.

— Não! E-eu vou...

Então Jimin, totalmente nervoso e sem nenhuma confiança, deu a volta no carro enrolando ainda mais seu casaco em volta de si, sentou no banco do carona e pôs o sinto.

Os dois seguiram silenciosamente pela rodovia e Park percebeu que eles estavam se afastando da periferia, indo em direção ao centro de Seul, bem distante de onde a boate ficava.

Jimin sabia que aquela parte da cidade era cara demais para alguém como ele pagar e, depois de alguns meses trabalhando na casa ele conhecia bem qual era o preço de uma estadia em um motel naquela região, por isso, soube com certeza que Jungkook era rico, porque nenhum de seus cliente sequer sugeriu que eles fossem para o centro.

Jeon estava em outro patamar quando se tratava de clientes, estava acima de todos no quesito "importância" e ele acabava de liderar o topo da lista de clientes caros de Jimin. Park, naquele instante, não via o garoto que um dia foi seu amor platônico, Jungkook era a galinha dos ovos de ouro. Por isso, Jeon receberia um tratamento especial e depois Jimin o colocaria para dormir.

Quando menos percebeu, já estavam entrando em um estacionamento de motel. Park ajeitou a postura, e virou o rosto para o lado oposto ao do atendente.

— E aí Jeon? Experimentando coisa nova hoje? — o atendente disse bem-humorado em tom malicioso.

— Sabe como é, a gente precisa inovar às vezes. — Jeon sorriu ladino e continuou — agora deixa de ser intrometido e me dá a chave da cobertura.

— Sim senhor, patrão! — O homem atrás do balcão passou um cartão preto para o outro. — Tenha uma boa noite, senhor.

— Ah! Mais uma coisa, eu não tô aqui. — Jeon alertou em tom ameaçador apontando o dedo para ele. — Tu não me conhece e eu nunca estive aqui, falou?

— Tá! já entendi. Eu mesmo vou lá entregar o serviço de quarto.

— O mesmo de sempre.

— Sim senhor.

CALL BOY - JJK+PMJOnde histórias criam vida. Descubra agora