Scars of Love, I e II | Teen Wolf

XIV

— O que acontece com alguém que tem uma experiência de quase morte e volta vendo coisas? — Scott pergunta enquanto estamos sentados em uma mesa do lado de fora da escola.

— E é incapaz de dizer o que é real e o que não é? — Pergunta Stiles.

— E tem visões demoníacas de parentes mortos? — Allison continua.

— Estão todos presos porque são loucos. — Isaac responde.

— Pode ao menos tentar ser útil, por favor? — Stiles discute.

— Eu passei metade da minha infância preso em um freezer. Ajudar é meio que novo pra mim.

— Ah, você ainda usa essa história?

— É, eu uso sim.

— Oi. — Kira diz chegando. — Oi, desculpem. Não pude deixar de ouvir o que estavam falando. E acho que talvez eu saiba do que estão falando. Há uma palavra tibetiana para isso. Chama-se "bardo". Literalmente significa "estado intermediário". O estado entre a vida e a morte.

— E como você se chama? — Lydia pergunta.

— Kira. — Scott responde rápido fazendo a garota sorrir e todos olharem desconfiados para ele. — Está na nossa classe de história.

— Está falando de barro no budismo tibetiano ou indiano?

— Tanto faz. Mas tudo que estavam dizendo... Tudo isso acontece no bardo. Há vários estados progressivos em que pode ter alucinações. Em alguns você vê, outros só ouve. E pode ser visitado por divindades serenas ou raivosas.

— Divindades raivosas? — Pergunto. — O que são elas?

— São como demônios.

— Demônios. — Disse Stiles. — Por que não?

— Esperem, — Allison continua — se há diferentes estados progressivos, qual é o último?

— A morte. Você morre.

🏹

Eu, Stiles e Scott vamos até a clínica para falar com Deaton sobre a alucinação de Stiles na aula do treinador.

— Parece que seu subconsciente está tentando se comunicar com você.

— Como dizer ao meu subconsciente para usar uma linguagem que eu entenda?

— Lembra como era a linguagem de sinais? A colocação e o movimento das mãos?

— Conhece a linguagem de sinais? — Pergunto.

— Um pouco. Deixe-me tentar.

— O primeiro era assim. — Ele faz um sinal. — Depois...

— Significa "quando".

— E depois este, duas vezes.

— Isso é "porta".

— E este, entre eles.

— Só isso?

— Sim.

— "Quando uma porta não é uma porta?"

— "Quando uma porta não é uma porta?" — Stiles pergunta.

— Quando está entreaberta. — Scott responde.

— Está me zoando. Uma charada? Meu subconsciente está me dizendo uma charada?

— Não necessariamente. Quando vocês estavam embaixo d'água, quando passaram do inconsciente para um tipo de supraconsiente, vocês essencialmente abriram uma porta em sua mente.