37°Capítulo

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REESE

Eu o pressionei demais.
Vendo os degraus vazios do outro lado da rua quando virei a esquina, a tristeza tomou conta de mim. Meu coração apertou minha garganta, deixando em meu peito um vazio.
Na semana passada, eu tinha dado a Chase um ultimato e ameacei seguir em frente sem ele. Esperava que me ver dormindo com outro homem poderia sacudi-lo. Se ele realmente se importasse comigo, sentisse uma fração do que eu sentia por ele, não haveria como evitar isso.

Quando outra semana passou, e ele continuou sentado do outro lado da rua sem sinal de voltar para mim, pensei que talvez a realidade pudesse atingi-lo se me visse sair em um encontro. Foi por isso que, quando Owen me convidou para jantar e assistir a um filme à noite, vi a oportunidade perfeita. Chase não fazia ideia de que o homem alto e bonito de trinta anos era meu irmão.

Infelizmente, meu plano falhou. Meu segurança se foi.
Durante toda a caminhada pela rua, não parei de olhar para os degraus. Quando ele estava lá, tinha esperança.
Agora que estava vazio, aquela luz de esperança estava extinta. Os degraus eram uma metáfora de como eu me sentia vazia.

O pensamento de voltar para o apartamento e dormir na cama em que passamos noites fazendo amor me deixou com medo de ir para casa.
Passei o braço no de meu irmão enquanto caminhávamos.
Ele ainda estava usando seus óculos especiais para o filme que tínhamos visto depois do jantar. Quando o cinema IMAX começou a exibir filmes que poderiam ser apreciados por deficientes auditivos com óculos especiais de closed-caption que projetavam o diálogo, comprei um para ele. Os óculos pareciam um cruzamento entre óculos típicos de filmes em 3-D e modelo aviador. No entanto, ninguém parecia reparar enquanto caminhávamos pela rua à meia-noite em Nova York.

Não me incomodei em dizer a Owen que não era necessário me acompanhar. Ele sempre tinha feito isso e também faria a inspeção do interior para mim. Chase era a única pessoa, além de meu irmão, que sabia o quanto isso era importante para mim e insistia em lidar com isso.

Suspirei audivelmente no elevador ao pensar nisso. A noite não seria fácil. Parecia que, agora que ele tinha saído dos degraus, eu estava perdendo Chase novamente.
Saí do elevador com passos pesados, com Owen ao lado.
Mas congelei assim que me virei, deixando meu irmão tropeçar em mim.
O coração, que estava preso na garganta, deslizou até meu peito e começou a bater de novo. E parecia compensar o tempo perdido, tão acelerado que estava.

- Chase?

Ele estava encostado na parede ao lado da porta do apartamento, olhando para baixo. Quando olhou para cima, respirei fundo para me estabilizar. Mesmo cansado e abatido, ele ainda era o homem mais bonito que eu já tinha visto. Seus olhos estavam vidrados, e eu me perguntava se estava bêbado. É por isso que ele está aqui? Apareceu só porque está bêbado?

Esqueci que Owen estava atrás de mim até sentir sua mão apertar meu ombro. Aparentemente, Chase percebeu o homem atrás de mim, porque assisti a seus olhos se levantarem sobre meu ombro e sua mandíbula apertar.

- O que está fazendo aqui? - perguntei, ainda sem me mover, deixando um estranho espaço entre nós.

- Podemos conversar? - perguntou Chase.

- Hummm... claro. - Demorou alguns segundos antes de eu descobrir como fazer meus pés se moverem. Então, hesitante, dei alguns passos.

Quando cheguei à porta, Chase chamou minha atenção.

- Sozinho - esclareceu.

Enfiando a mão na bolsa, tirei as chaves e ofereci a ele, inclinando a cabeça em direção à porta.

- Vá em frente. Me dê alguns minutos.

Por um segundo, ele olhou para Owen, e pensei que algo feio aconteceria. Mas, eventualmente, ele assentiu, destrancou a porta e entrou.
Levei alguns minutos para garantir a meu irmão mais velho que ficaria bem.

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