32°Capítulo

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CHASE (AGORA, DUAS SEMANAS APÓS REESE)

Eu me tornei o Barney.
Lembra? O cara do bar na manhã do funeral de Peyton, que estava muito bêbado para levantar a cabeça?

- Esse é o Barney - disse o barman quando perguntei sobre ele.
Esse é o Chase.

Eu, o único cliente do bar às dez e quinze da manhã.
Matando meu primeiro Jack com Coca-cola, a ficha caiu. O barman estava muito ocupado recebendo a entrega de um barril para perceber que eu precisava de outra dose. O motorista da Budweiser olhou ao redor enquanto o barman assinava a nota fiscal. Seus olhos pousaram em mim, ele franziu a testa e forçou um sorriso triste.
Sim, está certo. Eu sou o Barney. Vá se foder, amigo.

Por volta das quatro, eu estava sozinho outra vez. Alguns clientes antigos haviam entrado e saído ao longo do dia. Mas quase não apareceu ninguém. O que foi bom. Jack foi minha única escolha de companhia por duas semanas, de qualquer maneira.
Carl, o barman, tentou iniciar uma conversa depois de retornar ao bar com uma caixa cheia de copos molhados. Nas últimas semanas, todas as minhas respostas foram curtas.
Pensei que a essa altura ele já teria parado de tentar.

- Poucas pessoas vêm cedo e pagam com nota de cem dólares. - Ele secou os copos com um pano de prato e os empilhou sob o bar.

- Vou trazer meu cofrinho amanhã. Pago com trocados, assim me encaixarei melhor.

Ele semicerrou os olhos, me encarando.

- Você poderia fazer a barba e cortar o cabelo, se quer saber, mas suas roupas são bonitas.

- Fico feliz de seguir as regras de vestimenta. - Olhei ao redor do bar vazio. - Você deveria se livrar disso. Pode angariar alguns negócios. - Dei um gole em minha bebida.

Carl balançou a cabeça.

- Tem um bom trabalho?

- Sou dono de uma empresa.

- O que você é, um pomposo que trabalha com ações?

- Não exatamente.

- Advogado?

- Não. Você tem esposa? - perguntei.

- Sim. Mildred. Panela velha, mas ainda em forma.

- Minha empresa faz cera de depilação indolor para mulheres. E algumas outras coisas. Mildred é mais minha cliente que você.

Seu rosto se contorceu.

- Cera de depilação? O que é isso?

- Remove os pelos em lugares que as mulheres não querem. Área do biquíni, pernas... - Tirei um bolo de dinheiro do bolso e joguei uma nota de cem no bar.

- Algumas mulheres gostam de não ter pelos lá em baixo, se é que você me entende.

- Está me sacaneando?

Por algum motivo, essa pergunta me lembrou de Reese e da noite em que nos conhecemos, de como ela tinha lidado com minhas histórias malucas. De repente, não conseguia mais ficar naquele bar.

- Não. - Bati duas vezes no balcão. - Mesma hora, amanhã?

- Estarei aqui.

Em casa, não tinha Coca-Cola, então peguei um copo, com a intenção de tomar só Jack. Fiquei pensando: Por que eu precisava de um copo se não ia misturar essa merda? Dei um grande gole na garrafa e caí no sofá.
A dor em meu peito que eu geralmente conseguia entorpecer no bar voltou quando meus olhos pousaram no violão de Peyton. Então, dei outro gole. E mais uma vez olhei o violão.
Isso levou a outro gole...
Talvez dois.

The BossOnde histórias criam vida. Descubra agora