11°Capítulo

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REESE

Eu havia esquecido que amava happy hour. Jules e eu costumávamos fazer isso todas as noites de quinta-feira quando começamos na Fresh Look, mas, com o passar do tempo, uma de nós sempre ficava trabalhando até tarde.

Pedíamos desculpas e prometíamos fazer na semana seguinte, mas aí a outra estava em cima do prazo e não podia ir. No fim das contas, paramos de tentar planejar esse momento.

Mas os funcionários da Parker Industries sempre tinham tempo para happy hour, e eu consegui deixar o escritório em um horário razoável. Lindsey era a outra gerente de marca do departamento de marketing, e nós nos entendemos desde meu primeiro dia. Estávamos sentadas em um bar, bebendo martínis de chocolate Godiva e desfrutando de aperitivos gratuitos enquanto ela me colocava por dentro de todas as fofocas do escritório.

— A Karen, do financeiro, está noiva de um cara que costumava trabalhar com filme pornô.

— Pornô?

— Era uma coisa suave. Mas, se quiser ver o pau dele, é só dar um Google em John Summers.

— Seria bem estranho procurar o noivo de alguém do escritório no Google para ver pelado.

Lindsey franziu a testa.

— Não é circuncidado. É feio pra caramba. Mas é enorme. — Ela estendeu as mãos a cerca de trinta centímetros de distância uma da outra. — Como um bastão de beisebol.

Agora, toda vez que olho para ela, me pergunto como encaixa. Quer dizer, ela é tão pequena...

— Você precisa conhecer a minha amiga Jules. É até estranho o tanto que você me faz lembrar dela.

Lindsey bebeu o resto do martíni e segurou o copo vazio para o barman.

— Me fale de você. Namorado, marido, esposa-irmã? O que está acontecendo em sua vida?

Responder deveria ter sido mais fácil.

— Tive quatro encontros com um cara que é realmente fofo. Nos falamos quase todos os dias.

— Que beleza, hein? Vocês são exclusivos?

Hã? Somos?

— Não falamos sobre isso. Mas não estou saindo com mais ninguém.

O barman veio com uma coqueteleira e encheu nossos copos. Lindsey me olhou por cima do dela enquanto tomava um gole.

— Você não está tão a fim dele.

— Por que você acha isso?

— Você não se animou quando falou sobre ele, o descreveu como “fofo”, não tem certeza se são exclusivos e parece que a primeira vez que considerou a questão foi há trinta segundos. Isso significa que não se importa se ele não estiver envolvido. — Ela deu de ombros e disse, enfaticamente: — Você não está tão a fim dele.

Respirei fundo.

— Acho que você está certa. Ele é ótimo, de verdade. Mas falta alguma coisa.

— Não tem como forçar essas coisas.

Ela tinha razão. Embora pensar em romper com um cara como Bryant, que não era um tipo que a gente vê sempre na cidade de Nova York, fosse bastante deprimente. Eu precisava pensar em outra coisa.

— Me conta mais fofocas? E Samantha?

— Ela é praticamente o que você vê. Está na empresa há uns quatro anos, acho. Casada, ao que me consta sem filhos. Ela e o Chase têm um passado. Ouvi um rumor de que ela era a melhor amiga da namorada dele que morreu.

The BossOnde histórias criam vida. Descubra agora