XVI

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[...]

- Eu te amo, Jimin! Eu te amo!

Aquelas palavras soaram como melodia aos ouvidos de Park, que de repente voltou a ser aquele garoto de quinze anos que sonhava acordado com o amor, mesmo que fosse estranho gostar de caras.

Jimin sempre teve medo de não conseguir ser amado por causa do seu gosto peculiar, então, à medida que estava crescendo e descobrindo seus próprios gostos Park se relacionou com muitos garotos e quando chegava o momento de oficializar ele sempre ouvia "desculpe, não tenho certeza sobre isso" e no fim ele terminava sozinho outra vez.

Ser gay já era difícil, ser gay em um país preconceituoso era pior ainda e, mesmo que tivesse seu amigo e sua mãe ao seu lado, Jimin ainda se sentia muito sozinho.

Era um grande alivio que sua mãe soubesse de sua orientação sexual e não o discriminasse por isso, no entanto ele queria mais, queria poder ser ambicioso e ter um namorado, com quem pudesse compartilhar momentos de intimidade, andar de mãos dadas na rua e dormir juntos enquanto assistiam a filmes ruins aos domingos.

Ele sabia que era muita ambição de sua parte, sabia que querer alguém daquela forma era demais para ele, ainda mais quando esse alguém era Jeon Jungkook, um homem rico e com uma linda mulher do lado.

Jimin também entendia que a hora de deixar Jungkook chegaria, quis iludir-se pensando que talvez ele desistisse de tudo aquilo por si, e ele havia feito tudo o que podia para que Jeon se apaixonasse por ele de volta. Mas, quando viu o homem que amava se declarando para outra, ele quis sumir, quis se esconder no mais profundo dos buracos e nunca mais sair de lá.

Em seu momento de mais profunda tristeza, Jimin se escondeu de Jeon e de todo mundo no seu quartinho minúsculo e ficou no consolo de sua cama, até resolver reagir novamente e voltar a viver sua vida.

E ele estava satisfeito com a vida pacata que estava levando, a calmaria e a tranquilidade que Jungkook tinha levando embora havia voltado e Jimin estava feliz.

Porém, quando viu aquele homem andando em sua direção, vestindo uma jaqueta de couro preta e o cabelo em um lindo emaranhado por conta do capacete Park sentiu seu corpo gelar e suas pernas tremerem. Jeon estava de volta, trazendo a tempestade com ele outra vez.

Prender o ar, foi a única reação que Jimin teve ao sentir os braços do outro o envolvendo, Park sabia que aquele perfume masculino com um leve toque amadeirado era como um feitiço que não conseguia resistir. E fora o que aconteceu, antes mesmo de conseguir reagir, Jimin já estava derrotado.

Então, depois de ser "traído" pelo amigo, Park não teve outra saída a não ser enfrentar o carrasco que feriu seu coração. Claro que a coragem de Jimin durou tão pouco quanto sua vontade de lutar, ele se viu a mercê do seu próprio desejo, então tudo o que pode fazer foi admitir sua derrota.

No entanto, o que realmente surpreendeu Jimin foi a declaração do outro, já que não esperava que Jeon fosse retribuir sua confissão de amor. Fora pego de surpresa, por isso caiu de novo nas garras daquele homem cruel.

— Jun, espera... — Jimin disse aos beijos e amassos já na varanda de sua casa. — Minha mãe pode estar em casa. Calma...

— Não tem problema, eu posso conhecer minha sogrinha hoje mesmo! — Jeon disse despretensioso.

— Para de brincadeira! — Park riu sem graça. — Minha mãe é uma mulher de respeito.

Assim que terminou de falar, o celular de Jimin tocou com uma nova mensagem:

[Mami: Querido, vou dormir no apartamento do doutor, está tarde para dirigir. Vejo você pela manhã! Te amo!]

Foi traído pela mãe também!

CALL BOY - JJK+PMJOnde histórias criam vida. Descubra agora