22°Capítulo

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REESE

Acordei com Chase tentando respirar. Era um barulho ensurdecedor que parecia sair de dentro dele, e não hesitei antes de acordá-lo.

— Chase, acorde. — Eu o cutuquei com força.

Ele abriu os olhos e me encarou, mas era como se não me visse de fato.

— Você estava tendo outro pesadelo.

Ele piscou algumas vezes, e sua visão entrou em foco.

— Você está bem? — perguntou ele.

— Estou. Mas você... parecia que não conseguia respirar.

Eu não tinha certeza se era um pesadelo ou se estava realmente tendo alguma dif i culdade respiratória.
Chase se sentou. Seu rosto estava úmido de suor, e ele enxugou a testa com o dorso da mão.

— Desculpe por tê-la acordado.

Assim como no dia anterior, ele saiu da cama e passou dez minutos no banheiro, com a água correndo. Quando voltou, ele se sentou de novo na beirada da cama; eu fiz o mesmo que pela manhã e o abracei por trás, só que agora eu estava vestindo uma camiseta.

— Você está bem? — perguntei. - Ele assentiu. — Tem algo que eu possa fazer?

— Você poderia tirar a camiseta. Seus peitos pressionados contra minhas costas contribuem muito para aliviar os pesadelos.

Assinalei o óbvio:

— Hummm... você já está acordado. Não acho que isso ajudaria com os pesadelos de hoje.

— Talvez agora não, mas sempre tem amanhã.

Eu sorri, me inclinei para trás e tirei a camiseta.
Pressionando a pele nua contra a dele, perguntei:

— Melhor?

— Claro que sim.

Ficamos assim por uns bons dez minutos, nossas respirações se sincronizando no quarto silencioso e escuro.

— O pai de Peyton foi embora quando ela era pequena, e ela, a mãe e as duas irmãs fizeram todas as refeições em um abrigo por um tempo. Quando Peyton ficou mais velha, ela queria retribuir o que fizeram por ela, então se voluntariou em alguns restaurantes comunitários. Ela fez amizade com um cara, Eddie, que tinha problemas com as pessoas se aproximarem muito dele e, por isso, se recusava a dormir nos abrigos. Eddie estava sendo agredido por um grupo de adolescentes. Eles apareceram à noite em um acampamento em que havia muitas pessoas que não tinham onde dormir e começaram os problemas. Era um jogo dos garotos. E todos os dias Eddie aparecia com um corte na cabeça ou com hematomas.

— Que horrível.

— Sim. Peyton foi à polícia, mas não fizeram muito.
Eddie não falava mais que uma ou duas palavras aqui e ali, e Peyton não podia deixar quieto. Ela começou a segui-lo à noite para ver onde ele estava dormindo, pensando que, se desse mais detalhes à polícia, eles investigariam o caso. Eu avisei que não era seguro, mas ela não me ouviu. No dia de nossa festa de noivado, Eddie apareceu no abrigo com o nariz quebrado e os olhos roxos. Peyton descobriu onde ele ficava e apareceu para ver se tirava mais informações dos outros, já que Eddie não falava muito. Ela me esperaria na estação de trem.

— Puta merda.

— Eu a encontrei alguns minutos depois. Eddie a estava embalando e balançando de um lado para o outro, sentado em uma poça do sangue dela. Foi um ferimento a faca. Ela deve ter ficado no caminho do jogo de bater em pessoas sem-teto. — Ele respirou profundamente. — Ela morreu antes que a levassem para a ambulância.

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