E novamente, aqui estava eu, tristonha mais uma vez.
Sempre fui motivo de zoação na minha escola, e é assim desde a segunda série.
E sofro bullying até agora, aos doze.
Posso já estar acostumada, pois vivo isso a anos, mas ainda tenho um medo extremo de acontecer denovo e denovo. Meus pais sempre me mudam de escola, a única escola que fiquei por mais tempo, foi de um mês e três semanas.
Sempre que passo por aquelas portas, aquele medo me consome.
Eu odeio ter heterocromia.
Ter heterocromia é quando seus olhos tem cores diferentes. É raro, mas existe.
Meu olho esquerdo é um verde pouco escuro, e meu olho direto é um castanho escuro também.
Pois é, você deve pensar, uau, mas deve ser lindo.
Eu não acho isso.
Quase a minha vida toda eu sofri por conta disso. Fui motivo de piada na escola, na qual foi o motivo de mim não durar tanto nelas.
É graças a isso, que eu odeio meus olhos.
Mas não tenho o que fazer, usar lentes ou algo do tipo não fará nada bem para os meu olhos, sem contar que pode piorar a minha situação em questão a zoação.
E como disse, não tem o que fazer, pois hoje é dia da família.
Ou seja, neste dia, eu e a minha família sempre vamos a uma pista de patinação. Mas desta vez, minha mãe disse que iria tentar conversar com a instituição para me colocar pra fazer aulas, porque segundo ela, isso pode me distrair um pouco.
E aqui estamos nós, patinando.
Enquanto meus irmãos e meu pai estavam patinando, e minha mãe falava com o treinador, eu estava com os patins, parada na pista, apenas observando as pessoas sorrindo e patinando de mãos dadas com seus parceiros.
Eu não podia sorrir, nao tinha o que me fazia feliz, não me sentia bem com nada. Mesmo minha mãe querendo me "destrair" com a patinação, não tinha nada que poderia me animar.
Mas, um garoto que patinava em minha direção, parecia ter a minha idade, cabelos pretos um pouco grandes e um sorriso lindo com seus belos caninos a mostra.
- Oi. - Parou a minha frente - Seu olhos são tão bonitos. - Sorriu o garoto
Essa era a primeira vez que alguém elogiava mais olhos, nem memso minha família havia dito algo assim pra mim.
E isso me fez corar, uma chama acendeu-se em mim e meu olhos brilharam.
E eu sorri.
Mas escondi meu rosto, pela vergonha, o abaixando.
- A-ah, obrigada! - Sorri, tímida.
- Por que era escondendo seu rosto, você é tão linda. Principalmente seus olhos. - Puxou meu queixo, me fazendo levantar minha cabeça, revelando meus olhos lacrimejando.
- É-eh q-que ninguém n-nunca me elogiou assim derrepente. E-eu nunca gostei do meus olhos, qualquer um que eu vejo pela frente sempre da um jeito de me zoar por isso. - Suspirei, deixando uma lágrima pequena cair - Então isso meio que me surpreendeu, por que no momento que te vi, achei que iria me zoar. -
- Eu nunca zoaria uma pessoa tão linda e única como você. Sei que a gente nem se conhece, mas já posso imaginar que você é uma pessoa tão meiga e inteligente! - Aproximou seu polegar do meu rosto, secando minha lágrima.
- Muito obrigada, mesmo. Você realmente alegrou meu dia. - Sorri
- Isso não é nada. Minha mãe disse que é bom eu fazer novas amizades, principalmente agora que eu começar patinação. -
