24°Capítulo

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REESE

Minhas bochechas estavam vermelhas, meu cabelo, uma bagunça desgrenhada, e eu parecia estar exatamente como estava: fodida. Corri para o banheiro, assim Chase poderia atender a porta do escritório. Olhando no espelho agora, não havia dúvida de que tinha feito a escolha certa. Estava ainda mais certa disso quando ouvi a voz de Samantha. Ótimo, a vice-presidente de recursos humanos acabou de entrar na sala de Chase, que provavelmente ainda cheirava a sexo.

A serenidade que eu senti menos de três minutos atrás foi substituída por sua amiga, a paranoia.
Fizemos muito barulho?
Gemi alto?
O escritório inteiro ouviu?
O que eu estava fazendo? Estabeleci regras básicas e as quebrei na primeira vez que Chase pressionou um pouco. Não tinha aprendido nada com meus erros?
Vulnerável, fui, na ponta dos pés, até a porta e encostei a orelha contra ela.

- O que você estava fazendo? - perguntou Samantha.

- Estava ao telefone.

Sua voz soou suspeita. Imaginei que ela semicerrava os olhos enquanto falava.

- Com quem?

- Um fornecedor. Não que seja da sua conta. O que você quer, Sam?

A voz dela se tornou mais distante, e tive que me esforçar para ouvir. Ela deve ter caminhado até a janela ou para a área de estar, do outro lado da sala.

- A detetive Balsamo me ligou nesta manhã. Ela está procurando você.

- Estive ocupado.

- É por isso que estou aqui. Não é como se você deixasse para lá qualquer coisa relacionada a Peyton. Houve um tempo em que eles não conseguiam tirar você da delegacia, de tanto que estava envolvido.

- Foi na época em que larguei meu trabalho e passei a maioria das noites bêbado. Não quero voltar àqueles dias.

- Entendo. De verdade. Mas queria ter certeza de que nada mais estava acontecendo. Você parece... diferente ultimamente.

- Diferente? Como?

- Não sei. Mais jovial, acho.

- Jovial? E eu sou o quê? Um velho gordo alegre que anda em um trenó?

- Algo está acontecendo com você. Eu sei. Está saindo com alguém?

A sala ficou quieta por um minuto, e me perguntei como ele responderia. Parte de mim queria que ele dissesse que estava, só para ouvi-lo declarar em voz alta para um de seus amigos mais próximos. Mas ele estava falando com a vice-presidente de recursos humanos do trabalho provavelmente não era a melhor pessoa para fazer essa declaração.

- Não que diga respeito a você, mas, sim, estou.

- Alguém com quem você já saiu antes?

- Não vou falar sobre isso.

- Quando vou conhecê-la?

- Quando eu estiver pronto.

- Isso significa que você espera que ela fique por perto?

Chase bufou.

- Tem algo realmente importante que você tenha vindo discutir? Porque eu estava ocupado quando você apareceu.

- Tudo bem. Mas você ama minhas interrupções, sabe disso.

Ouvi passos se aproximarem, seguidos do clique da maçaneta da porta, mas depois ficou silêncio de novo sem que a porta tivesse se fechado. A voz de Samantha estava séria quando falou e, por algum motivo, eu a visualizei, parando e olhando por cima do ombro.

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