REESE
Passei o dia todo ocupada com o trabalho, embora isso não tenha me impedido de pensar no chefe em horários aleatórios. Esse assunto, aliás, ajudou a organizar o meu dia.
Trabalhar em um slogan para a Cera Divina. Sonhar com o chefe. Pesquisar palavras-chaves de SEO. Sonhar com o chefe.
Almoço. Sonhar com o chefe. Com todo o tempo que perdi, não era de admirar que eu ainda estivesse no trabalho às oito da noite.
Quando ouvi passos se aproximando da porta, meu coração acelerou, imaginando que poderia ser Chase. Escondi meu desapontamento agindo de maneira bem animada.— Olá, Josh!
— Trabalhando até tarde de novo, hein?
— Tenho muita coisa para aprender e quero participar. A equipe é incrível. Todos conhecem muito bem os produtos.
— Eles são bons, sim. Mas, às vezes, um novo olhar sobre as coisas vence a experiência. Chase me disse que dois dos três conceitos com os quais estamos trabalhando partiram de você.
— Foi um esforço de equipe.
Ele sorriu calorosamente.
— Vou embora. Não fique até muito tarde.
— Pode deixar.
Assim que ele se afastou, pensei em algo que estava evitando perguntar.
— Ei, Josh. Você acha que vamos trabalhar neste fim de semana? Um... amigo me convidou para viajar, mas não tinha certeza se você estava planejando fazer algo com a equipe ou não. Lindsey mencionou que às vezes o pessoal trabalha nos fins de semana quando tem um grande projeto acontecendo.
— Acho que não. Mas vou verificar com Chase amanhã, ver se ele tem algum plano. Ele gosta de nos tirar do escritório quando fazemos brainstorming no fim de semana.
— Certo. Obrigada. Boa noite.

Alguns minutos depois, tinha acabado de desligar o notebook e estava arrumando a mesa quando Chase entrou.
Ele estava com roupas de ginástica: short solto e uma camiseta desbotada do Mets. Ele estava sexy. Percebi que, na verdade, eu achava que esse homem ficava bem em qualquer coisa.
— Você usa essa camiseta perto da Samantha?
— Uso por causa dela. A deixa irritada.
— Vocês dois têm uma dinâmica interessante.
— Como foi o restante do café com sua amiga? Falaram mais sobre mim depois que fui embora?
— Só estava contando a ela a história de como nos conhecemos, foi isso. Não deixe que essa história suba à cabeça. — Claro, o que conversamos teria inflado o ego dele, mas ele não precisava saber disso.
— Que decepcionante. Achei que você teria falado sobre como achava seu chefe gato.
— Josh é bonito, embora Adrien Brody não faça muito meu tipo.
— Espertinha.
— Está indo para a academia?
— Sim. Não consegui correr nessa manhã por causa da reunião que tive logo cedo. Está indo embora?
— Sim. Vou encontrar a gatinha feia. Acho que ela fica chateada quando a deixo sozinha por muitas horas. Ela me espera perto da porta e me assusta com seus brilhantes olhos verdes.
Chase bateu o dedo contra o batente da porta, como se estivesse pensando em algo.
— Não vai ver Brian hoje à noite?
— Bryant. E não, nesta noite, não. Seremos apenas eu e a gatinha feia. — A menção a Bryant me lembrou novamente do fim de semana. — A propósito, sabe me dizer se vamos trabalhar neste fim de semana?
— Trabalhar neste fim de semana?
— O departamento de marketing, quero dizer. Lindsey disse que, às vezes, durante um grande projeto, todos saem do escritório para fazer brainstorming.
— Ainda não sei.
— Certo.
— Tem planos para o fim de semana ou algo assim?
— Na verdade, não. Bem... mais ou menos. Um amigo me perguntou se eu estaria livre.
Ele olhou para mim por alguns segundos e semicerrou os olhos.
— Algo bom?
— Long Beach Island.
Eu estava bem segura de que ele queria saber se meus planos eram com Bryant, então continuava sendo vaga. E ele, intencionalmente, continuou tentando. Era quase um jogo.
— Tem casa lá?
— Não. É de um amigo de um amigo ou alguma coisa do tipo.
Ele semicerrou os olhos novamente, me encarando, mas mesmo assim não baixei a guarda.
— Fim de semana de garotas?
Balancei a cabeça.
Ele assentiu.
— Nos vemos pela manhã. Não fique até muito tarde.
— Ok. Boa noite.
Chase se virou como se fosse embora, depois voltou.
— Pensando bem, sabe de uma coisa? Acho que precisaremos trabalhar neste fim de semana.
Sorri, com alegria, embora não tivesse certeza de por que sorri quando ele arruinou o meu fim de semana na praia.
Talvez porque eu realmente não quisesse ir com Bryant. Ou talvez porque o pensamento de trabalhar com Chase durante o fim de semana fosse mais emocionante do que um fim de semana romântico com o cara com quem eu estava saindo.
De qualquer forma, estava um pouco ansiosa demais para trabalhar.
Depois que saí do escritório naquela noite, parei num restaurante perto e comprei um sanduíche de almôndegas com parmesão, sabendo que fi caria com preguiça de cozinhar quando chegasse em casa. Entre longas horas no escritório, refeições noturnas displicentes e não frequentar a academia, eu definitivamente ganharia peso se não fizesse algo a respeito.
Talvez eu devesse me inscrever em uma nova academia. A Iron Horse era legal. E Bryant provavelmente gostaria da minha presença lá. Mas quem eu estava enganando? Eu mesma. Já passei metade do dia olhando para cima, procurando certo alguém pelo escritório. Com certeza, não precisava de mais distrações com esse homem.
Meu celular vibrou quando atravessei a rua a caminho do metrô. O nome de Bryant apareceu na tela. Sabendo que eu só tinha um minuto antes de perder o sinal, apertei o botão ignorar, pensando que ligaria de volta quando chegasse em casa.
Do lado de fora da estação, um homem de cabelos longos e grisalhos estava sentado no concreto. Ele tinha uma barba comprida. Sua pele era escura e grossa, provavelmente de longas horas queimando ao sol. Mas era o azul-claro de seus olhos que chamou minha atenção quando ele olhou para cima. Não tenho ideia do motivo e mesmo sabendo que, muito provavelmente, ele vivia na rua, achei que não se parecia com alguém nessa situação. Parecia suave e triste, não bêbado ou assustador, como muitas das pessoas de quem, crescendo em Nova York, aprendi a me afastar. Ele tinha um estojo de violão apoiado ao lado, com a tampa aberta, mas estava cheio de roupas ordenadamente organizadas. Ofereci um sorriso e continuei. Ele devolveu o gesto, mas rapidamente desviou o olhar, como se não estivesse me olhando.
No meio da escada do metrô, me lembrei do enorme sanduíche de almôndegas. Voltando, o dividi em duas partes e entreguei metade ao homem com os olhos azuis tristes. Ele sorriu e assentiu.
Me senti bem e meu traseiro certamente não precisava de um sanduíche inteiro.

Bom pessoal espero que gostem do capítulo, e até Quinta-feira...♥️♥️♥️
Beijos 💋 💋 💋
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The Boss
RomansaSe quiser saber onde seu coração está, repare para onde sua mente vai quando vagueia. "Mesmo ao fim da noite mais sombria, o sol nascerá novamente."